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Infância é inspiração para poesias de jovem sorocabano

31 de Outubro de 2021 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]
Herbert Moya Freire tem 16 anos.
Herbert Moya Freire tem 16 anos. (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)

Palavras, versos, estrofes e um pouco de inspiração dão vida a uma poesia. É assim que o estudante Herbert Moya Freire, de 16 anos, cria seus poemas. O aluno da ETEC Rubens de Faria e Souza, que começou a escrever poesias na pandemia, já publicou um livro com todas as suas obras, chamado Aurora. A parte mais legal é que a equipe do Cruzeirinho recebeu alguns dos poemas do autor que retratam a infância, como esse ao lado.

Herbert começou a escrever os poemas voltados ao público infantil depois de publicar o primeiro livro. Isso porque, para ele, as crianças são mais espertas que os adultos e não têm preconceitos. Desde então, o adolescente se diverte escrevendo poemas. “A poesia é uma maneira elegante que encontrei de expressar minha imaginação, meus devaneios sobre o mundo. Eu acredito que o mundo é vivo, cabendo à nós dar-lhe significado. Em meus poemas eu estimulo diferentes interpretações dos leitores, criando narrativas divergentes”, afirma. E você, já se escreveu um poema? (Jéssica Nascimento)

Couve-flor

Miguel não queria
Comer couve-flor.

“Come filhão;
São arvorezinhas
Preparadas com amor.”

“É mentira!
Tá enganado!
Se fossem arvorezinhas,
Já teriam desmatado!”


Pássaro Azul

Hoje eu conheci
Um amigo incomum
Um passarinho azul
Nos arbustos do jardim.

Ele me contou
Quantos mundos visitou
E os mares que atravessou
Com suas asas azuis.

Disse ter conhecido
De Mercúrio à Netuno
E o resto do céu noturno
Com seus olhos azuis.

Falou ter visitado
Todos os países da Terra
Dos pacíficos aos em guerra
Com suas pernas azuis.

Interrompi o passarinho
Pedindo alguma fotografia
Dos lugares que conhecia
Para ele me mostrar.

O pássaro ficou mudo
Corou de envergonhado
Disse estar apressado
E sumiu no céu azul.

 

Chuvarada

Quando o chuvisco
Tornou-se chuvarada
A gentinha saiu correndo
Com medo de ser molhada.

Menos o Seu Francisco.

“É um louco!” disse um
“É um doido!” disse outro
“Vai ficar todo molhado”
“Que homem abestalhado!”

Seu Francisco alegou
Ser mais esperto que todos
“Economizo uma ducha”
“E compro um carro novo.”

“É um gênio!” disse um
“É um crânio!” disse outro
E a gentinha pulou na chuva
Tomando banho pela rua.