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Escotismo educa crianças e adolescentes para a vida

Hoje, dia 23 de abril, é o Dia do Escoteiro; são 11 grupos instalados em Sorocaba

22 de Abril de 2023 às 21:45
Thaís Marcolino [email protected]
Prática vai muito além do acampamento e abrange objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU
Prática vai muito além do acampamento e abrange objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023))

A frase “Sempre alerta!” te lembra alguma coisa? Temos certeza que uma das primeiras coisas -- senão a primeira -- que veio a sua mente foi o lema do escotismo. E porque estamos falando isso? É que dia 23 de abril é comemorado justamente o Dia do Escoteiro. A data foi escolhida pelo inglês Robert Baden-Powell há mais de 100 anos e outra curiosidade é que, nesse mesmo dia, também é celebrado o Dia de São Jorge, patrono do escotismo.

Sabemos que o acampamento é uma das associações mais comuns quando se fala em escotismo, mas o movimento é mais do que isso. Quem participa e atua como voluntário consegue desenvolver a espiritualidade, a cidadania, a proteção ao meio ambiente, o trabalho comunitário, o respeito às diferenças, entre outros. “Os escoteiros trabalham com objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), fazendo com que tenham uma boa base para o futuro”, explicou o comissário do 40º distrito Lis do Interior, João Augusto Corrêa. Além desse grupo, outros 10 estão espalhados por vários bairros de Sorocaba, proporcionando muitas experiências.

Victor Hugo Caiombo, 14 anos, coleciona várias experiências - FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023)
Victor Hugo Caiombo, 14 anos, coleciona várias experiências (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023))

O Victor Hugo de Castro Caiombo, de 14 anos, sabe bem disso. O jovem entrou no grupo escoteiro Terra Rasgada, localizado no Éden, em 2016 e, apesar de não ficar muito animado no início, logo pegou gosto e até hoje coleciona uma porção de experiências e memórias. “Uma deles foi quando fizemos a jornada e tivemos que andar muitos quilômetros até nosso acampamento. Num período, paramos no meio do nada para fazer nosso almoço, comemos legumes com calabresa e o pior, na chuva! Apesar disso, foi muito legal e guardo com muito carinho, me ensinou muitas coisas”, contou.

Ele entrou como lobinho, mas agora faz parte do ramo escoteiro. Essa divisão é importante para que, em cada etapa, se tenha as atividades certas para cada faixa etária. Cada ramo tem uma característica: crianças de 6 anos e meio a 10 anos se enquadram como “lobinhos”, em que se trabalha a fantasia. Pessoas entre 11 a 14 anos correspondem à etapa “escoteiro”, que foca na aventura. Escoteiros do ramo “sênior” são os com idades entre 15 e 17 anos e, nessa fase, é um desafio atrás do outro. Por fim, escoteiros com 18 a 21 anos fazem parte do ramo “pioneiro”. Neste nível, os jovens são incentivados a desenvolver um projeto de vida.

Miguel e Manuela Dorth, de 12 e 6 anos: tradição de família - ARQUIVO PESSOAL
Miguel e Manuela Dorth, de 12 e 6 anos: tradição de família (crédito: ARQUIVO PESSOAL)

Quem passa por um ou mais ramos geralmente compartilha com a família os ensinamentos e o amor pelo escotismo. Mãe, tia e avó dos irmãos Manuela e Miguel, de 6 e 12 anos, respectivamente, participaram de grupos de escoteiro em suas épocas de juventude e, hoje, quem frequenta semanalmente as atividades do grupo localizado no Jardim dos Estados são os pequenos.

O Miguel Kern Sarubo Dorth Domingues começou em 2017 ainda como lobinho e hoje deixa à mostra, com orgulho, os cordões amarelo e verde, representativos do nível Cruzeiro do Sul. “Acho muito legal ser escoteiro, o que mais gosto de fazer são os nós e amarras, porque consigo aplicar em casa. Por exemplo, se duas cordas romperem, eu sei fazer um nó a ponto de juntar. Outra coisa que eu gosto muito de lá é que faço amizades e aprendo que somos como uma equipe”, relatou o jovem de 12 anos.

Assim como seu irmão, Manuela Kern Sarubo Dorth Sinegalia também consegue aplicar muitos aprendizados no dia a dia. “Aprendo que tenho que respeitar as pessoas, sei que há horário para tudo e que não posso fugir, então gosto bastante”, disse a pequena de 6 anos que começou no grupo escoteiro em fevereiro deste ano.

Murilo Pazetti Tomasi, de 10 anos, foi de lobinho a escoteiro  - ARQUIVO PESSOAL
Murilo Pazetti Tomasi, de 10 anos, foi de lobinho a escoteiro (crédito: ARQUIVO PESSOAL)

Outro representante que pulou de lobinho para escoteiro recentemente foi o Murilo Pazetti Tomasi, de 10 anos. Ele também teve influência da irmã, que tem 18 anos, para ingressar ao grupo da Vila Santana. O que ele mais gosta são as brincadeiras e aprendizados, como a história de “Mogli, o menino lobo” e cantar as canções. “Adoro essas especialidades e nelas eu posso progredir como ser humano”, explica o estudante, que integra o escotismo há quatro anos.

“Quando vemos um jovem ajudando o próximo é uma sensação de vitória dentro do movimento, porque o escoteiro é isso, um preparo para a vida”, analisa Randal Juliano Gonçalves, diretor administrativo do grupo Terra Rasgada.

Lei escoteira

 

Cidadania, trabalho comunitário e respeito às diferenças são valores escoteiros - FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023)
Cidadania, trabalho comunitário e respeito às diferenças são valores escoteiros (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023))
Assim como na vida, o escoteiro também tem leis para ser seguidas. Elas foram criadas por Baden-Powell e buscam fazer com que as pessoas que participam do movimento sejam boas e que passem isso a frente. Ao todo são dez leis que falam, nesta ordem, que o escoteiro é honrado e digno de confiança; é leal; está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação; é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros; é cortês; é bom para os animais e as plantas; é obediente e disciplinado; é alegre e sorri nas dificuldades; é econômico e respeita o bem alheio; e é limpo de corpo e alma. 

Adultos podem ser escoteiros voluntários

Muitas pessoas acreditam que para tornar-se voluntário no escotismo é preciso ter sido escoteiro quando jovem, mas não é assim, não. Você sabia que está tendo fila de espera para a entrada de crianças, principalmente no ramo lobinho? E o motivo é a falta de voluntários. Isso porque eles têm um papel muito importante ao acompanhar e orientar muitas atividades do grupo.

Randal Gonçalves, diretor administrativo do grupo Terra Rasgada  - FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023)
Randal Gonçalves, diretor administrativo do grupo Terra Rasgada (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (15/4/2023))

“Estamos em uma campanha para que adultos se transformem em escoteiros e ajudem no dia a dia. Quantos mais adultos voluntários a gente tiver, maior será a capacidade de atendimentos. Então, se você gosta de criança, aventura, de passar os ensinamentos para frente, não deixe de ser um escoteiro voluntário, nós damos todo treinamento necessário para exercer a função que desejar, seja nas atividades ou até no administrativo”, finaliza Randal Juliano Gonçalves.

Para saber mais e também encontrar o grupo escoteiro mais próximo, basta acessar www.escoteirossp.org.br. (Thaís Marcolino, colaborou Inaiê Mendonça)

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