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Viaduto na Raposo Tavares causa mudanças no entorno

08 de Dezembro de 2018 às 08:45

Viaduto na Raposo Tavares causa mudanças no entorno Viaduto está orçado em R$ 8 mi e deve ser entregue em março. Obra é custeada por construtoras. Crédito da foto: Emidio Marques

O novo viaduto do km 101 da rodovia Raposo Tavares, que ligará a rua João Wagner Wey -- no Jardim São Carlos -- à rua Augusto Lippel -- nos altos do Campolim --, em Sorocaba, será inaugurado até o fim de março de 2019. O cronograma é estipulado pelo secretário da Mobilidade e Acessibilidade (Semob) da Prefeitura de Sorocaba, Luiz Alberto Fioravante.

O novo viaduto vai representar intervenção de grandes dimensões no sistema viário em uma das regiões mais importantes e com intensa densidade de deslocamentos do município. Haverá impactos diretos e indiretos na áreas de influência do km 101 em relação ao trânsito.

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Modificações viárias

Em conexão com o novo viaduto, será construída uma rotatória na confluência das ruas Heloísa de Oliveira Evangelista com Augusto Lippel. E será criado um binário composto da avenida João Wagner Wey e Aclimação, cruzando a avenida Washington Luiz, até à avenida Presidente Kennedy -- no bairro do Mangal --, com mão única no sentido bairro-centro no trecho entre a avenida Caribe e a Presidente Kennedy; e no sentido inverso o trajeto começa na Presidente Kennedy, segue pela pelas ruas Manaus, Porto Alegre, José Crespo Lopes e praça Nova York, em mão única até a avenida Caribe, e daí em diante em mão dupla pela João Wagner Wey até ao novo viaduto.

As mudanças foram descritas em entrevista concedida na última segunda-feira pelo secretário Frioravante, pelos engenheiros da Semob José Carlos de Almeida e Adilson Tagliaferro Júnior, e pelo diretor de trânsito da Urbes, Carlos Eduardo Pasquini.

 

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Prédios e adequações

Segundo Fioravante, o projeto executivo do viaduto foi feito pela construtora Planeta e a obra está sendo conduzida pela construtora MRV, que contratou a empresa CSC para a execução das obras. Com custo em no máximo R$ 8 milhões, as empresas arcam com esse orçamento, sem ônus para o município, como forma de adequação à demanda viária gerada pelos empreendimentos imobiliários feitos por elas. A Prefeitura arcou com os custos de duas desapropriações, uma junto a cada cabeceira do viaduto, que somaram juntas por volta de R$ 4 milhões. As áreas desapropriadas serão usadas como acessos ao viaduto.

Por exemplo, a MRV construiu diversos prédios na rua João Wagner Wey totalizando 600 apartamentos, com capacidade para abrigar 2.500 pessoas. “Não adianta aprovar 500 prédios, como foi aprovado em Sorocaba, sem se pensar em respeitar o sistema viário”, afirmou Fioravante, argumentando que a manutenção da qualidade de vida dos moradores é um dos objetivos da medida. “Sorocaba tem um Plano Diretor que não foi cumprido na construção desses prédios.”

Com o viaduto, avalia o secretário, será resolvido o problema do “excesso” de empreendimentos imobiliários implantados naquela região da cidade. Fioravante calcula que há mais de 50 prédios feitos naquela região sem a estrutura para atender ao aumento da demanda em sistema viário.

Moradores reclamam do fluxo de veículos

Viaduto na Raposo Tavares causa mudanças no entorno Rua Osmar de Oliveira era sem saída e hoje convive com trânsito pesado. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Se de um lado o novo viaduto abriu novas alternativas de tráfego na região que vai dos kms 100 ao 103 da Raposo Tavares e adjacências, nos dois lados da rodovia, desafogando o trânsito da avenida Antonio Carlos Comitre com avenida Izoraida Marques Peres, também provocou reflexos que levaram transtornos a parte do Jardim São Carlos a partir da rua Osmar de Oliveira, que dá acesso para quem entra e sai do bairro.

