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Dia Mundial do Meio Ambiente

Reciclar o lixo é uma forma de preservar o meio ambiente

Quanto mais resíduos sólidos produzirmos, maior será o desmatamento da natureza

06 de Junho de 2021 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]
Mais de 30% de todo o lixo produzido pode ser reciclado.
Mais de 30% de todo o lixo produzido pode ser reciclado. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (28/5/2021))

Papéis, sacos plásticos, garrafas pet, latinhas de refrigerante, embalagens de alimentos, cascas de frutas e restos de comida. Diariamente, todos esses resíduos sólidos vão para o lixo. Você já parou para pensar na quantidade de lixo que uma pessoa produz por dia? Te desafio a prestar atenção em tudo que jogar na lixeira durante um dia inteiro. Topa? Essa é uma reflexão muito importante, principalmente para o meio ambiente. Afinal, quanto maior a quantidade de lixo produzida, maior será o desmatamento da natureza. A boa notícia é que grande parte dos resíduos que vão para o lixo podem ter um destino mais sustentável. Isso é possível quando colocamos em prática um dos três Rs da sustentabilidade, a reciclagem.

Afinal, mais de 30% de todo o lixo produzido pode ser reciclado. E as cooperativas de reciclagem são fundamentais nesse processo. Em Sorocaba, existem duas cooperativas. Uma delas é a Coreso, que há mais de 20 anos realiza a coleta seletiva na cidade. Lá, são recicladas mais de 120 toneladas de papel, plástico, vidro e metal por mês. Para entender como funciona o processo de reciclagem, o Cruzeirinho acompanhou o trabalho da cooperativa durante a coleta, separação e destinação dos materiais.

O processo começa em casa, quando os moradores fazem a coleta seletiva, separando o que pode ser reciclado, como papel, plástico, vidro e metal, do que não pode. Depois de tudo separado, é só entregar para a equipe da cooperativa, que passa uma vez por semana em frente às casas cadastradas para coletar todo o material, com o auxílio de um caminhão. Quando a equipe, formada por 95% mulheres, passa pelas ruas, uniformizada com a camiseta da cooperativa, os cooperados gritam bem alto “Coreso” e “coleta seletiva”, como forma de avisar os moradores que estão recolhendo os materiais recicláveis.

Depois de passar de casa em casa, a equipe volta para o barracão da cooperativa, que fica na Vila Colorau, para descarregar tudo o que arrecadou no dia. Com todo o material no barracão, é hora de realizar a separação. Para isso, o material passa por uma esteira rolante e uma equipe separa os itens por categoria, tipo e cor. Depois de tudo separado, os materiais são prensados e armazenados no barracão até serem vendidos para empresas especializadas no setor, que reutilizam ou transformam os recicláveis em novos produtos.

Quem explicou todo esse processo foi a presidente da Coreso, Áurea Aparecida Bueno. Segundo ela, a cooperativa consegue reciclar diferentes tipos de materiais, como isopor, papel, papelão, embalagens de plástico, caixinhas de leite, latas de alumínio, latas de metal, potes de vidro, fogão, geladeira e até resíduos eletrônicos, incluindo celulares, pilhas e baterias. “A Coreso tem um destino correto para tudo. Tudo que não estiver servindo na casa das pessoas, a gente traz para a cooperativa reciclar”, destaca ao dizer que é importante a colaboração da população nesse processo. “O nosso planeta está pedindo socorro há muito tempo. Essa é uma consciência que todo mundo deveria ter”, aponta.

Caleb de Castro Lopes, 10 anos, faz a coleta seletiva há três anos. - ARQUIVO PESSOAL
Caleb de Castro Lopes, 10 anos, faz a coleta seletiva há três anos. (crédito: ARQUIVO PESSOAL)

É pensando no planeta que o estudante Caleb de Castro Lopes, de 10 anos, que está no 5º ano do Ensino Fundamental no Colégio Politécnico, faz a coleta seletiva em sua casa há cerca de três anos. “A gente começou a fazer para ajudar o meio ambiente”. O menino conta que depois que a família adotou esse hábito, a quantidade de lixo produzida pelos moradores da casa diminuiu bastante. “Agora, a maior parte vai para reciclagem. A gente tá produzindo pouco lixo”.

