Buscar no Cruzeiro

Buscar

Vistoria conclui que pontilhão da praça Lions não tem risco de queda

28 de Janeiro de 2019 às 20:14

Prefeitura realizou vistoria nesta segunda-feira (28). Crédito da Foto: Divulgação/Secom Sorocaba Prefeitura realizou vistoria nesta segunda-feira (28). Crédito da Foto: Divulgação/Secom Sorocaba

A Prefeitura de Sorocaba decidiu interditar o pontilhão ferroviário localizado na praça Lions, entre as avenidas Dom Aguirre e Afonso Vergueiro, apenas para o tráfego de vagões, sem impacto para o trânsito de veículos que passam embaixo da estrutura. A estrutura apresenta rachaduras no concreto e ferragem à mostra.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (28) após uma vistoria ter sido feita no local por dois secretários municipais. Segundo a Prefeitura de Sorocaba, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), órgão federal responsável pelo transporte terrestre no país, foi notificado para que faça a interdição do viaduto no prazo máximo de cinco dias corridos. Essa providência não impedirá o tráfego de veículos embaixo do pontilhão e não representará risco aos motoristas e pedestres.

[irp posts="70222" ]

 

A Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e Obras (Serpo), da Prefeitura de Sorocaba, emitiu laudo técnico sobre as condições de uso das estruturas de concreto armado do viaduto localizado na praça Lions, cruzamento das avenidas Afonso Vergueiro e Dom Aguirre. A conclusão é de que a estrutura do viaduto não corre risco de queda ou colapso iminente, desde que não haja tráfego pesado sobre ela.

A vistoria no pontilhão ferroviário foi feita durante a manhã pelos secretários da Serpo, Fábio Pilão, e de Segurança e Defesa Civil, Cel. Antonio Valdir, acompanhados pelo coordenador da Defesa Civil de Sorocaba, Alexandre Lima; pelo engenheiro da Serpo, Henrique Deliberali; e pelo vice-presidente da Associação Movimento de Preservação Ferroviária (MPF-Sorocabana), Abílio Daniel Teles de Medeiros.

De acordo com o laudo, foram observadas armadura exposta e desplacamento parcial de concreto (desprendimento de fragmentos ao longo da superfície) na estrutura lateral inferior em uma das vigas, provocados pela ausência de manutenção periódica das estruturas. Observou-se que a mesma viga trabalha em sua parte superior com uma calha de captação de água pluvial, na qual tem alguns pontos de drenagem obstruídos.

O efeito é o acúmulo de água na viga calha na camada superficial da estrutura causando fissuramentos, desplacamentos de concreto, corrosão e exposição das armaduras. Colisões na camada superficial das estruturas também fizeram com que ocorressem desplacamentos das armaduras, expondo-as e acelerando o processo corrosivo. Também foi observado o impacto de veículos com altura acima do permitido no tráfego local.

A Prefeitura encaminhou ofício ao Dnit para que tenha ciência das condições do viaduto, já que o órgão é o responsável pela manutenção da estrutura. No documento, a Prefeitura também solicita ao órgão, além da interdição, que apresente um plano de manutenção corretiva das patologias observadas para poder liberar novamente o tráfego. O ofício seguiu com cópias para ciência da Votorantim Cimentos e da Rumo Logística, que são empresas usuárias do viaduto.

Especialistas descartam perigo

A situação do pontilhão ferroviário ganhou repercussão nas redes sociais e na imprensa, e está causando preocupação a quem passa por ali. Motoristas e pedestres relatam que é comum a passagem de caminhões grandes sob o viaduto e isso danifica a construção. Porém, especialistas descartam perigo de queda.

Para o engenheiro José Carlos Carneiro, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (Aeas), que já esteve no local, disse que o pontilhão ferroviário, do jeito que está, não corre o risco de cair ou desabar. Mas, que mesmo assim, seria importante manter as obras de manutenção e de fiscalização.

Ele disse também que a interdição da passagens de trens no pontilhão pode ser uma medida adequada. E que outra preocupação são com os caminhões com excesso de altura que eventualmente acabam batendo na estrutura do pontilhão. “Isso é um perigo maior, pois ao se chocar contra a estrutura do pontilhão ferroviário, um pedaço de concreto, por exemplo, pode atingir um carro ou até um pedestre”, alerta.

O ferroviário e membro da diretoria da Associação de Preservação Ferroviária Sorocabana, Stênio de Andrade Gimenez, também afirma que o pontilhão não apresenta nenhuma trinca ou sinal de que ele está em virtude de entrar em colapso pelo próprio peso.

“Eu estive no local e pude observar as ferragens expostas, mas algumas delas, que eu tenho conhecimento, estão naquelas condições há mais de 10 anos, e posso assegurar a população de que os trens que hoje passam ali eventualmente não oferecem risco algum em virtude do peso. A Locomotiva 58, por exemplo, pesa menos da metade de um vagão carregado. Claro que a situação para quem olha chama a atenção, mas isso já vem de longa data”, diz.

Segundo ele, a interdição da passagens de trens no local é necessária para que se faça os trabalhos de manutenção sobretudo da limpeza de concreto solto e da das galerias pluviais, escoamento da água de chuva, e que na prática o viaduto não está sendo usado porque não tem nenhuma linha comercial em operação naquele local. (Ana Cláudia Martins)

Galeria

Confira a galeria de fotos