Com 50 expositores, alguns internacionais, a feira se consolidou como uma das mais importantes do setor. Crédito da foto: Fábio Rogério

A 3ª Expo Gmad Madcentro, feira de mobiliário, equipamentos e ferramentas para marceneiros, ferragens, móveis planejados e modulados, que aconteceu em Sorocaba e se encerrou no sábado (23), deixou claro três pontos: 1) acabou a era da madeira maciça e começou o reinado do MDF (e do MDP, em menor grau) 2) ferramentas manuais como serrote, plaina, formões e esquadros só têm espaço na casa de amadores e artesãos e olhe lá, e 3) quase nada mais se faz sem softwares.

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O espaço ocupado pelos 50 expositores impressionava pela qualidade do material exposto; de puxadores a furadeiras, de coladeiras de borda a esquadrejadeiras de precisão, de pranchas de MDF a portas para baias, tudo transpira tecnologia, acabamento fino, projetos profissionais. E grandes fabricantes de placas de MDF estavam na feira, entre eles a Duratex, a argentina Arauco, a Guararapes e a Sudati.

Nos estandes de ferramentas há de tudo; são o sonho de qualquer marceneiro, amador ou profissional. Crédito da foto: Fábio Rogério

O público que circulou durante três dias pela feira era composto por marceneiros em busca de aprimoramento profissional, arquitetos em busca de idéias e clientes, consumidores em busca de soluções. E havia resposta para tudo isso.

Casa e Acabamento esteve por lá, e traz um pouco de tudo aquilo para você.

Softwares, cursos e terceirização

Desde a abertura a feira atraiu um bom público, interessado nas novidades e nas oportunidades de negócios. Crédito da foto: Fábio Rogério

Existem softwares para tudo. Projetar móveis; planejar cortes, furos e emendas; desenvolver relatórios gerenciais, fazer gestão de compras, fluxo de caixa e ordens de serviço. Há, ainda, oferta de cursos profissionalizantes e de especialização; cursos específicos para operação de máquinas e para aprender a desenvolver projetos em softwares.

Além disso, há o oferecimento de serviços terceirizados. Exemplo disso é a CorteCloud. O marceneiro define o que ele quer que seja feito na matéria-prima, e terceiriza o processo de corte, borda, furação e usinagem para centrais de atendimento.

Ferramentas elétricas

Máquinas especiais trazem rapidez e qualidade ao processo de produção; algumas são automatizadas. Crédito da foto: Fábio Rogério

Dois dos maiores fabricantes mundiais de máquinas manuais (furadeiras, lixadeiras, parafusadeiras, etc), Bosch e Makita, estavam presentes. A Bosch também trouxe sua divisão Freud, especializada em marcenaria. Anderson Zakriam, desenvolvedor de negócios dessa divisão, explica que a ideia é “mostrar o que temos, indicar produtos adequados para cada aplicação”; segundo ele, a empresa espera faturar entre R$ 40 mil a R$ a 50 mil no evento - através da Gmad Madcentro, organizadora da feira, e representante comercial. Já a Makita, embora não tenha um previsão de faturamento, quer, segundo José Erí, promotor técnico, apresentar sua linha de ferramentas “a bateria, que são, certamente, o futuro nessa linha de produtos”.

Máquinas especiais

O trabalho do marceneiro é cada vez mais apoiado por máquinas especiais, que deixam as antigas bancadas de trabalho feitas de madeira muito distantes. E grande parte desse trabalho pode ser automatizado. Há máquinas especiais para cada necessidade. Empresas como a SCM Minimax e a Jaraguá CNC trazem coladeiras de borda, esquadrejadeiras, plainas, desengrossadeiras, furadeiras, desempenadeiras, tupias, etc. E operações em série, como cortes, rasgos, bordas em ângulo, furos, tudo pode ser feito por meio de softwares, que comandam as máquinas. Ah, e tubos aspiram o pó de serra, a maravalha, deixando o ambiente e a saúde do operador mais protegidos.

Antonio Gracindo, marceneiro, com a esposa Raquel, querem investir em máquinas para fazer o negócio crescer. Crédito da foto: Fábio Rogério

Profissionais como Antonio Gracindo de Melo Pereira, maranhaense radicado em Sorocaba e marceneiro desde os 12 anos, foram à feira para ver se é possível incrementar seus negócios - “acho que vai dar, sim”. Ele não pretende usar as linhas de financiamento que a Caixa Econômica Federal levou para a feira, pois “fizemos um pézinho de meia, sacrificando o carro da esposa”. E está mudando sua linha de produtos, dos móveis planejados para os modulados, pois o público é maior.

Deques, baias e portões

Guilherme Langley explicou que a intenção é mostrar a empresa ao mercado, com seus produtos e competências. Crédito da foto: Fábio Rogério

Um dos últimos redutos da madeira maciça estava no estande da MaderSilva - que também tem sua linha de planejados com MDF. Lá estão deques modulares, baias para cavalos e muares, porteiras e portões, além de madeiramento para telhados. Guilherme Langley, comprador da empresa de São Miguel Arcanjo, explica que “o principal objetivo da presença na feira é expor a marca”, que já fornece para toda a Região Metropolitana. “Talvez não saiamos daqui com negócios fechados, mas é uma excelente oportunidade para contatos com arquitetos e a área rural”.

Linhas de crédito

A Caixa Econômica Federal estava na feira, representada por Kayo Roberto Gianoto, gerente de relacionamento para Pessoas Jurídicas. Ele explica que a ideia era “viabilizar negócios entre as empresas que estão aqui, e também entre marceneiros e seus clientes, trazendo soluções de crédito e linhas para capital de giro”. Kayo disse crer que “a maior parte dos negócios será feita entre fornecedores e marceneiros”.

Faturamento

Onedir Dias Assunção, o 'Mano' idealizador da exposição, acredita que o mercado de móveis está em expansão. Crédito da foto: Fábio Rogério

“Creio que a feira deve gerar negócios entre R$ 3 milhões e R$ cinco milhões”. A expectativa é de Onedir Dias Assunção, o ‘Mano’, proprietário da loja Gmad Madcentro e idealizador da exposição. A Madcentro é uma rede com 75 lojas de produtos para marcenaria, com faturamento de cerca de R$ 1,300 bilhão em 2018. A Gmad, fundada por ele em Sorocaba há 14 anos, é a terceira loja de maior receita dentro da rede. “Nosso foco - explica ‘Mano’ - está no consumidor final, no marceneiro e no arquiteto”. (Antonio Geremias)