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Fluidez e um novo astral para o lar

28 de Junho de 2020 às 00:01

Fluidez e um novo astral para o lar Disposição dos móveis, cores, desorganização e acúmulo de objetos desnecessários: tudo influencia na energia da casa. Crédito da foto: Pixabay

Se alguém falar que insônia ou estresse pode ter relação com sua casa, você acreditaria? A maneira como se relaciona com ela -- seja pela disposição dos móveis, seja pelos objetos acumulados -- pode refletir no bem-estar. Para os mais místicos, um caminho é a prática do feng shui, que prega que a decoração de um ambiente -- cores, adereços, posição dos objetos -- gera um fluxo constante de sentimentos e percepções. Já os mais práticos podem se identificar com o método Konmari, idealizado por Marie Kondo.

“Isso traz felicidade?”, normalmente indaga Marie em seu programa da Netflix. O questionamento é feito em uma tentativa de evitar tudo aquilo que não é mais útil na casa e, claro, o excesso. “Todo mundo acha que o movimento é sobre jogar as coisas fora, mas, na verdade, é ficar com aquilo que alegra; justamente o oposto”, diz Mônica Vieira, especialista em organização formada no método Konmari.

O feng shui, por sua vez, é uma técnica milenar chinesa que nasceu com mestres taoistas que, a partir da observação da natureza, faziam uma análise do espaço onde as comunidades iriam viver, segundo explica a consultora Vera Souza.

Não é preciso escolher entre o feng shui e o método da organizadora japonesa -- se quiser, pode adotar ambos. A seguir, confira dicas para harmonizar a casa.

Só deve ficar aquilo que faz bem

Fluidez e um novo astral para o lar Para escolher quais objetos serão descartados, é importante observar item por item. Crédito da foto: Pixabay

Tudo o que você tem em casa deveria partir de uma escolha consciente. “Se tem alguém de que você não gosta muito, você se afasta. Dentro de casa, deveria ser a mesma lógica”, diz Vera Souza. Caso guarde um presente de que não gosta, um objeto que não usa ou algo quebrado, que tal se livrar de tudo? Ter somente aquilo que o representa e lhe faz feliz é o lema do método de Marie Kondo.

Para saber de quais objetos se livrar e conhecer mais seu próprio lar, é interessante observar item por item -- a organização deve ser por categoria, e não por ambiente. “Sempre há objetos que estão em mais de um ambiente. Por exemplo, um isqueiro, que é da cozinha e foi parar no quarto ao acender um incenso”, detalha Mônica Vieira, especialista em organização formada no método Konmari.

A primeira categoria deve ser roupas, o que inclui sapatos, vestimentas, cintos e bolsas. “Coloque todas em uma pilha só. O choque de ver tudo junto ajudará no processo”, diz Mônica. O que for sobrando, durante o processo, separe em caixas e não mexa. “O que faz o método funcionar é o foco. A categoria roupas, por exemplo, inclui bolsa, mas não o batom que você acha dentro nela”, orienta. Em seguida, arrume papéis, livros e objetos diversos.

A última -- e mais difícil - categoria são objetos com valor sentimental. “Tem gente que tem muita dificuldade de desapegar. Mas precisamos perceber que é um ciclo”, conta Mônica. O que liberta da sensação de culpa na hora de jogar fora ou doar, de acordo com ela, é agradecer.

É interessante também levar a própria natureza para dentro de casa. “Espada-de-são-jorge, lavanda, lírio-da-paz e jiboias são espécies bem legais”, indica Vera. Outra base essencial é deixar o espaço fluir pela casa, ou seja, não ter móveis maiores do que a casa pode acomodar e policiar a quantidade de objetos.

Harmonizar os espaços é a dica

Fluidez e um novo astral para o lar Nos banheiros, a tampa do vaso sanitário e as portas devem permanecer sempre fechadas. Crédito da foto: Pixabay

“A premissa do feng shui é a harmonização dos espaços com intenção de melhorar a circulação da energia vital, que chamamos de ‘chi’”, diz Elaine Gonzalez, da UMM Arquitetura de Interiores. Por isso, se a casa tem essa energia garantida, seus moradores também sentem a vibração. “Casa é -- ou deveria ser -- o lugar que a gente vai se reabastecer”, diz a consultora Vera Souza.

São várias vertentes que têm como base o feng shui. Uma delas utiliza o baguá, uma mandala octogonal que demonstra os nove setores importantes da vida: sabedoria, carreira, família, prosperidade, sucesso, relacionamento, criatividade, amigos e, no centro, a saúde. “Fazemos a leitura física desse espaço usando a planta baixa da casa, e ela nos mostra quais aspectos podem ter desafios”, conta Vera. “Eu leio os sinais -- uma parede descascando, uma infiltração, pode ser que eu tenha dificuldades no aspecto correspondente da minha vida.”

O fundamento é se espelhar na natureza e em seu equilíbrio. As forças yin e yang, por exemplo, mostram essa estabilidade. “A primeira seria a noite, o frio, o escuro. Já o yang seria o dia, claro, quente, aberto. Não existe um mais importante; existe a necessidade dos dois”, comenta Vera.

O quarto deveria ser o lugar mais yin da casa. Um pouco antes de dormir, é legal deixar a janela aberta, desligar o computador e até tirá-lo da tomada, se possível, para transformá-lo em um lugar de descanso. É indicado ter uma cabeceira e evitar que ela encoste em superfície com tubulação, o que ocorre quando a parede divide o quarto do banheiro, por exemplo. Coloque a cama em “posição de comando”, de forma que quem está deitado possa ver quem entra.

“Na cozinha, é importante observar a localização do fogão, que é símbolo de abundância”, sugere a arquiteta Elaine Gonzalez. O ideal seria ter uma cozinha em formato de ilha ou que o fogão fosse posicionado de forma que ninguém possa assustar o cozinheiro chegando por trás.

A sala deve ser pensada com a ideia de anfitrião. “Escolha móveis com escala adequada, tomando cuidado para não obstruir a circulação e deixar livre o caminho da porta de entrada”, indica Elaine.

Já o banheiro deve ser pensado como local de limpeza. Assim, tente deixá-lo relaxante com a ajuda de velas, aromas e plantas. “Recomendo também sempre fechar a tampa do vaso e a porta do local, pois ali existe um vórtice de energia muito forte para baixo, que pode sugar a energia boa”, explica Vera. (Ana Lourenço - Estadão Conteúdo)

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