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Vandalismo faz autor retirar escultura de Dom Quixote de praça em Sorocaba

22 de Outubro de 2020 às 08:23

Estátua de Dom Quixote foi retirada de praça em Sorocaba após atos de vandalismo. Crédito das Fotos: Lucas Pedrozo / Cortesia e Fábio Rogério / JCS (20/10/2020)

Os constantes vandalismos praticados contra a escultura do personagem Dom Quixote, que enfeitava a paisagem do parque “Romeu Pires Osório”, no Reservatório de Detenção de Cheias (RDC) do Córrego Água Vermelha, na região da Vila Independência, fizeram com que a peça deixasse o local.

A escultura, que demorou cerca de um ano para ficar pronta e é feita de sucata, estava no local desde agosto de 2019, quando o RDC foi inaugurado. O trabalho do artista André Müller, que retrata o clássico personagem do escritor espanhol Miguel de Cervantes, tinha sido emprestado à Prefeitura de Sorocaba por um período não determinado, conforme informou o responsável pela obra.

Müller explicou que foi dele a decisão de retirar a escultura do local e que essa atitude foi provocada, principalmente, pelo vandalismo. “Nesse tempo, houve danos. Quebraram os dedos do Dom Quixote, picharam e algumas peças estavam faltando. A placa também já tinha sido quebrada duas ou três vezes”, relatou o artista, que lamentou o fato de a obra não fazer mais parte da paisagem do parque.

Müller contou também não houve interesse do Executivo em adquirir a obra para a cidade. “O acordo foi que ela não ficaria ali em definitivo e não tiveram interesse em adquirir. Também não recebi um ofício que legalizasse essa consignação”, detalhou o artista.

Além de mencionar o acordo com o artista, a prefeitura disse, por meio de nota, que não há previsão de reposição da obra. Sobre a segurança, o Executivo informou que não há câmeras de segurança no local, mas que a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza patrulhamentos em todos os próprios municipais, além de atuar na proteção de bens e serviços.

A prefeitura afirmou, ainda, que, constatados furtos ou vandalismos, o responsável pelo patrimônio aciona a GCM, que registra a ocorrência em documento próprio e, posteriormente, a Polícia Civil. Segundo o Executivo, a corporação não registrou casos do gênero em 2020.

Depredação recorrente

A depredação de obras e monumentos históricos de Sorocaba não é novidade. Em agosto, o Cruzeiro do Sul noticiou o furto da placa de bronze do monumento a Baltazar Fernandes, no largo de São Bento. Na ocasião, a Secretaria de Cultura revelou não ter recursos para fazer a reposição da placa.

Outros monumentos da cidade, como o Obelisco ao Pracinha, na praça Frei Baraúna; e o busto que abriga os restos mortais de Francisco Adolfo Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro, que fica na região central, estão danificados com pichações e manchas de tinta. (Erick Rodrigues)