Separando ou enfeitando, o biombo segue atual
Casacor São Paulo 2018. Lavabo dos Encontros - Jean de Just. Crédito da foto: Divulgação
Os biombos nunca foram apenas mais um ítem do mobiliário, como uma poltrona ou uma estante - eles, por definição e por sua própria estrutura, separam, ocultam, protegem. Separam espaços; ocultam pessoas, cofres, passagens; protegem de olhares. Numa sociedade mais puritana, trocava-se de roupa atrás dele, mesmo num quarto de casal.
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Sua mobilidade, praticidade e sutileza os diferenciam das cortinas - um de seus usos, nada doméstico, é em hospitais, separando camas, por exemplo. Vamos falar um pouco deles, com informações da própria redação do Cruzeiro do Sul, e outras buscadas na internet e em reportagens variadas.
Biombos japoneses, Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa . Crédito da foto: Divulgação
Um biombo é um objeto geralmente movível, formado, comumente, por três painéis retangulares e estruturados - uma armação de bambu ou madeira, que suporta um material mais leve, como seda, papel ou vidro. Painéis estes unidos por dobradiças ou dispositivos semelhantes, que permitem que o biombo assuma formas diferentes . Originaram-se na China Antiga, de onde se espalharam pelo resto do Leste Asiático, Europa e outras regiões do mundo. O nome parece vir da língua japonesa: ‘biô-bu‘ (byobu).
Casacor São Paulo 2018. Casa da Árvore Renault - Suite Arquitetos; biombo usado como peça decorativa. Crédito da foto: Divulgação
Os primeiros biombos tinham uma tela única, e surgiram em torno de 250 anos antes de Cristo - os dobráveis apareceram uns cincoenta anos depois.Desde sua aparição chinesa até a bem pouco tempo atrás, em torno dos anos 30 ou 40 do século passado, eles foram suportes para a arte e o artesanto - seja como peças decorativa, seja como suportes para obras que resistiram aos séculos.
Bambu, madeira laqueada, seda, papel, madrepérola, marfim - não importa o material, também fizeram parte da trama de muita literatura oriental.
Biombo com estampa florida cobrindo todo o painel. Crédito da foto: WWW.ELO7.COM.BR/BIOMBO-FLORINDA/DP/2E05FB
Já no século 6 da Era Cristã, eles se disseminaram pelo Japão - como tantos outros ítens da cultura chinesa. Dali, migraram para a Europa, já na Idade Média Tardia, lá pelos séculos 11, 12 e 13. Espalharam-se rapidamente pelo mundo ocidental - e sempre com admiradores que os percebiam como uma possibilidade de arcabouço para a arte, delicada e refinada, erótica, paisagística, decorativa . A grande estilista Coco Chanel era fã irrestrita - teve 32 deles!
Sua praticidade, adaptabilidade a uma grande variedade de materiais, possibilidades decorativas e relativo baixo custo, tornaram possível que, hoje, o biombo seja conhecido em todo o mundo.
Casacor Paraná 2018. Lounge Brasilidade - Vania Toledo Martins. Crédito da foto: Divulgação
No Brasil ele se tornou bastante conhecido com o início da imigração européia, frequentando casas bem mais simples que os palácios e palacetes da elite portuguêsa e colonial, a partir do século 18.
Não é um artefato de uso popular, nos dias de hoje, mas não exatamente por conta de seu custo. A questão está mais relacionada ao tamanho das moradias, que não comportam móveis ou estruturas que não sejam de uso óbvio e imediato.
Biombos japoneses, Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Crédito da foto: Internet
Mas ele, o biombo, resiste, e reaparece em novas formas, materiais e presenças artísticas. às vezes, nem tanto para separar, ocultar, proteger - mas simplesmente para enfeitar, alegrar, divertir. (Da Redação)
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