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Vizinhos relatam festas com ‘público incomum’ no prédio onde havia drogas

13 de Dezembro de 2019 às 00:01

Vizinhos relatam festas com ‘público incomum’ no prédio onde havia drogas Região é pacata, disseram vizinhos do prédio, mas som alto das festas incomodava condôminos. Crédito da foto: Fábio Rogério (12/12/2019)

A cobertura de um prédio de alto padrão na rua da Penha, esquina com a rua Voluntário Menaldo, área central de Sorocaba, que na madrugada de quarta-feira (11) foi alvo de ação policial de combate ao tráfico de drogas, era um “esconderijo quase perfeito”, na avaliação de vizinhos.

O que leva a essa conclusão é o perfil do edifício localizado numa região segura da cidade, com perfil familiar e de prestação de serviços, que concentra pontos comerciais, consultórios médicos, escritórios de advocacia e engenharia.

Mas os vizinhos também relatam registros de movimentação fora do comum no local, com a realização de festas na cobertura que geraram reclamações por parte dos condôminos.

Por volta das 4h de quarta-feira, uma operação com troca de tiros, que reuniu cerca de 50 policiais civis, encontrou um laboratório de drogas sintéticas na cobertura do prédio. O alvo da ação eram dois homens.

Segundo a polícia, um deles se rendeu, e o outro, que teria atirado contra a própria cabeça, foi levado ao Hospital Regional, onde morreu.

A polícia informou que no local eram produzidas as drogas sintéticas do ecstasy e LSD, que eram vendidas em baladas da cidade.

O prédio tem dois apartamentos por andar e cada moradia tem 167 metros quadrados, com aluguéis estimados em R$ 3 mil e a cobertura em R$ 6 mil, mais IPTU e condomínio superior a R$ 1 mil, segundo informações de vizinhos.

A reportagem tentou falar com alguém responsável pelo prédio, mas na portaria a informação foi de que isso não seria possível.

Alguns vizinhos do prédio aceitaram falar sobre o impacto da ocorrência, mas sem se identificar. “Eu me sinto seguro, aqui é pacato, e talvez por esse perfil os ocupantes da cobertura escolheram se instalar aqui”, disse um morador daquela região.

Ele não ouviu o tiroteio porque dormia, mas disse que sua mãe ouviu os ruídos e ficou assustada. “Eu não imaginava que eles chegariam à audácia de ter um laboratório de drogas no prédio”, acrescentou o vizinho. “A gente achava que era só um pessoal louquinho que gostava de exagerar um pouco nas coisas, mas não passaria disso.”

Contou que há um ano a cobertura foi ocupada e, nos primeiros seis meses, festas com som alto incomodaram os vizinhos dentro do próprio prédio. “Depois que esse pessoal mudou para o prédio, percebemos a frequência de um público incomum comparado ao perfil dos moradores”, descreveram vizinhos.

“Eram pessoas com aparência típica de quem frequenta festa rave, gente jovem de até 30 anos. Eram homens e mulheres. Vinham de carro, pediam autorização para entrar e os inquilinos autorizavam a entrada. O movimento maior começava na sexta-feira e se estendia ao fim de semana, mas durante a semana também. Nos feriados prolongados, aumentava a frequência de visitas. Tocavam músicas em som alto, o equipamento de som era potente, dava para ouvir da rua.”

A partir das reclamações de condôminos, os responsáveis pelas festas reduziram o volume do som, mas as visitas continuaram. (Carlos Araújo)