Até o lixo orgânico é reaproveitado na casa de Caleb. “A gente faz adubo com os orgânicos, para usar nas plantas e na horta. A gente só descarta o lixo do banheiro. O restante a gente coloca na reciclagem e os orgânicos viram adubo”. De acordo com o estudante, plástico, papel e caixinhas de leite são os materiais recicláveis que ele mais acumula em sua casa. “Não é difícil separar o lixo, é bem legal fazer isso. Se cada um fizer a sua parte, o mundo fica bem mais limpo, além de ajudar a diminuir o efeito estufa e o aquecimento global. Eu acho que todo mundo deveria fazer isso em casa”, reforça.

Sofia Costa Talaia, 10 anos, separa materiais em casa antes do descarte. - ARQUIVO PESSOAL
Sofia Costa Talaia, 10 anos, separa materiais em casa antes do descarte. (crédito: ARQUIVO PESSOAL)

A Sofia Costa Talaia, de 10 anos, matriculado no 5º ano do Ensino Fundamental no Colégio Politécnico, também realiza a coleta seletiva em casa. Ela conta que sempre ajuda a avó a separar os materiais que podem ser reciclados. “A gente faz a reciclagem em casa há uns dois anos. É bem fácil. Eu achei bem legal, porque a gente consegue aproveitar bastante coisa que iríamos jogar fora. O lixo de casa diminuiu bastante”, destaca. Na casa de Sofia, as cascas de alimentos também se tornam adubos. “A gente coloca nas plantas”.

Sofia acredita que a reciclagem é muito importante para o meio ambiente. “As pessoas não devem jogar na rua os lixos, porque elas podem reciclar. Na maioria das vezes, os lixos que jogamos nas ruas vão parar em esgotos e em rios. Quanto mais vamos jogando lixo, mais vamos poluindo o planeta, os rios, os lagos e os oceanos”, afirma. Segundo Sofia, grande parte do lixo pode ser reaproveitada. “Em livros e na internet você acha várias dicas de como reaproveitar as coisas que joga fora”. E você, também faz a coleta seletiva?

Passarinhada virtual celebra a Semana do Meio Ambiente

Em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado ontem (5), a Prefeitura de Sorocaba preparou uma semana repleta de atividades para toda a família. Até o dia 12 de junho, haverá entrega de mudas de árvores, adoção de animais, caminhada, plantio, pedalada e muitas outras atividades on-line. Uma delas é voltada para o público infantil. No próximo sábado (12), das 10h às 12h, acontecerá o Clube de Observadores de Aves Kids (Coaves Kids).

A atividade será on-line, dedicada às crianças, pelo Google Meet. Os interessados em participar devem realizar as inscrições até 11 de junho, pelo e-mail: [email protected]. Lembrando que as inscrições devem ser feitas pelos pais ou responsáveis, informando nome, endereço completo e um número de telefone com WhatsApp. Já anota na agenda para não esquecer. 

Sorocabano produz quase 1kg de lixo por dia

Em Sorocaba, de acordo com as informações da Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo), cada habitante gera em torno de 800 gramas de lixo diariamente. Quando consideramos a cidade toda, o montante de lixo produzido por dia é de aproximadamente 550 toneladas. Isso significa que os sorocabanos produzem cerca de 16.500 toneladas de lixo por mês e mais de 190 mil toneladas de lixo por ano. Uau! É muito lixo, não acha? E de todo esse montante de lixo produzido, apenas 3% é reciclado, conforme os dados da Serpo. Que tal adotar esse hábito na sua casa e ajudar a aumentar esse número? (Jéssica Nascimento)

Decomposição pode levar mais de mil anos

Com a reciclagem, é possível reduzir o número de materiais que irão se decompor no meio ambiente. Isso porque grande parte dos materiais leva muito tempo para completar o processo de decomposição. Um copinho de plástico, por exemplo, leva em torno de 200 a 450 anos para se decompor. Muito tempo, não acha? Na tabela abaixo, você confere o tempo que cada material leva para se decompor.

Materiais.......................Tempo de decomposição

Papel............................De 3 a 6 meses
Tecido...........................De 6 meses a 1 ano
Madeira pintada..............Mais de 13 anos
Metal............................Mais de 100 anos
Alumínio........................Mais de 200 anos
Plástico.........................Mais de 400 anos
Vidro.............................Mais de 1000 anos
Borracha.......................Tempo indeterminado

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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