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Museu preserva a história da Estrada de Ferro

Antiga residência do engenheiro da Sorocabana guarda acervo de documentos e muitos utensílios de época

06 de Março de 2022 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]
Relógios e até uma bilheteria recriam ambiente das velhas estações.
Relógios e até uma bilheteria recriam ambiente das velhas estações. (Crédito: PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022))

Você sabia que Sorocaba já teve uma ferrovia que levava o nome da cidade? A Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) foi construída no século 19 e, com outro nome (Malha Oeste) e proprietários, segue em funcionamento até hoje na cidade. O primeiro trecho foi inaugurado em 10 de julho de 1875 e ligava a capital da província de São Paulo a Sorocaba. Depois disso, a Sorocabana se expandiu por grande parte do oeste e interior paulista. Um símbolo de Sorocaba, a estrada de ferro está no coração dos sorocabanos. Inclusive, a cidade conta com um museu e uma associação para preservar esse período que impulsionou a economia e teve grande importância no desenvolvimento de Sorocaba.

Aparelhos da ferrovia compõem a exposição permanente do museu. - PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022)
Aparelhos da ferrovia compõem a exposição permanente do museu. (crédito: PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022))

Para conhecer um pouco mais sobre a história da ferrovia, o Cruzeirinho visitou o Museu da Estrada de Ferro Sorocabana (MEFS). O espaço fica no Jardim Maylasky, em homenagem ao fundador da Estrada de Ferro Sorocabana, e busca preservar a memória da ferrovia com uma exposição permanente. Entre os itens do acervo estão relógios, máquinas de escrever, cadeiras, mobílias, vestimentas, mapas, documentos, maquetes, entre outros objetos que eram utilizados na estrada de ferro.

O espaço foi inaugurado em 1997 em uma casa que era utilizada por engenheiros da ferrovia. De estilo arquitetônico inglês, a casa foi construída utilizando cal e tijolos confeccionados pelos funcionários da Companhia Sorocabana. Já as telhas são originalmente francesas, vindas de Marselha. Os 11 cômodos são ocupados com objetos que contam a história da ferrovia. O que mais chama a atenção dos visitantes é o escafandro, um antigo traje de mergulho de borracha e latão que era utilizado para realizar as instalações da ferrovia embaixo d’água.

As irmãs Akemy e Nayumi Sabanae, de 13 e 15 anos, conheceram o museu em uma atividade de férias. - PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022)
As irmãs Akemy e Nayumi Sabanae, de 13 e 15 anos, conheceram o museu em uma atividade de férias. (crédito: PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022))

As irmãs Nayumi e Akemy Sabanae, de 15 e 13 anos, respectivamente, conheceram o museu pela primeira vez em uma atividade de férias, realizada no início do ano. Ao conhecer o acervo, as meninas se interessaram um pouco mais sobre a história da ferrovia. “Achei interessante. A minha parte preferida foi onde estão as máquinas de escrever. A caneta de pena dourada também achei bem bonita”, conta Akemy. Nayumi concorda ao dizer que a indicação da tia para conhecer o museu valeu a pena. “Antes não conhecia muito sobre a ferrovia. Eu gosto de saber sobre a história e os acontecimentos do passado”.

As irmãs Akemy e Nayumi Sabanae, de 13 e 15 anos, conheceram o museu em uma atividade de férias. - PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022)
As irmãs Akemy e Nayumi Sabanae, de 13 e 15 anos, conheceram o museu em uma atividade de férias. (crédito: PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022))

A Sorocabana

O aumento da produção agrícola no oeste de São Paulo, durante o século 19, estimulou os investimentos em construção de ferrovias, já que o transporte das cargas -- que até então era feito com o auxílio de animais, como burros e cavalos -- não era mais suficiente para escoar os produtos. Com isso, empreendedores locais, liderados pelo húngaro Luiz Matheus Maylasky, se organizaram para a construção de uma estrada de ferro para transportar a produção agrícola da região de Sorocaba.

Depois da inauguração do primeiro trecho, a Sorocabana começou a se expandir por grande parte do oeste e interior paulista, impulsionando o crescimento populacional do Estado de São Paulo e, até mesmo, a fundação de alguns municípios. Que demais, né? Inclusive, na década de 20, a Sorocabana chegou até a cidade de Presidente Epitácio, divisa com o Mato Grosso do Sul, e também à divisa com o Estado do Paraná.

Exposição ‘Construindo a ferrovia’

Museu fica no Jardim Maylasky, na rua Álvaro Soares. - PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022)
Museu fica no Jardim Maylasky, na rua Álvaro Soares. (crédito: PEDRO HENRIQUE NEGRÃO (28/1/2022))

Quem passar pelo Museu da Estrada de Ferro Sorocabana (MEFS) até o mês de outubro pode conferir a exposição “Construindo a Ferrovia”. A mostra apresenta como a ferrovia Sorocabana foi sendo erguida ao logo dos anos e expõe materiais, técnicas e instrumentos utilizados nestas “epopeias”, que foram as construções das estradas de ferro no Brasil. A exposição é gratuita e está aberta ao público de terça a sexta-feira, das 10h às 16h. Grupos ou escolas interessados em fazer uma visita monitorada e conhecer a exposição poderão fazer o agendamento pelo e-mail: [email protected]. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (15) 3231-1026 ou pelo e-mail: [email protected]. O MEFS está localizado no Jardim Maylasky, na rua Álvaro Soares, nº 533, no Centro. (Jéssica Nascimento)

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