Buscar no Cruzeiro

Buscar

Cruzeirinho

Como será o mundo daqui para frente?

Crianças criam "cápsula do tempo" para refletir sobre os efeitos do tempo em suas vidas

12 de Setembro de 2021 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]
A cápsula é feita de um um tubo de PVC e reúne memórias que marcaram a quarentena: fotos, cartinhas, máscaras, memes e até um exemplar do jornal Cruzeiro do Sul.
A cápsula é feita de um um tubo de PVC e reúne memórias que marcaram a quarentena: fotos, cartinhas, máscaras, memes e até um exemplar do jornal Cruzeiro do Sul. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021))

Nos últimos meses, estamos vivendo um momento marcante na história da humanidade. Com a pandemia de Covid-19, foi preciso nos adaptar, acompanhando as mudanças que definiram novas maneiras de nos relacionarmos e vivermos. Mas, ao longo dessas mudanças, você já parou para pensar em como será o mundo daqui para frente?

Como não temos o poder de prever o futuro, só podemos responder essa pergunta com previsões. E só saberemos se elas realmente estarão certas quando o futuro chegar. Mas durante o passar dos anos, muitas coisas mudam. Você já parou para pensar quais são os efeitos do tempo em nossa história? Certamente o passar dos segundos, minutos, horas, dias, meses e anos interferem, e muito, na vida das pessoas.

E para lembrar desse período que estamos vivendo, os alunos do Colégio Nova Escola decidiram criar uma cápsula do tempo. A atividade, proposta pela professora Tatiane Reis, fez com que a turma pensasse sobre o futuro e também refletisse sobre os efeitos do tempo em nossas vidas. “Eu já tinha feito essa atividade com uma outra turma. Os alunos descobriram, procuraram no jornal e gostaram da ideia, principalmente por conta da pandemia”, destaca.

Frederico Serpa Viana, de 10 anos. - FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021)
Frederico Serpa Viana, de 10 anos. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021))

Foi assim que os oito alunos do 5º ano do Ensino Fundamental 1 reuniram em um tubo de PVC memórias que marcaram a quarentena. Entre os itens selecionados, estão fotos com a família, fotos da turma, com e sem máscara, cartinhas para lerem no futuro, uma máscara com o logo da escola, memes da turma escritos pelos alunos e um exemplar do jornal Cruzeiro do Sul. Depois de fechar o tubo, as crianças o enterraram na escola, ao lado da quadra de esportes, e só vão tirá-lo de debaixo da terra daqui quatro anos, no dia 21 de maio de 2025.

Antônio Bertognoli Menezes, 10 anos. - FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021)
Antônio Bertognoli Menezes, 10 anos. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021))

A parte mais legal é que apesar das dificuldades da pandemia, toda a turma se divertiu ao guardar as lembranças da sala na cápsula. É o que conta o Antônio Bertognoli Menezes, de 10 anos. “Colocamos coisas para mostrar o que estamos vivendo. Foi bem divertido. Gostei muito de participar”. Para o Frederico Serpa Viana, de 10 anos, a parte mais legal foi reunir os memes da turma. “A nossa sala é muito engraçada. A gente tem um monte de memes, de coisas engraçadas que acontecem na classe. Colocamos tudo dentro da cápsula para não esquecer”.

Alice Machado e Silva, de 11 anos. - FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021)
Alice Machado e Silva, de 11 anos. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021))

Mais do que uma simples atividade realizada no colégio, a cápsula do tempo também trabalhou o emocional das crianças. “A professora deu a ideia de guardarmos nossas memórias dentro da cápsula. E como muitos já não vão estar mais aqui, ela é um motivo para a gente se reencontrar daqui quatro anos”, destaca Alice Machado e Silva, de 11 anos, ao contar que a turma incluiu uma carta falando o que esperava para os próximos anos.

Isabella Lara Souza Mesashi, 10 anos. - FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021)
Isabella Lara Souza Mesashi, 10 anos. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021))

Em muitas dessas cartinhas, os alunos desejaram que a pandemia passasse logo. A Isabella Lara Souza Mesashi, de 10 anos, escreveu sobre os seus sentimentos. “Eu pedi que meus pais estejam bem. Também coloquei fotos da minha família, porque eles são muito importantes para mim”, reforça. O Gustavo Pioturini Pedroso, de 11 anos, também contou como se sentia na cartinha. “Falei sobre coisas pessoais, que estão acontecendo agora, como a pandemia”, lembra ao dizer que a atividade será importante para ele lembrar como foi esse período.

Até porque, conforme diz a Nicoly Meireles de Paula, de 10 anos, a atividade foi uma forma de deixar registrado tudo o viveram até o momento. “Eu sempre quis fazer uma cápsula do tempo. Achei muito bacana. Na carta, escrevi coisas que quero para o futuro e as coisas que faço hoje”. O Cauã Borges Commar, de 11 anos, achou que a cápsula foi uma ótima ideia. “Quando crescermos, vamos relembrar daqui, da escola, da classe e do passado”, completa.

Depois de fechar o tubo, crianças o enterraram ao lado da quadra de esportes onde ficará por 4 anos. - FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021)
Depois de fechar o tubo, crianças o enterraram ao lado da quadra de esportes onde ficará por 4 anos. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (3/8/2021))

Quando chegar a hora de abrir a cápsula do tempo, os alunos esperam que o mundo esteja melhor e que a pandemia já tenha se tornado um episódio do passado. “Fizemos isso para nos rever sem máscaras. Vamos comemorar quando tudo passar”, conta João Pedro Escobar Ferreira, de 10 anos. Para os alunos, no futuro, o momento de abertura da cápsula vai ser muito especial e emocionante. “Com certeza vamos chorar, nos abraçar e lembrar de tudo que enfrentamos”, imaginam. A turma também espera que daqui quatro anos as pessoas sejam mais conscientes e valorizem as pequenas coisas, como a vida e a natureza. E você, já pensou em fazer uma cápsula do tempo? (Jéssica Nascimento)

Galeria

Confira a galeria de fotos