As crianças tem uma imaginação fantástica. Sou testemunha: todo dia surge um “causo” diferente. E essas histórias quase sempre são protagonizadas por animais, sejam grandes ou minúsculos, tagarelas ou quietinhos.

Na minha sala tem um menino que adora lagartas. Faz desenhos lindos de lagartas e outros bichinhos do jardim. Aos poucos ele ensinou a todos os seus colegas a repararem nesse universo dos seres miúdos. Agora, volta e meia aparece alguém admirando uma joaninha ou contando as asas de uma libélula. A amizade com animaizinhos quase invisíveis também é a premissa dessa história. Arthur e Quibe (a formiga corajosa) são grandes companheiros.

Arthur tem uma vovó famosa (a grande rainha do rock Rita Lee) e é ela quem faz as honras ao apresentar inusitada amizade. “Meu neto, Arthur, de 5 anos, tem como amiga quase invisível uma formiga que ele batizou de Quibe. Certa vez peguei Arthur no quintal levando o maior papo sozinho. A mãe dele, Camila, que foi quem escreveu essa historinha, contou que Arthur tem altas conversas com uma formiguinha, pois ela lhe conta sobre suas aventuras e dá conselhos quando ele está em apuros. A partir de agora vou olhar para as formigas com outros olhos.”

Eu também passei a prestar mais atenção nas formigas; até apuro os ouvidos para tentar escutá-las. Ainda não consegui identificar nenhum som e, enquanto isso não acontece, me contento em ler “Quibe: a formiga corajosa”, escrito por Camila Fremder, ilustrado por Juliana Eigner e publicado pela Companhia das Letrinhas.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil