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Dia das Crianças: festa para os pequenos e boas memórias para os adultos

Os momentos que vivemos na infância ficam guardados para sempre na memória, independentemente da idade

10 de Outubro de 2021 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]
João Pedro Marconato Negrão, de 9 anos:
João Pedro Marconato Negrão, de 9 anos: "adultos são tristes e as crianças têm vida". (Crédito: CORTESIA)

Do nascimento até a idade adulta, uma pessoa passa por diferentes fases ao longo da vida. Mas o período que mais fica marcado na memória é a infância, tempo em que tudo se torna brincadeira. Isso porque essa é a fase onde aprendemos, fazemos amigos, descobrimos coisas novas e nos aventuramos no mundo da imaginação, aproveitando cada minuto do dia. Não é à toa que todos esses momentos ficam guardados para sempre na memória. E todos eles voltam à tona no Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro. Para as crianças, essa é uma das datas mais esperadas do ano. Já para os adultos, é um dia para reviver as lembranças do passado.

O historiador José Rubens Incao transformou os ensinamentos da juventude em herança cultural a ser transmitida aos filhos. - CORTESIA
O historiador José Rubens Incao transformou os ensinamentos da juventude em herança cultural a ser transmitida aos filhos. (crédito: CORTESIA)

Brincadeiras na rua, comidas compartilhadas, passeios em família e muitas histórias marcaram a infância do historiador José Rubens Incao, responsável pela Biblioteca Infantil Municipal. Filho de pai ferroviário e mãe costureira, o mais novo dos cinco irmãos se divertia ao compartilhar muitas histórias com a família. “Tanto meu pai quanto minha mãe eram grandes contadores de história. E a cidade virava uma grande praça de brincadeira”. Aos sábados, lembra, a família se reunia para ouvir músicas. “Meu avô tinha uma vitrola. Meus pais cantavam e dançavam. Tudo isso era alimento na infância, não só as comidas, mas também as histórias e as músicas”.

José Rubens Incao. - CORTESIA
José Rubens Incao. (crédito: CORTESIA)

Entre as memórias de infância, José Rubens inclui as viagens em família para visitar os parentes em São Paulo, que ainda eram feitas de trem. Desde pequeno, José Rubens aprendeu com o pai a consertar as coisas. Já com a mãe, aprendeu a preparar diferentes receitas. E muitos desses ensinamentos ele levou para a vida adulta. Hoje, ele compartilha essas lições com os filhos. “Tudo isso é herança cultural, feita através do contato com outras pessoas”, destaca ao dizer que a infância é um momento de grande aprendizado. “Uma comida, uma música, um brinquedo, um passeio... Tudo isso torna as pessoas mais generosas e compreensivas”.

Enrico Fasolim, de 10 anos, lembra que infância também tem horas difíceis. - CORTESIA
Enrico Fasolim, de 10 anos, lembra que infância também tem horas difíceis. (crédito: CORTESIA)

E assim como José Rubens, as crianças de hoje também colecionam boas memórias que levarão para o futuro, quando se tornarem adultas. O Enrico Fasolim Ribeiro, de 10 anos, que está no 4º ano do Ensino Fundamental 1, pretende lembrar da infância de uma forma boa. “Quero lembrar dos meus amigos, que brinquei bastante e aproveitei”. Apaixonado por jogos eletrônicos, como é possível ver pela estampa da máscara, Enrico acredita que continuará jogando vídeo game até quando for adulto. “Os jogos vão marcar bastante minha vida. E quando eu jogar, vou lembrar de quando era criança”.

Com os joelhos ralados, Enrico diz que a infância também traz memórias tristes, como os machucados, que são consequência de algumas brincadeiras. Outra lembrança triste de Enrico vai ser a pandemia. “O meu tio morreu por conta do coronavírus. Vou lembrar de como foi a pandemia, justamente por causa do meu tio”, afirma. Porém, quando crescer, o menino acredita que tudo isso que estamos vivendo vai ficar no passado. Mas, antes de se tornar um adulto, Enrico pretende aproveitar ao máximo cada minuto de sua infância. “Eu gosto de ser criança porque dá para brincar bastante, fazer amigos. Eu gosto da escola, de estudar. Quero aproveitar mais”, afirma.

O próprio Cruzeirinho é uma lembrança para Sophia Assis, de 8 anos. - CORTESIA
O próprio Cruzeirinho é uma lembrança para Sophia Assis, de 8 anos. (crédito: CORTESIA)

A Sophia Dorte de Assis, de 8 anos, matriculada no 3º ano do Ensino Fundamental 1, já coleciona boas memórias da infância. Isso que a menina ainda tem um bom tempo para aproveitar “a melhor fase da vida”, como diz ela. “Eu gosto de ser criança porque eu brinco bastante e tenho muita energia. Eu quero que demore para eu ser adulta”. Entre as memórias de Sophia, uma vai ficar guardada para sempre: o dia em que trincou o dedo do pé brincando na cama elástica com a prima. “Também vou lembrar das viagens em família. E de quando meu desenho saiu no Cruzeirinho. Minha mãe guardou as páginas em casa”, destaca.

Mais do que poder brincar a qualquer hora, na infância as crianças também podem aproveitar a vida sem preocupações. Não é mesmo? É por isso que para o João Pedro Marconato Negrão, de 9 anos, que está no 3º ano do Fundamental 1, ser criança é bem melhor do que ser adulto. Ele diz isso por conta do jeito que os adultos interagem com o mundo. “Os adultos são tristes e as crianças têm vida. Quando chega uma conta de banco, pronto, acabou o mundo para eles. E uma criança vê uma conta, é só uma conta. Os adultos se importam muito com o dinheiro e esquecem do resto”, explica. Por esse motivo, João quer aproveitar muito enquanto ainda é uma criança. “Eu quero demorar bastante para crescer, porque a vida é só uma. E a infância não dura para sempre, depois dos 18 anos não é mais criança”, reforça.

João, que adora ler, apreciar objetos antigos e descobrir coisas novas, pretende brincar até quando puder. “Isso vai durar bastante tempo”, garante. E quando chegar a hora de se tornar um adulto, João acredita que vai sentir saudade do tempo em que era criança. “Como eu gosto bastante de jogos de carro, eu vou ser piloto de corrida para lembrar da infância”. Entre as memórias favoritas dos tempos de criança, João destaca os dias de passeio pelo sítio do avô, as histórias contadas pela mãe, os ensinamentos do pai sobre objetos antigos e o aniversário de 8 anos, quando ganhou tantos presentes que quase não cabia na mesa. “Quando lembrar desses momentos, eu vou ficar bem feliz”. E você, quais memórias terá da infância? (Jéssica Nascimento)

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