Nome popular: Tuim
Nome científico: Forpus xanthopterygius (Spix, 1824)

Conhecido por ser um mestre na camuflagem, pode passar despercebido se ficar em silêncio e nos surpreender quando seu bando levanta voo na mata. Esse é o tuim, que é a ave desta edição!

O tuim é a menor ave dentre os psitacídeos (família das araras, papagaios e periquitos), medindo cerca de 10 centímetros. O macho é verde-amarelado, com uma grade faixa azul nas laterais das asas e na parte de baixo do dorso. Possui ainda algumas penas do ombro, da dobra da asa e da parte inferior da cauda na cor azul violeta. Já as fêmeas são totalmente verdes, sendo amareladas na cabeça e no ventre. Essa característica é algo incomum entre os psitacídeos, que geralmente não possuem diferenças na plumagem do casal.

Os tuins são muito parecidos com os periquitos. A única diferença é a silhueta da cauda, já que os tuins têm a cauda mais curta. Tem o bico cinza claro, pequeno, alto e recurvado e com uma cera na base. Os pés são acinzentados, com dois dedos voltados para a frente e dois voltados para trás (padrão comum entre os psitacídeos). Os olhos são arredondados e negros.

São muito ativos e comunicativos, vocalizando alguns gritos para manter contato com o bando. Seu canto é um estridente “zílip-zipzip-zílip-zipzip” (som que lembra “tuim...tuim”, que dá nome à espécie).

Estão sempre em bandos de até 20 indivíduos, habitando o cerradão, a borda de matas ribeirinhas e as matas secas. Tem uma alimentação variada de frutos e sementes, procurando seu alimento em copas altas de árvores ou em arbustos frutíferos. Usam o bico curvado como um terceiro pé, se empoleiram nos galhos e ramos e colocam as sementes na boca com o auxílio dos pés. Árvores frutíferas, como mangueiras, goiabeiras e jabuticabeiras, os atraem bastante, mas os coquinhos de algumas palmeiras, com certeza, são os seus favoritos.

Os ninhos são construídos em ocos de árvores, cupinzeiros ou até mesmo em ninho abandonado de joão-de-barro. Põe de três a oito ovos, que são encubados pela fêmea e têm a proteção do macho. Após cerca de 15 dias, nascem os filhotes que são alimentados pelos pais. Passados 20 dias, os filhotes estão maduros e com penas o suficiente para abandonar o ninho. Ao que se sabe, os casais permanecem juntos a vida toda.

O tuim tem um papel importante na dispersão de sementes de árvores nativas, tendo em vista sua preferência por sementes, ao invés da polpa das frutas. Alguns índios quando observam um ninho de tuim ou de algum outro psitacídeo no topo de uma árvore, cuidam muito bem dela, pois sabem a importância que ela terá para a alimentação e garantia da sobrevivência daquela espécie.

Faça sua parte

Os tuins gostam de construir seus ninhos em árvores ocas, principalmente palmeiras antigas, que são locais ideais para a construção de seu ninho. Contudo, essas árvores são as primeiras escolhidas para se derrubar, devido à facilidade de serem removidas e ao risco de queda. Isso pode gerar prejuízos ao tuim, como a perda de local para a construção de seu ninho e a falta de alimento. Para que possamos ajudar na existência dele em nossa cidade, podemos sempre ensinar as pessoas que protejam as árvores, bem como incentivar o plantio de árvores frutíferas, para que essa bela ave tenha sempre alimento por perto.

Elaboração: Coaves Kids e Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema)