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Como assentar (bem) porcelanatos? Uma escolha prática para revestir

19 de Abril de 2019 às 22:01

Como assentar (bem) porcelanatos? A beleza do porcelanato, assim como sua resistência, podem ser comprometidas por um assentamento mal feito. Crédito da foto: Reprodução da Internet

Os porcelanatos são uma escolha prática na hora de revestir. Mas seu assentamento deve ser feito com precisão e técnica, para não incorrer em erros que põem a perder as qualidades do produto. E, se conhecer essas técnicas é importante, há detalhes que podem fazer a diferença. “São procedimentos simples que diminuem a perda de material, melhoram a qualidade e eficiência da mão de obra e ainda potencializam o efeito estético das peças, levando em conta seu alinhamento, disposição e nivelamento”, pondera Simone Lourensi, design manager da Roca Brasil Cerámica.

Escolher o porcelanato correto para cada ambiente é essencial. Os porcelanatos técnicos, com alta resistência mecânica, são indicados para áreas com muito movimento. Os esmaltados, por sua vez, têm superfícies muito variadas. Lisas, ásperas, brilhantes ou mates, apresentam resistências (PEI) diferentes que devem ser observadas. Quanto maior o tráfego, maior deve ser a PEI, sendo 5 o nível máximo.

Com isso em mente, é possível pensar em um projeto de assentamento que ressalte as características visuais das peças escolhidas. “Detalhe que não pode passar despercebido é a orientação das peças, indicada na embalagem. Sempre simule a melhor disposição, valorizando os tons, faces e texturas”, explica Simone.

A paginação do piso

Paginação de pisos é o estudo que estabelece como vai ser o padrão ou o desenho do piso e, a partir daí, definir como será a instalação e o assentamento.

Atualmente a paginação é, na maioria das vezes, projetada em programas de computador que permitem a melhor simulação possível do resultado final.

A paginação deve levar em conta as dimensões de cada peça de revestimento, evitando excessos de cortes nelas e consequentes perdas na hora da instalação; distribuição dos cortes que deverão ser feitos nas peças - as inteiras devem ficar nos espaços de circulação mais intensa, enquanto as cortadas ficam reservadas para embaixo de móveis e cantinhos; tipo do piso e seu rodapé, ajudando a corrigir defeitos nas juntas das paredes com o chão.

Atenção para pisos com padronagens e detalhes: eles demandam um planejamento mais minucioso para evitar a desvalorização do desenho que formam e que está cheio de potencial decorativo.

Como assentar (bem) porcelanatos? A argamassa vai no chão e também no verso da peça na dependência do tamanho desta. Crédito da foto: Reprodução da Internet

“Com o aumento progressivo no tamanho das peças, torna-se cada vez mais importante definir o ponto de saída das placas e sua paginação, sempre tentando diminuir ou eliminar os recortes”, afirma o engenheiro Max Junginger, coordenador da Comissão de Estudos de Métodos de Instalação (CE 189) da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (https://www.aecweb.com.br/cont/m/ rev/como-assentar-pisos-ceramicos-e-porcelanato_12848_10_0).

“O assentamento diagonal pode disfarçar muito bem paredes fora de esquadro e é um excelente recurso para ambientes tortos”, avalia o engenheiro. A grande diferença para o assentamento das placas cerâmicas na diagonal está nos recortes que existirão nas quinas das paredes, o que torna a paginação uma etapa crucial para evitar problemas.

Um bom planejamento ainda leva em conta imprevistos ou perda de peças. Assim, o ideal é adquirir uma margem de 10% a mais de produto, garantindo que todos sejam do mesmo lote e tonalidade.

Caimento

O profissional instalador precisa cuidar para que o caimento (essencial para que a água, na hora de lavar, escorra para o lado certo) seja feito no contrapiso e nunca no enchimento com a argamassa colante. O local do ralo no piso deve ser definido antes de se iniciar o processo de assentamento.

“Caso grandes placas sejam mantidas inteiras, o caimento próximo ao ralo pode ficar comprometido”, diz Junginger; uma das soluções é ajustar as peças de maneira que o ralo fique exatamente na quina que une quatro placas adjacentes. Outra possibilidade é posicionar o ralo no meio de uma peça e cortá-la em ‘X’, formando quatro triângulos.

Argamassa

Escolher a argamassa correta é essencial, pois revestimentos cerâmicos possuem uma grande variação de porosidades e aderências:

ACI: aplicação indicada para ser aplicada apenas em cerâmicas, na área interna

ACII: mais aderente, é indicada para aplicação interna ou externa

ACIII: muito resistente, é indicada para todos os formatos, para paredes e pisos internos, externos e fachadas

Ainda existe uma argamassa específica para assentar o piso sobre um piso já existente.

O ideal é preparar material o suficiente para ser consumido em até duas horas, para que o produto não perca suas propriedades ao ficar exposto ao ar.

Vale ressaltar que a aplicação da argamassa varia de acordo com o tamanho das peças. Para formatos menores do que 30 x 30 cm, a argamassa deve ser aplicada apenas no contrapiso. Para formatos maiores, por sua vez, deve-se aplicar tanto na superfície de assentamento, quanto no fundo da peça.

Assentamento

Como assentar (bem) porcelanatos? As peças plásticas -- espaçadores -- mantêm as juntas iguais em sua largura, e as cunhas garantem que estejam no mesmo plano. Crédito da foto: Reprodução da Internet

Na hora de dispor as peças, o ideal é iniciar pela extremidade rente à parede, usando-a de guia. Espaçadores plásticos garantem o espaçamento correto entre as peças e são indispensáveis, especialmente para grandes formatos. É essencial verificar se as paredes estão alinhadas - nem sempre os ângulos dos cantos estão a 90º.

Para facilitar o nivelamento e a fixação do piso, é possível criar cordões (sulcos) na argamassa com a utilização do lado dentado da desempenadeira. A aplicação das peças é feita sobre os cordões. Após a fixação, usa-se um martelo de borracha para bater sobre o revestimento, amassando por completo os cordões de argamassa e expulsando o ar retido.

O controle do alinhamento das juntas é realizado com auxílio de linhas esticadas longitudinal e transversalmente. Já o nivelamento é feito com o auxílio de uma régua de madeira. Para finalizar a aplicação, passa-se um pano limpo para retirar as sobras de argamassa nas juntas e sobre o revestimento. “A execução do rejuntamento deve ser realizada, pelo menos, três dias após o assentamento”, orienta Junginger.

A princípio, qualquer piso quimicamente inerte aceita outro acabamento por cima. Em ardósia, por exemplo, deve-se remover a camada de cera/verniz tenha sido removida, pois ela pode impedir a aderência da argamassa. “Normalmente, placas cerâmicas podem ser assentadas sobre superfícies cimentícias sem maiores cuidados, mas bases desconhecidas necessitam de análises prévias. É comum que o departamento técnico do fabricante das argamassas resolva grande parte das dúvidas”, diz Junginger. “É preciso, ainda, atenção ao aumento de nível do piso, o que pode comprometer o fechamento de portas e desníveis com outros ambientes”, ressalta o engenheiro.

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