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Crianças

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

06 de Março de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação)

Parece brincadeira, mal passamos pela pandemia e já nos deparamos com uma guerra. É difícil entender como isso é possível nos dias de hoje, quando os homens já deveriam ter encontrado um meio mais razoável de superar suas diferenças.

Embora estejamos bem longe da Rússia e da Ucrânia e não façamos parte desta guerra, não deixamos de estar envolvidos e sofrer pensando nas suas consequências. A tensão chega até nós pelos meios de comunicação que estão sempre mostrando imagens de devastação. Assim sendo, é importante que os pais estejam atentos às crianças, ajudando-as a entender com tranquilidade o que está acontecendo. Para que elas percebam que estão seguras, mas que também não deixem de ter noção do quanto ainda há desumanidade.

O livro que trago hoje é um exemplo de como tratar um tema tão delicado de modo assertivo. Em 1973, há quase 50 anos atrás, o Palácio da Moeda no Chile era bombardeado por aviões das forças armadas e o presidente Salvador Allende foi deposto do poder por meio de um golpe militar. Era o início da ditadura chilena, período en que os opositores do governo foram duramente perseguidos, dados como desaparecidos e milhares perderam suas vidas, o que pode ser comparado a uma guerra.

E como a guerra não escolhe suas vítimas, entre os desaparecidos estavam 34 menores de 14 anos. “Crianças”, de Maria José Ferrada e María Elena Valdez, publicado pela Editora Pallas, é uma homenagem a essas crianças chilenas, que nas suas páginas ainda sonham, brincam e vivem. Uma recordação e um alerta, para que jamais esqueçamos que as crianças merecem o melhor da vida, e não devem jamais pagar pela crueldade dos adultos. Como diria uma música antiga, “O Senhor da Guerra não gosta de crianças”.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.