Eu já li
Crianças como você
Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

Acho maravilhoso o mundo ser tão grande e diverso. Acho mais maravilhoso ainda imaginar que as crianças, mesmo vivendo nos mais diferentes países, nas mais diferentes culturas, possuem em comum a alegria de estrear na vida. Gosto de pensar que as crianças tem um caminho todo pela frente, e podem, com sorte, dedicar seu tempo a um tipo de felicidade que só é possível na infância: descobrir a beleza das coisas corriqueiras do dia a dia.
Esse é um livro que teve sua primeira edição publicada em 1995 pela editora Ática em parceria com o Unicef, o Fundo das Nações Unidas. A publicação, uma celebração a infância do mundo todo, emociona ao apresentar tanta variedade de corpos, etnias, cores e tradições. Lá você pode conhecer, por exemplo, Celina Tembé, uma menina brasileira de origem indígena que vive numa aldeia do estado do Pará, às margens do rio Guamá. A família de Celina se alimenta de peixe e mandioca, toma banho de rio e mantém a tradição de pintar o corpo com urucum, retirado da floresta.
Na edição de 2019 o propósito é o mesmo: apresentar crianças das mais diversas localidades do planeta, mostrando seu modo de vida, seus hábitos, sua escola, sua família. Quem me chamou atenção nessa edição foi o menino Joshua, de 8 anos, que vive no deserto de Kalahari, em Botsuana. Joshua adora música e até inventou um instrumento musical feito de lata e barbante. Ele costuma tocá-lo para a família e os amigos. Na sua casa não há televisão nem computador, ele se distrai com as histórias contadas pela avó, e adora.
Tantos adjetivos a dar a esse livro mas talvez o mais acertado a usar é: imperdível. Folheá-lo é se dar conta da infinitude humana e da esperança que cada criança carrega nos olhos.
Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.