Antes da obra do viaduto, a rua Osmar de Oliveira era sem saída. Os moradores conviviam apenas com trânsito local. Agora, com a realização da obra e o fechamento da antiga entrada e saída para a rua João Wagner Wey na Raposo Tavares, a rua Osmar de Oliveira é a via inicial de um desvio, no bairro Jardim São Carlos, que segue por outras ruas. Esse desvio liga a rodovia com a João Wagner Wey, sendo uma compensação para a antiga entrada bloqueada no local onde ficará uma das cabeceiras do viaduto.

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Com essas mudanças, de via quase sem trânsito, a rua Osmar de Oliveira passou a receber intenso movimento de veículos o dia inteiro, com aumento nos horários de pico, o que inclui ônibus, caminhões e carretas. Na primeira semana de abertura da rua, um cãozinho de nome “Nick” pertencente aio empresário Sérgio Luiz Cravo da Costa Rocha, de 45 anos, foi atropelado e morreu. “A gente fica chateado de o poder público não ter tido a mínima decência de sinalizar e conter esse fluxo de veículos”, protesta Rocha, morador da rua.

Viaduto na Raposo Tavares causa mudanças no entorno O cachorro de Sérgio foi atropelado. Crédito da foto: Erick Pinheiro

“Eu vim para cá procurando ter paz, minha casa é totalmente térrea para quando eu ficar velha, agora pretendo vender o imóvel para mudar daqui”, desabafou uma moradora que não quis se identificar. Alguns proprietários estacionam veículos sobre a calçada com medo de serem alvos de acidentes por causa do intenso movimento de carros.

Os moradores já foram à Urbes reclamar dos problemas e sugeriram a proibição da passagem de caminhões. O secretário da Semob, Luiz Alberto Fioravante, disse que esse desvio vai ser mantido a partir da inauguração do novo viaduto. Ele justifica: “Nunca foi dito para eles que eles tinham o direito de ser uma rua sem saída.”

A Urbes informa que analisa essas questões juntamente com a CCR Viaoeste, concessionária da Raposo Tavares. A eventual proibição da passagem de caminhões teria que ter a autorização da concessionária. A alternativa seria o acesso dos caminhões pelo viaduto da avenida Armando Pannunzio, no km 103. Uma área de vegetação, sugerida por moradores como alternativa para um desvio, é excluída dessa possibilidade por ser área de preservação ambiental que abriga nascente e córrego.

Desafogar o trânsito é principal objetivo

A expectativa da Prefeitura de Sorocaba é a de que o novo viaduto, além de criar nova alternativa de tráfego, também desafogue o trânsito que atualmente se concentra na avenida Antonio Carlos Comitre com lentidões e gargalos principalmente nos horários de pico. O cálculo é de que haverá um reflexo positivo na distribuição do trânsito que hoje se acumula no corredor que começa na Antonio Carlos Comitre e segue pelas avenidas Izoraida Marques Peres e Gisele Constantino. Outro local beneficiado também deve ser o viaduto que liga a avenida Armando Pannunzio à rodovia João Leme dos Santos (SP-264).

 

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Quem trafega pela Raposo Tavares no sentido de São Roque a Itapetininga e quer entrar no Jardim São Carlos não terá mais a antiga entrada para a Wagner Wey na cabeceira direita do que agora passará a ser o viaduto. Terá que seguir à frente e entrar no acesso que leva à rua Osmar de Oliveira. Segundo os engenheiros da Prefeitura, há obstáculos naturais de terreno e de vegetação com área ambiental, na cabeceira do lado da João Wagner Wey, que dificultariam possibilidades de existência de abertura de acesso nesse local.

O viaduto terá mão dupla, sendo uma faixa de trânsito para cada sentido de direção (4 metros de largura cada uma), numa extensão de 120 metros entre as duas cabeceiras.

Segundo o engenheiro Luiz Mello, da construtora CSC, entre tubulações, vigas, pilares, superestrutura e fundações, o viaduto congrega mil metros cúbicos de concreto e 120 toneladas de aço. Sobre uma marginal da Raposo Tavares, o viaduto terá altura de 6,10 metros, ante 7,60 metros na marginal oposta, e sobre a via expressa da rodovia a altura será de 7,30 metros.

As 15 vigas que serão instaladas sobre o viaduto neste fim de semana, levando-se em conta os números de pilares e vãos sobre a rodovia. Cada uma dessas vigas mede 40 metros de comprimento por 2,10 metros de largura e pesa 72,5 toneladas.

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