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Eu já li

Os irmãos Tuca e Lipe

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

11 de Julho de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação)

Eu não tive irmãos, o que eu acho, de verdade, uma pena. Deve vir disso a minha vontade de socializar tanto, de querer sempre ter gente por perto. E oposto do que muita gente diz, eu nunca fui mimada não. Pelo contrário, pouco vi alguém querer abraçar o mundo com tanto gosto, pelo menos essa era a sensação que eu tinha. Se eu tivesse tido irmãos, decerto esse sentimento teria sido compartilhado, dividido. Nesse livro o que mais se vê é esse compartilhamento entre irmãos: das brincadeiras, das risadas, das brigasà.

Tuca e Lipe são irmãos. Tuca é um menino que adora brincar, comer guloseimas, passear... e o Lipe também! Afinal, eles são muito parecidos, embora sejam também muito diferentes.

Às vezes até brigam, disputam lugar na janela do carro ou querem o mesmo pedaço de pizza. Mas quando se separam, nem que seja só por um tempinho, a saudade bate forte, aí eles têm seus jeitinhos de demonstrar o que sentem um pelo outro.

“Eu também” é um livro que as crianças pequenas vão amar, inclusive as bem pequenas, que ainda nem fizeram dois anos. Tanto que, quando eu o recebi, tratei de emprestá-lo a uma amiga que tem um bebê em casa. Mas será que o bebê entende o enredo de uma história? Precisamos pensar a leitura com o bebê -- não somente para que ele desenvolva sua fala e seu vocabulário, mas sim o gosto pelas histórias, a experiência de afeto agregada a esse momento.

Em uma narrativa singela, simples e delicada, Patricia Auerbach e Isabela Santos cativam os leitores ao mostrar como o poder dos gestos pode ser tão forte quanto o das palavras na hora de demonstrarmos afeto.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.