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Reciclagem também se aprende com teatro na escola

Com música e brincadeiras, alunos se conscientizam sobre a importância de repensar a geração e o destino do nosso lixo

20 de Agosto de 2022 às 23:01
Thaís Marcolino [email protected]
Projeto segue com apresentações em escolas municipais de Sorocaba
Projeto segue com apresentações em escolas municipais de Sorocaba (Crédito: CEZAR RIBEIRO (12/8/2022))

Metais no amarelo, vidro no verde, papéis no azul e plástico no vermelho. Provavelmente você já leu ou ouviu alguém falando sobre o descarte correto do lixo ou, ao menos, a separação dos itens por categoria antes de jogar no container de casa. É que, além de facilitar o processo de reciclagem, a seleção ajuda em muitas coisas: diminui a poluição e gera economia no consumo da energia e da água, entre outros benefícios.

O lixo é um dos grandes problemas que o planeta enfrenta. E olha só que número triste: nas grandes cidades, cada um dos moradores joga fora, todos os dias, cerca de 1kg de lixo. É tanto resíduo que fica complicado imaginar o tamanho do lixo que uma cidade com um milhão de pessoas teria.

Entretanto, não é só o lixo que merece nossa atenção. Acima de tudo está o meio ambiente, pois é nele que conseguimos todas as condições para sobrevivermos. E a gente quer viver bem, não é mesmo? Então é preciso preservar. Mas você sabe como começar? Uma das soluções, senão a melhor, é mudar de atitude.

Cerca de mil alunos da E.M. Prof. Renice Seraphim, no bairro Carandá... - CEZAR RIBEIRO (12/8/2022)
Cerca de mil alunos da E.M. Prof. Renice Seraphim, no bairro Carandá... (crédito: CEZAR RIBEIRO (12/8/2022))

A turminha de uma escola de Sorocaba aprendeu de maneira bem divertida como começar essa mudança de atitude. Com muita música, participação dos alunos e situações do cotidiano, aproximadamente mil alunos da E.M. Prof. Renice Seraphim, no bairro Carandá, assistiram à apresentação da peça teatral “Turma da Ação: Missão Natureza” no último dia 12. A peça abordou, por meio de uma verdadeira “missão”, como as crianças também podem ser responsáveis pelo meio ambiente, ajudando e até propondo soluções mais eficientes que os adultos para a preservação e defesa do planeta.

A Turma da Ação é formada por quatro crianças: Bruno, Mandinha, Tutti e Isa, que se unem para ajudar a salvar o Bosque da Felicidade, um lugar mágico habitado por seres fantásticos que está sob ameaça de ser destruído por uma obra de pavimentação -- quando é colocado asfalto em uma rua. Uma árvore centenária corre o risco de ser cortada pelo engenheiro maluco. Por serem crianças, os quatro ficam se perguntando o que podem fazer para ajudar. A resposta é a criatividade.

...assistiram encantados a apresentação no início do mês - CEZAR RIBEIRO (12/8/2022)
...assistiram encantados a apresentação no início do mês (crédito: CEZAR RIBEIRO (12/8/2022))

Quando o engenheiro chega ao bosque, os amigos tentam fazê-lo desistir da obra enquanto o ensinam sobre a consciência ambiental e a coleta seletiva. Para isso, cantam músicas que explicam sobre os 5R’s: repensar, reduzir, reutilizar, recusar e reciclar: “Nós somos os alunos / Gostamos de aprender / 5 Rs sustentáveis / São incríveis pode crer.”

Apesar das iniciativas do grupo, o engenheiro demora para mudar de ideia. Então é aí que a galerinha da Turma da Ação pensa em usar as redes sociais para divulgar a importância do bosque para a cidade e a vida ambiental. Eles convocam outros amigos da escola e o vídeo viraliza.

Depois da repercussão do vídeo e os ensinamentos que teve, o engenheiro reconhece o bosque. Ele se lembra que passou boa parte da infância naquele lugar, perto da árvore que ele estava pronto a colocar abaixo. Com saudade, e sabendo que aquele lugar faz parte do equilíbrio da vida na terra, ele desiste de dar prosseguimento à obra, liga para o patrão e o bosque continua com seu verde e a importância para o meio ambiente. A missão da Turma da Ação foi concluída com sucesso.

Beatriz Nascimento Vieira, de 6 anos, é aluna do 1º ano - CEZAR RIBEIRO (12/8/2022)
Beatriz Nascimento Vieira, de 6 anos, é aluna do 1º ano (crédito: CEZAR RIBEIRO (12/8/2022))

Além do engenheiro que aprendeu sobre a importância da preservação, a Beatriz Nascimento Vieira, de 6 anos, aluna do 1º ano do ensino fundamental, aprendeu a reciclar certinho o lixo e contou que em casa os pais já fazem isso. Ela disse que quer continuar fazendo isso. “Eu também gostei bastante do teatro, porque ele me ensinou que se a gente não cuidar do meio ambiente, podemos ficar sem oxigênio e morrer”, contou Ana Clara Corrêa, de 10 anos. Para ela, a parte mais legal foi quando o engenheiro decidiu proteger o bosque e não demolir as árvores.

Aprendizados complementam a sala de aula

O aprendizado que as crianças tiveram no teatro “Turma da Ação: Missão Natureza” é uma forma de complementar o que veem diariamente em sala de aula por meio dos livros. “É uma forma lúdica de aprenderem um tema tão importante e necessário. Com brincadeira, linguagem infantil e musical eles acabam tendo mais condições de aprendizagem”, disse a gestora de desenvolvimento educacional da Secult, Izaura Maganhato. Neste primeiro momento, 13 escolas municipais receberam o teatro, mas segundo Izaura, o projeto continua ao longo dos anos com outros temas relevantes a serem abordados em sala de aula.

Contato com a arte é outro benefício da atividade às crianças - CEZAR RIBEIRO (12/8/2022)
Contato com a arte é outro benefício da atividade às crianças (crédito: CEZAR RIBEIRO (12/8/2022))

Gabriel Cersosimo interpreta Bruno na peça. Para ele, fazer teatro infantil é incrível. Ele sabe que uma plantinha está sendo germinada, independente do tema, que é o contato com a arte. “A parte mais legal de fazer esse teatro itinerante é a chance de levar o acesso à cultura, que pode ser novo para eles e que pode mudar a rotina, o mês e até o ano da criança, além da percepção e do comportamento em sala de aula”, disse o ator de 26 anos.

“É justamente o acesso à cultura, à arte, independente de qual seja: pintura, música, teatro, cinema, qualquer reflexão artística que possa existir. Tem que ter acesso, e tem que chegar a todo mundo, independente de classe social, cidade, país... é importantíssimo o contato das crianças com a arte. E não só crianças, os adultos também, mas principalmente crianças porque é a hora que a gente consegue plantar essa semente. São eles que vão ser o nosso futuro.”, finaliza Gabriel. (Thaís Marcolino)

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