Cruzeirinho
Música sinfônica para crianças e adolescentes
Projeto oferece aulas de violão e flauta a alunos de Sorocaba e Votorantim
A escola é o lugar que aprendemos muitos assuntos e, de certa forma, ela nos prepara para a vida. E foi andando pelos seus corredores que o som agudo e grave do violão chamou a atenção de Cristian Eduardo Sales da Silva e o fez iniciar as aulas com instrumento. Para ele, a música significa alegria e, talvez, por isso, tenha o sonho de se tornar cantor um dia.
“Já tenho uma certa facilidade para a música, tanto que aprendi a tocar flauta sozinho. Mas sinto que o violão me chamou, sou apaixonada no som dele, além de ser um ótimo complemento para meu sonho de cantar. Ter essa chance está sendo incrível para mim”, contou o adolescente de 12 anos que não vê a hora de adquirir o instrumento para estudar em casa e ensinar os familiares.
Assim como Cristian, diversos alunos da escola estadual Professora Maria Ondina de Andrade, no Jardim Santa Esmeralda, zona norte de Sorocaba, receberam a oportunidade de desenvolver suas habilidades também no âmbito musical. Além do violão, a unidade escolar também oferece aulas de flauta. A iniciativa é realizada pela Associação de Eventos Culturais (Assec) com patrocínio da Sorocaba Refrescos.
O projeto, chamado Musicando, tem como objetivo democratizar o acesso à música sinfônica - estilo clássico, muito presente no século XVIII -, promover a inclusão sociocultural e valorizar os músicos locais. Durante o ensinamento, os alunos aproveitam para desenvolver o canto e isso acontece com músicas e letras de diversos artistas brasileiros, como Milton Nascimento, Gonzaguinha, Lulu Santos, Gabriel Moura, Ana Vilela, Marisa Monte, etc.
Tudo isso melhora muitas partes do nosso corpo e deixa a mente até melhor, você sabia? De acordo com os médicos e especialistas no assunto, a música desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, cria sensação de bem-estar, facilita a concentração e o raciocínio (algo muito importante, principalmente na escola), fortalece a memória, entre outros benefícios.
Voltando às atividades, além do violão, o projeto ainda tem aulas de flauta, iniciada em janeiro deste ano. Ela tem como característica um som melodioso, de timbre suave e doce e foi esse perfil que chamou atenção de algumas crianças. O Miguel Leite, de 11 anos é um deles.
O pequeno estava até com ansiedade para aprender a música, mesmo tendo dificuldade em alguns momentos. “O ritmo é o mais legal, acho demais as aulas. Estou com um pouco de dificuldade, mas não vou desistir não. Às vezes olhando como a professora faz já pego”, contou.
Já a Rafaela Cirino Leite acredita que a música possa agregar muitas coisas ao longo da sua vida. “Aprendo coisas novas, que eu também posso passar para outras pessoas e vai que no futuro tudo isso me ajuda também, né? Eu acredito nisso. E penso até em estudar a música mais pra frente. Veremos”, estima a jovem de 11 anos.
Muitas pessoas começam a pensar em estudar a música por influência de um familiar ou amigo próximo. Isso acontece porque há a percepção do quanto é bom e também pela curiosidade de também saber como é, como funciona. O Miguel Feliciano, de 11 anos, faz parte de uma família musical. Já tem conhecimento do piano, mas foi com o avó que aprendeu a amar a flauta.
“Eu via ele tocando, me mostrava algumas músicas e quando contei que estou aprendendo na escola ele ficou muito feliz. Como não podemos levar o instrumento para casa, treino com a dele e acabamos aproveitando juntos. Depois da flauta quero ir pro violão também”, disse.
Da mesma maneira que Miguel foi influenciado pelo avô, a Bianca Ribeiro tem todo apoio da família. A mãe dela a estimulou para estudar a música e não vê a hora de passar o ensinamento para os que ama. “Em casa ninguém sabe, então quero ensinar sim. Além disso, vir pra cá significa que vou ficar mais tempo e aprender coisas novas com meus amigos, e isso que eu mais adoro”, comentou a pequena de 11 anos.
Para Denis Vieira, maestro e integrante do projeto, a ideia é a da semente. “Com esse pequeno início, as crianças vão criando gosto e alguns até comentam o interesse de ir para o Conservatório de Tatuí, por exemplo, é muito interessante”, explicou. Mas ser música não é o que mais importa. “Que ele seja também um cidadão diferenciado, que ele saiba apreciar a música, que tenha alguns diferenciais. As crianças aprendem, ainda mais quando estão em conjunto, a respeitar o professor, a questão de silêncio e som, etc”, complementa.
O projeto
Além de Sorocaba, Votorantim também recebe as atividades. Ao todo, nessas duas cidades, 250 crianças de 7 a 18 anos participam das ações. A iniciativa prevê, ainda, a apresentação de dois concertos da Orquestra Filarmônica Jovem de Sorocaba em praças e parques. A primeira fase segue em escolas e centros específicos até o meio desse ano, mas já há ideia de ampliar o projeto. Para saber como ele funciona e, quem sabe, também participar, basta entrar nas redes sociais da Orquestra Filarmônica Jovem, a Fila. (@filasorocaba).
A importância da música clássica
Como já dito, o projeto Musicando tem como base mostrar a música clássica às crianças e adolescentes. Mas você sabe como ela surgiu? Suas origens remontam à Europa, nos anos 1500 (ano que o Brasil foi descoberto, inclusive!), para divertir reis e rainhas. E mais ou menos 200 anos depois, em 1700, começaram a aparecer as primeiras orquestras da história.
Nessa época, o músico clássico mais famoso era Johann Sebastian Bach, um alemão que até hoje é tido como um dos maiores compositores desse estilo musical em todos os tempos!
Além de Bach, os compositores mais famosos de música clássica são Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. Ah, uma das composições mais famosas da música clássica é a Nona Sinfonia de Beethoven, regida pela primeira vez por ele quando já tava surdo! Uau! E olha, Beethoven deixou de ouvir em 1790, mas continuou compondo até o final da vida. Incrível, né? (Thaís Marcolino)
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