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Projeto de moradia indígena conquista prêmio do Instituto de Arquitetos do Brasil

19 de Janeiro de 2020 às 00:01

Projeto faz parte do conjunto de medidas para compensar prejuízos ambientais em obra de duplicação de ferrovia. Crédito da foto: Grupo Fresta / Divulgação

 

Um projeto de moradia indígena cuja implementação teve o apoio e o acompanhamento do Ministério Público Federal (MPF) foi premiado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil na categoria “Habitação de Interesse Social”.

O trabalho Moradia Guarani foi desenvolvido pelo Grupo Fresta e integra o conjunto de medidas que a empresa Rumo Logística está obrigada a financiar para compensar os prejuízos ambientais decorrentes de obras de duplicação na Malha Ferroviária Paulista desde 2014.

O projeto consiste na capacitação de comunidades indígenas das etnias Tupi e Guarani para a construção de habitações em áreas situadas nos municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo, Mongaguá, Praia Grande e Itanhaém, conforme a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal.

Comunidades indígenas do Estado de São Paulo foram capacitadas entre 2018 e 2019. Crédito da foto: Grupo Fresta / Divulgação

A consultoria técnica e de arquitetura realizada envolveu não só a elaboração de manuais com diretrizes para as edificações, mas também a promoção de oficinas nas quais os índios puderam aprender na prática como erguer as casas. Todo o processo foi conduzido com a participação direta das comunidades, respeitando suas demandas e tradições.

O projeto Moradia Guarani viabilizou ainda a compra dos materiais necessários e a organização dos mutirões que construiriam as casas. A etapa técnica foi desenvolvida ao longo de 2018. Em 2019, em visita às aldeias, membros da equipe responsável pelo projeto puderam constatar que diversas habitações já estavam em fase de implementação, seguindo os parâmetros definidos nos manuais.

A iniciativa de construção de moradias é parte do chamado “Componente Indígena do Plano Básico Ambiental (CI-PBA)”, sob responsabilidade da Rumo. Os projetos que o compõem foram definidos em conjunto com o Ibama, a Funai e o Comitê Interaldeias e vêm sendo alvo de acompanhamento do MPF para que sejam concluídos.

O projeto Moradia Guarani utiliza principalmente madeira e também argila para a construção. A definição dos materiais e soluções construtivas seguiu em alguns aspectos a tradição cultural guarani, mas em outros por opção dos próprios participantes das oficinas, adaptou novas demandas de formas de morar do que costuma ser o mais usual.

Manual para construção de moradia de “interesse social” está disponível gratuitamente. Crédito da foto: Grupo Fresta / Divulgação

Algumas moradias deveriam ser implantadas no térreo, outras seriam elevadas, devido a alguns casos de cheias de rios próximos a algumas aldeias que ocorrem eventualmente. Os manuais de construção do projeto Moradia Guarani podem ser consultados no site do Grupo Fresta. (Da Redação com informações do MPF)

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