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Há cuidados a serem observados para afastar cupins da madeira

01 de Abril de 2019 às 19:57

Muito cuidado com os cupins! Os cupins comem madeira para construir seus ninhos. Crédito da foto: Reprodução da Internet

Quais os cuidados que devemos tomar para conservar nossos móveis? O repórter, ao fazer a pergunta ao marceneiro José de Góes, esperava conselhos do tipo “passe cera de carnaúba”, "não deixe o sol bater”. Mas, a resposta passou longe desses cuidados.

“Proteja os móveis das revoadas de cupim, muito frequentes nessa época do ano, isso é o mais importante”. Nos meses de agosto a outubro, os cupins alados saem em revoada, milhares deles, para realizar a cópula e originar novos cupinzeiros. Nesse período, necessitam estar em contato com a madeira ou o solo. Todos os cupins são eussociais (ou seja, altamente organizados em suas sociedades), possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída por um casal reprodutor, rei e rainha, que se ocupa apenas em produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, responsáveis pela defesa da colônia.

Góes é enfático - nada ameaça mais nosso móveis de madeira maciça que essas térmites, siriris ou aleluias, como também são chamados. “Sabe aqueles bichinhos voadores que aparecem às centenas, e ficam voando em volta das lâmpadas, e depois perdem as asas? pois são eles”.

Muito cuidado com os cupins! Os túneis cavados pelos cupins são característicos e é por eles que os insetos devem ser combatidos. Crédito da foto: Reprodução da Internet

Ele esclarece que, se você vir dois deles andando pela parede, tenha certeza - é um casal à procura de um local para colocar seus ovos. Se encontrarem uma frestinha qualquer, se escondem e depois vão descobrir madeira, que é casa e comida para eles. Segundo Góes, passam através de qualquer tipo de proteção que tenha sido dada - verniz, tinta a óleo, cera, etc, “atrapalham, mas não impedem”. Vão cavando seus túneis e comendo a madeira no processo - aquelas bolinhas que encontramos embaixo dos móveis infectados, e que denunciam a sua presença, são suas fezes.

Podem botar até cinco mil ovos por dia, no processo de formação da nova colônia, cujos membros continuarão no processo de abrir caminhos e comer madeira.

Góes explica que a existência de muitas colônias urbanas nos dias de hoje se deve, também, à destruição do seu habitat no entorno das cidades. “Não há mais matas, árvores, então eles buscam território nas casas, em depósitos de entulho”.

Como resolver o problema

Muito cuidado com os cupins! As bolinhas que são encontradas embaixo dos móveis denunciam a infestação dos cupins. Crédito da foto: Reprodução Internet

Para Góes, é difícil a proteção. Teríamos que fechar portas e janelas, cobrir os móveis; “mas, mesmo assim, é quase impossível impedir que um casal ou outro invada algum móvel, batente ou esquadria”. E casas sempre fechadas começam a atrair outro problema - o bolor, ou mofo, que apodrecem a madeira.

Ele ensina que, para eliminar os cupins de um móvel infectado, a melhor maneira é injetar, com uma seringa, um produto que mate os insetos: “não adianta passar com pincel, ou injetar apenas um pouco. É preciso ter certeza de que o produto foi pelos túneis até atingir o centro da família do cupim. Pode ser gasolina, querosene, ou produtos específicos que são encontrados em lojas especializadas”.

Outra dica é: “não mate as lagartixas Elas devoram os cupins, são caçadoras especiais”.

O entalhador de Deus

Muito cuidado com os cupins! José de Góes, marceneiro e artesão, dá dicas para evitar os cupins. Crédito da foto: Antonio Geremias

José Aparecido de Góes, 67 anos, diácono da Igreja Basílica de São Miguel Arcanjo, na Região Metropolitana de Sorocaba, é marceneiro há mais de 40 anos. Autodidata, foi levado a essa condição depois de a Fundação Dom Aguirre, onde ele, no final dos anos 60 para os 70, havia prestado vestibular para Artes, anunciar que não poderia levar o curso à frente, por falta de alunos. “Decidi construir minha própria faculdade no dia a dia, aprendendo sempre com a ajuda de outros profissionais”. Marceneiro, sim, mas também um entalhador de altíssimo nível, com trabalhos espalhados pelo mundo, Góes prepara peças especiais para a inauguração de uma loja. (Antonio Geremias)

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