Eu já li
Balinhas-bolinhas
Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão
Eu já tinha ouvido falar da arte de Heena Baek, e posso dizer que conhecê-la superou minhas expectativas. Heena é uma artista plástica sul coreana, especialista em animação e adepta a uma técnica cinematográfica chamada stop motion, onde cenários são montados e fotografados passo a passo, desde o mais sutil movimento. Virtuose e detalhismo são indispensáveis e o resultado final é encantador.
Num mundo tão cheio de pressa e imediatismo, dedicar horas na produção de uma obra de arte como essa causa admiração e merece contemplação.
A cada página virada, a cada cena, a cada detalhe, uma pequena alegria: dos bigodes do cachorro à sombra da bola de basquete projetada no chão, das pequenas folhas amareladas da árvore ao rubor na bochecha de Dong Dong, tudo impressiona! Não é a toa que a autora ganhou, em 2020, o prêmio Astrid Lindgren Memorial Award (Alma), um dos mais importantes da literatura infantil internacional. Balas mágicas é o seu mais premiado livro e a sua estreia no Brasil. Nessa história, Dong Dong é um menino solitário que prefere brincar de bolinha de gude na companhia do seu cachorro a jogar bola com os meninos. Indo em busca de bolinhas novas, ele encontra bolinhas comestíveis. E como se não bastasse serem balinhas-bolinhas, elas tem estampas diferentes, cada uma delas cheia de sensações e experiências. Uma delas vai até ajudá-lo a superar uma das suas grandes dificuldades.
Uma experiência estética e poética inesquecível publicada pela Companhia das Letrinhas.
Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.