Quando juntamos criatividade com papel, canetas e lápis de cor podemos transformar uma simples folha em branco em uma obra de arte. É isso que as crianças, e até os adultos, têm feito durante a oficina de pintura gratuita que está rolando no Shopping Iguatemi Esplanada. As aulas, ministradas pelo artista plástico sorocabano Paulo Roberto Giavoni, fazem parte da mostra “O mundo cabia na minha rua”, uma exposição com mais de 40 telas que trazem as primeiras lembranças do artista.

Apaixonado pela arte, o artista desenha desde os 4 anos e a partir dos 8 começou a pintar seus primeiros quadros. De acordo com Paulo, crianças têm facilidade para desenhar. Isso porque, se formos analisar, para escrever a criança precisa desenhar as letras. “Primeiro, ela aprende a desenhar, depois a escrever”. Inclusive, Paulo destaca que quanto mais uma criança praticar a pintura e o desenho, mais ela desenvolverá essa habilidade. “A criatividade e a imaginação brotam, crescem e se desenvolvem a partir dos treinos, da arte e da vontade de se aperfeiçoar em determinada área”, frisa.

As obras de Paulo são inspiradas no cubismo, um movimento fundado pelo pintor Pablo Picasso, em que o estilo de pintura é caracterizado pelo uso de formas geométricas. Apesar de ser muito famosa, muita gente ainda não conhece a técnica ou a contribuição de Picasso para a arte mundial. Para ajudar jovens e crianças a entrar no mundo das artes, o artista dá dicas de pintura e desenho durante a oficina, que acontece no Espaço Cultural do Shopping Iguatemi Esplanada, seguindo todos os protocolos sanitários. As aulas estão abertas ao público às sextas-feiras, sábados e domingos, das 14h às 18h, até o dia 15 de agosto.

Mais de 350 pessoas já passaram pela oficina e coloriram os desenhos, dando uma nova versão aos trabalhos expostos na mostra. As aulas começam com um tour pela exposição para uma breve explicação sobre arte e pintura. Em seguida, as crianças recebem o mesmo desenho das telas, mas apenas com um contorno para que pintem e criem à vontade. Depois de pronto, todos os trabalhos ficam expostos no espaço e passam a fazer parte da mostra. “Na oficina, cada um, dentro do seu limite, intenção e vontade, colore um desenho e com isso ajuda a colorir a pandemia”, explica Paulo.

E quem participa fica encantado com o resultado da própria obra de arte. Um exemplo é a Angelina Ferraz Gurizan, de 8 anos, que por alguns segundos ficou admirando sua pintura depois de colar o desenho na parede da mostra. Angelina só descobriu a oficina quando viu os quadros da mostra em destaque no Espaço Cultural, enquanto passeava com a mãe no shopping. “Estava passando pelo corredor e eu achei que era um museu”, conta. A menina adora desenhar e até pensa em seguir carreira na área quando crescer. Toda detalhista, Angelina fez questão de colorir cada detalhe com muita paciência. “Eu achei muito legal. Me sinto tranquila quando estou pintando”.

As irmãs Manuela Fukui Sonoda, de 9 anos, e Sarah Fukui Sonoda, de 7 anos, também adoraram participar da aula de pintura. As duas, que nasceram no Japão, vieram de Ibiúna para passear no shopping e, de brinde, descobriram a oficina. “Foi muito legal”, contam. A irmã mais velha, Manuela, se inspirou no movimento cubista para colorir sua obra, que ficou cheia de personalidade. Para deixar a pintura ainda mais bonita, enquanto finalizada o desenho a menina incluiu um toque especial: pássaros no céu. “Eu amo pinturas. Gosto de colorir e colocar a minha imaginação no papel”.

Já Sarah conta que antes não gostava muito de colorir desenhos, até que começou a ter atividades de pintura na tarefa da escola. “Comecei me inspirar e no fim gostei de pintar”. Concentrada, a pequena se dedicou para colorir todos os espaços da folha e transformou o papel em uma linda obra de arte. “Foi bem legal”. Sarah até adotou uma técnica diferente para completar os espaços em branco, pintando o desenho com quatro lápis de cor, segurando todos juntos, na mesma mão. Boa ideia, né? Depois de pronto, Sarah e a irmã também colaram as pinturas na parede. “Todas ficaram muito lindas”, finalizam. (Jéssica Nascimento)