Há uma frase muito conhecida do poeta Paulo Leminski que diz: “Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além.” Foi dela que eu me lembrei quando li o título desse livro. E depois de o ler por completo vi que a mensagem, nos dois casos, é a mesma: ir além.

Não tem coisa melhor nessa vida do que “ser o que se é”. Se sentir bem dentro da própria pele, gostar do que vê no espelho, respeitar os próprios limites, viver de forma autêntica e honesta e estar confortável consigo mesmo, sem medo. Ninguém sabe o segredo da felicidade, mas certamente ele passa pela auto-aceitação.

Daniel Kondo, que volta e meia faz um livro interativo com suas ilustrações incríveis, dessa vez se superou, graças ao texto acertado e cheio de valores humanos de Pedroca Monteiro.

E além de tudo isso, esta publicação da Companhia das Letrinhas é cheia de possibilidades -- uma verdadeira homenagem à diversidade. A cada página, um personagem é dividido em três, e eles podem amar, sonhar, saber e tantos outros verbos mais, se transformando em tipos coloridos e únicos.

Num tempo onde o diferente é considerado inimigo, mais do que nunca é preciso ouvir, fomentar a tolerância e respeitar “o que se é”. E, sobretudo, “o que o outro é”.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil