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O pato, a morte e a tulipa

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

15 de Abril de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação)

Falar sobre a finitude da vida é algo muito difícil, mas faz parte do nosso cotidiano e está presente no curso da existência de todos nós, inclusive para as crianças. Muitas vezes, os adultos silenciam quando precisam falar sobre a morte com os pequenos, pelo desconforto que o tema carrega. Apesar de não ser um assunto fácil, porém, ele precisa ser abordado por ser parte inevitável da vida.

Essa reflexão não precisa ocorrer apenas quando uma criança passa por uma perda: uma conversa sobre o tema pode acontecer a partir de uma leitura, que pode ajudar a criança a entender esse sentimento tão dolorido e prepará-la para quando for necessário lidar com a ausência de pessoas queridas.

Esse é um livro que trata desse assunto com a delicadeza necessária. “O pato, a morte e a tulipa” foi originalmente lançado no Brasil em 2009. Uma tradução do livro ilustrado “Ente, Todund Tulpe”, publicado originalmente em 2007, na Alemanha. Hoje a edição chega às livrarias brasileiras pela Companhia das Letrinhas.

Assim que foi lançada, a história tornou-se um sucesso imediato, angariando diversos prêmios literários por todo o mundo e tornando-se um clássico.

Um dia, o pato se dá conta de que a sua hora chegou. Notando a presença da morte, ele passa a entendê-la, até aceitá-la e os dois começam a desfrutar da companhia um do outro: dão mergulhos no lago, tiram longas sonecas e sobem na copa das árvores. Até que se fundem num abraço dolorido e reconfortante.

Como diria o renomado pesquisador da literatura Fanuel Hanán Diaz: “Ler sobre a morte é crescer um pouco mais internamente para estar preparado para sua vinda. Mas também é o espaço para confrontar nossas próprias experiências e descobrir nas personagens da ficção que nossas emoções, nossos sentimentos ante este fato, são também os das outras pessoas.”

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil