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Agro

Dicas no trato de galinha semiconfinada

Atividade pode ser desenvolvida paralelamente a outras, mas é preciso garantir sua viabilidade

05 de Agosto de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: DIVULGAÇÃO)

O frango é um dos alimentos mais presentes nas mesas dos brasileiros, seja pelo preço ou por sua versatilidade. As pessoas que cresceram na roça sentem saudades do bom e velho frango caipira, enquanto aqueles que são essencialmente urbanos preferem não se arriscar e se mantém fiéis ao frango de granja.

Mas existe uma alternativa que vem chamando a atenção de produtores e consumidores: a galinha caipira semiconfinada. Elas não são 100% soltas, como as tradicionais; nem 100% confinadas, como as de granja. O objetivo é produzir uma carne de qualidade superior, mas que mantenha uma boa aceitação no mercado.

O frango “semi-caipira” é um sistema melhorado. O caipira tradicional é criado em condições precárias de manejo nutricional e sanitário, o que aumenta a taxa de mortalidade e diminui a eficiência de produção, já que um animal precisa de 8 a 10 meses para ficar pronto para o abate.

No semiconfinamento as aves são de qualidade e têm boa genética. No primeiro mês os pintinhos ficam presos no galpão, para criar resistência física e receber a ração inicial de desenvolvimento. Depois, são soltos em piquetes de gramíneas e leguminosas, para pastejo.

Nessa fase, a alimentação é mista: pasto e ração -- que não pode conter aditivos para crescimento rápido. Ficam neste sistema por mais três meses, sendo abatidos até 120 dias, com cerca de 2kg. Um dos grandes apelos de mercado é sua característica “natural”, já que o animal é criado em condições muito próximas do seu habitat natural, onde precisa ciscar e procurar comida.

Sua carne é mais firme do que o frango de granja e mais macia do que o caipira tradicional. Essa mescla de textura e sabor são características que agradam ao consumidor. A pele do frango semiconfinado também é mais amarelada e a proporção osso/carne é bem equilibrada, já que o animal desenvolve musculatura nas coxas, por exemplo, enquanto cisca.

Com investimento inicial baixo, é uma boa alternativa para o pequeno produtor. Os pintinhos são comprados entre 5 e 7 dias de vida, e existe boa oferta de produtos.

Mesmo com todas as facilidades desta atividade, é preciso ficar atento às regras sanitárias e de bem-estar animal. Portanto, a consulta de um profissional será importante, tanto na fase de desenvolvimento do projeto quanto no acompanhamento da atividade.

Dicas para a produção

Nada substitui a assistência técnica, mas veja os quatro pilares para a criação do frango semiconfinado:

1.Ter pintinhos com qualidade genética: nesse sistema de produção a escolha do tipo da ave é fundamental para que ela possa demonstrar uma melhor capacidade produtiva. As mais indicadas são asde raças puras, que são as americanas, inglesas e as linhagens caipiras melhoradas.

2.Alimentação balanceada: o manejo alimentar é importante para que o frango alcance as características de textura e sabor que o mercado deseja, em até 120 dias. O acesso da ave ao pastoreio ajuda a promover o crescimento de forma gradual.

3.Instalação do galinheiro: o principal objetivo é oferecer um ambiente higiênico e protegido para as galinhas, facilitando o acesso a água e alimentação. Não há a necessidade de nada grandioso. Os produtores devem aproveitar s recursos que dispõem em sua propriedade.

4. Limpeza do galpão: é de extrema importância que os avicultores limpem o galinheiro para prevenir doenças. Antes da chegada dos pintinhos o abrigo deve estar em condições adequadas, com todos os equipamentos limpos, desinfetados e abastecidos com ração e água.

Denis Deli é especializado no agronegócio, pós-graduado em produção e reprodução animal.