A sexta edição do Concurso Nacional Literário Infantil -- Prêmio Espantaxim -- teve mais de três mil textos inscritos e apenas 243 crianças e adolescentes de todo Brasil selecionados nas categorias redação, mensagem e poesia. E, Sorocaba, tem uma representante: é a pequena escritora Isabella Seraphim Pires, de 8 anos.

“Para a gente, foi um orgulho saber que ela foi selecionada, ela é muito esforçada”, comenta a professora Renata Seraphim Pires, mãe de Isabella. A estudante também contou à reportagem que ficou feliz em saber que as pessoas gostaram de seu texto.

O tema da edição 2020/2021 foi “As Quatro Estações - Primavera, Verão, Outono e Inverno”. Inspirada por seus interesses em histórias cheias de emoção e desafios, Isabella criou uma redação baseada na aventura do príncipe Bem, que vivia num reino distante chamado Gelândia.

Após uma caminhada nas montanhas, numa tarde de inverno, avistou pegadas amarelas e grudentas e decidiu segui-las. Ela encontrou uma caverna com uma passagem, na qual havia um pequeno buraco no teto. Bem conseguiu ver uma gigantesca sombra que parecia ser uma terrível criatura e ao aproximar-se percebeu que era uma imensa ursa.

A partir daí, uma aventura com acontecimentos inimagináveis para Bem ocorre, entre eles a ursa, que, em um único salto, atingiu o céu. A história faz parte da memória de todos do reino Gelândia e segue sendo contada de pai para filho e dizem por aí que é assim que se formou a constelação da Ursa Maior. A história escrita por Isabella levou o nome de “A aventura”.

A redação começou a ser escrita em 2021, durante a pandemia, quando a estudante tinha 7 anos de idade. A mãe percebeu que durante o intervalo das aulas on-line da filha ela escrevia alguns textos e achou interessante. Foi aí que encontrou o Espantaxim na internet e decidiu contar para a filha que a inscreveria no concurso. Nas semanas seguintes, depois do horário de trabalho, Renata ajudava a filha no desenvolvimento do texto, até que, em maio do ano passado, a redação foi enviada para a comissão avaliadora.

O interesse pela literatura já faz parte há muito tempo na vida de Isabella. Aos 2 anos, a mãe observou que a filha gostava dos livros e isso a ajudou a conhecer o alfabeto nessa idade. Com isso, o processo de alfabetização foi mais rápido e aos 4 anos, Isabella começou a ler sozinha. Hoje a estudante lê, em média, 4 livros por mês. O incentivo parte dos pais, Renata e Rafael, de 34 e 35 anos, respectivamente.

A mãe é professora de educação infantil e responsável pela sala de leitura da unidade em que leciona em Sorocaba. Já o pai é professor de educação física e apoia todo o ensino que as filhas têm. Isabella tem uma irmã de 2 anos, a Heloisa, que já demonstra ter interesses parecidos com os da irmã.

A família pondera que muitas crianças estão perdendo o hábito da leitura e da escrita por conta da tecnologia, mas que, para eles, a tentativa no lar é de resgate, por isso tem muitos livros e frisa a importância das duas filhas terem esse hábito que faz bem para a sociedade. “A gente tenta fazer o possível pra que elas tenham um bom conteúdo pro futuro, que sejam pessoas críticas, que saibam fazer interpretação de texto, e a gente espera que elas cresçam bem”, explica Renata.

Premiação será no dia 4 de dezembro

Lançado a cada dois anos e com temas definidos para edição, o concurso é direcionado a crianças e adolescentes com idades entre 7 e 13 anos, estudantes de escolas públicas ou privadas de todo o País. Para participar, não há necessidade de inscrição. O envio do texto à organização do concurso, em um dos formatos aceitos (redação, mensagem ou poesia -- essas também são as categorias avaliadas), já configura a participação do “pequeno escritor”.

Os textos são avaliados por profissionais de várias áreas, entre eles advogados e jornalistas, e os selecionados serão reunidos na antologia -- livro especial, ilustrado, nos quais são publicados os textos originais, com a letra dos pequenos escritores, e, também, as versões digitadas, após revisão. Na cerimônia de entrega do prêmio, todos os premiados, vencedores e selecionados, receberão três exemplares do livro e também o exclusivo boneco do personagem Espantaxim -- mascote do prêmio.

A cerimônia de premiação será no dia 4 de dezembro, um domingo, às 15h, no Teatro Gazeta, em São Paulo. Segundo a idealizadora e escritora Dulce Auriemo, o Espantaxim tem 10 anos de história e auxilia no desenvolvimento profissional e humano. Conforme ela, há crianças que já se tornaram escritoras a partir do concurso. “Para mim, é uma alegria muito grande ver esse sucesso, ainda mais durante a pandemia”, analisa.

Para outras informações sobre o concurso, basta acessar o site: www.espantaxim.com.br. (Thaís Marcolino)