Hoje (5) é o Dia Nacional da Reciclagem e o Dia Mundial do Meio Ambiente. Sabe o que isso significa? É um momento de pensarmos formas de contribuir com a nossa natureza e implementar hábitos ecológicos. Sem os devidos cuidados, o lixo produzido por nós pode contaminar a terra e os mares. Por isso, a equipe do Cruzeirinho foi até uma das cooperativas de reciclagem de Sorocaba, a Coreso, que faz a coleta seletiva há mais de 20 anos na cidade, para entender como os resíduos podem ter um destino mais sustentável.

A reportagem conversou com a tesoureira da Coreso, a Claire Pasqualini, que explicou que o processo da coleta seletiva começa em casa, quando os moradores separam o que pode ser reciclado, como papel, plástico, vidro e metal, do que não pode. Depois, é só entregar para as cooperadas uniformizadas. “Elas saem em cinco caminhões pelos bairros em que há casas cadastradas na cooperativa e anunciam a coleta”, contou. Ao total, a Coreso coleta cerca de 120 toneladas de lixo reciclável todo mês.

Depois, de coletado o lixo, o caminhão volta para o barracão, na Vila Colorau, e as cooperadas começam a separação dos itens. “Depois que chega, o lixo passa por essa esteira de separação e lá as meninas vão triando todos os materiais. Cada uma separa entre dois a três materiais”, explicou a tesoureira. A separação acontece em grandes sacos brancos que Claire chamou de “bags”. Posteriormente, alguns itens são vendidos nessas mesmas “bags”, enquanto outros itens são prensados, como papelão, latinha e garrafa pet.

Você sabia que também é possível reciclar equipamentos eletrônicos? Pois é. Lá no barracão da Coreso, a reportagem viu diversas televisões antigas, geladeiras e teclados de computador. Questionada, a Claire informou que alguns aparelhos são desmontados para retirada de cobre e posteriormente são vendidos. Já os aparelhos que ainda funcionam, podem ser vendidos inteiros.

Mas é bom lembrar que nem tudo pode ser entregue na Coreso, como revelou a Claire: “a gente só não coleta tecido, madeira e alguns vidros”. Este último, inclusive, é sempre importante tomar cuidado ao descartar para não ferir os coletores de lixo. O ideal nesses casos é embrulhar em folhas de jornal e colocar dentro de uma caixa de papelão.

A cooperativa de reciclagem também não recebe material orgânico. Apesar disso, a tesoureira da Coreso afirma que, por vezes, às pessoas não fazem a separação adequada do reciclado e do orgânico dentro de casa. “Acontece muito. Nesses casos, é feita a triagem na esteira e depois vai para os contêineres”. Ela ainda alertou para itens que não são recicláveis, como alimentos, papel higiênico, lixo hospitalar e máscaras.

Aprendendo desde cedo

A Emanuela Campanholi, de 8 anos, já entende, desde cedo, sobre a importância da separação correta do lixo orgânico e do material reciclado. A menina também contou para a equipe do Cruzeirinho que em sua casa existem duas lixeiras. “Uma lixeira a gente escreve “reciclável” e coloca a sacola azul e tem a sacola preta que a gente coloca os não-recicláveis”, explicou Manu, que faz a sua parte jogando o lixo no lugar correto.

A Emanuela ainda sugeriu formas de se reutilizar alguns materiais em casa. “Podem fazer brinquedos, casinhas. O nosso passarinho tem uma casinha feita de papelão e eu tenho uma casinha de hamster de papelão que eu fiz com cola quente. Eu tentei fazer um binóculo com rolo de papel higiênico, mas não deu tão certo”, lembrou enquanto ria.

Quem também pratica a separação de materiais reciclados em casa é a Maria Luiza Guedes de Alcantara Mena, de 9 anos. Ela contou que o condomínio em que mora tem um latão só para lixo reciclável. “Colocamos os materiais limpos e separados. Todos de casa fazem isso e, sempre que vem visitas em casa, também explico o que é para fazer”, disse.

Para a Maria, reciclar é importante para não aumentar ainda mais o lixo que vai para o lixão. “Eu percebi com a mamãe que, com a separação do lixo comum e o reciclável, fica bem menor o lixo que vai para o lixão e, com isso, diminui a poluição e muitas pessoas são beneficiadas”, concluiu.

Consciência ambiental é coisa de criança, sim

A Emanuela Campanholi já aprendeu tanto sobre a importância de se preservar o meio ambiente que decidiu escrever uma cartinha para o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga. Nela, a estudante do 3º ano explica sobre os impactos do lixo no meio ambiente e esclarece sobre a correta destinação destes resíduos. A Manu ainda ilustra o problema dos lixões com um desenho, demonstrando que o não cumprimento das regras pode prejudicar a vida de todos. (Kally Momesso)