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Usuários reclamam de acessos na rodovia Raposo Tavares

19 de Setembro de 2019 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Usuários reclamam de acessos na rodovia Motoristas que têm dificuldade para acessar os bairros ao longo da rodovia. Crédito da foto: Emidio Marques (18/9/2019)

As entradas e saídas da rodovia para os bairros são motivo de reclamações de vários motoristas que trafegam quase que diariamente pela Raposo Tavares, em Sorocaba. O mestre de obras, João Carlos Camargo Barros, 55 anos, passa pela estrada quase todos os dias, aponta o acesso ao bairro Chácaras Reunidas São Jorge, no km 105 da Raposo, como perigoso.

Quando os motoristas saem da marginal para acessar o bairro pela Estrada Heitor Cury (atrás da churrascaria Boi Branco) ou a rua Estrada Luiz F. A. Pannunzio é preciso bastante atenção, pois há veículos vindo no sentido contrário e que vão sair do bairro e acessar a Raposo.

No local, praticamente não há sinalização de solo com a indicação de pare em nenhuma das duas estradas. Por isso, o motorista que sai da marginal precisa acessar o bairro devagar ou corre o risco de colidir com algum veículo que esteja vindo do bairro para acessar a rodovia. “Nos horários de pico é ainda mais perigoso por conta da quantidade de veículos já que ali dá acesso para vários outros bairros da zona oeste de Sorocaba, como Piazza Di Roma, Central Parque, entre outros. Então, fica bastante confuso”, reclama.

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Usuários reclamam de acessos na rodovia João Carlos: bastante confuso. Crédito da foto: Emidio Marques (18/9/2019)

Outro ponto bastante complicado, principalmente nos horários de pico, é o acesso ao Campolim, na zona sul, próximo ao km 99, quando os motoristas saem da marginal da Raposo para acessar a avenida Professora Izoraida Marques Peres, sentido bairro. A fila de carros na alça de acesso ao viaduto invade a pista de recuo na rodovia, já que a via afunila e permite a passagem de somente um carro por vez.

Outro problema no mesmo trecho é que com a fila de carros aguardando para seguir pela alça de acesso ao Campolim, alguns motoristas ficam confusos e acabam passando a entrada tendo que seguir pela marginal da Raposo e fazer o retorno somente próximo ao acesso para a rodovia João Leme dos Santos, que liga Sorocaba a Salto de Pirapora.

“As entradas e saídas da Raposo são muito mal feitas pela concessionária. Na época ninguém reclamou, mas atualmente o tráfego de veículos na rodovia em Sorocaba é intenso, o que prejudica bastante”, diz Natalino Francisco Pereira, 52 anos. Ele afirma que usa a rodovia com frequência e acredita que muitos acidentes são causados pela imprudência dos motoristas, mas afirma que os acessos aos bairros, em geral, precisam de melhorias.

Usuários reclamam de acessos na rodovia Natalino: precisa de melhorias. Crédito da foto: Emidio Marques (18/9/2019)

“Quando eles foram feitos, anos atrás, a situação era outra. Hoje o fluxo de veículos nas marginais e na pista expressa da Raposo é grande o dia todo, nos horários de pico então a situação fica pior”, diz.

A mesma opinião tem Jonatan Valentim e Marcos Antonio dos Santos sobre a Raposo em Sorocaba. “As vias de acesso de entrada e saída foram mal planejadas. Elas são muito curtas, pouca iluminação e a sinalização nesses pontos é péssima”, destaca Valentim.

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Já Marcos aponta que os motoristas abusam da velocidade nas entradas e saídas da Raposo e que os locais são mal sinalizados. “Aos finais de semana muitos motoristas saem das chácaras ao longo da rodovia e usam a Raposo, mesmo tendo ingerido bebidas alcoólicas”, diz.

Cobrança é por melhorias na via

Usuários reclamam de acessos na rodovia Na região do Campolim, o grande fluxo de veículos nos horários de pico complica o trânsito. Crédito da foto: Emidio Marques (18/9/2019)

A falta de passarelas, de sinalização e de pouca luminosidade em alguns trechos Raposo Tavares em Sorocaba também são alvo de críticas de usuários. O problema se repete em diversos trechos ao longo da rodovia e a cobrança é pela implementação de melhorias por parte da concessionária CCR Via Oeste.

Com um volume de tráfego diário, em média, de 52 mil veículos, nos dois sentidos, o trecho da rodovia que corta a cidade é administrado pela CCR ViaOeste desde 31 de março de 1998, quando teve início o contrato de concessão. Com término previsto para 31 de dezembro de 2022, a empresa afirma que desde o início da concessão já realizou no total 30 itens de obras na Raposo em Sorocaba, do km 91 ao km 109 (total de 17,6 kms).

A CCR ViaOeste afirma que já investiu ao longo dos anos de concessão até o momento o total de R$ 520 milhões (base julho de 2019) somente no trecho da Raposo que corta Sorocaba.

A concessionária disse ainda que “tem como foco principal de sua atuação a segurança e o conforto dos usuários nos trechos que administra. Por este motivo, desenvolve continuamente o Programa de Redução de Acidentes (PRA), pactuado com a Artesp, que estuda e coloca em prática ações estruturais e educativas.

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Além disso, a CCR ViaOeste diz que monitora a rodovia constantemente e, “quando há necessidade comprovada, realiza estudos para a implantação de melhorias de segurança adequadas”.

Apesar de quase todos os motoristas concordarem que a maioria dos acidentes que ocorre na Raposo em Sorocaba é provocado pela imprudência dos condutores, eles destacam pontos que já poderiam ter sido sanados pela concessionária, após mais de 20 anos de concessão.

ViaOeste diz que houve queda de mortes no ano

Sem revelar os números, a CCR ViaOeste afirma que no trecho da Raposo Tavares em Sorocaba houve redução de 40% no total de acidentes com mortes, entre janeiro a agosto, no comparativo de 2019 em relação ao mesmo período de 2018.

A concessionária também aponta redução de 6,6% no total de acidentes entre janeiro a dezembro no comparativo de 2018 em relação a 2017. No entanto, como o Cruzeiro do Sul mostrou ontem, os dados da Polícia Rodoviária mostram que o número de mortes em 2019 na Raposo em Sorocaba já supera casos de todo ano passado.

Na reportagem de amanhã, o Cruzeiro do Sul vai percorrer todo o trecho da rodovia em Sorocaba, acompanhado de duas engenheiras da Universidade de Sorocaba (Uniso). O objetivo é identificar pontos de conflito e de melhorias ao longo do trecho que corta a cidade. (Ana Cláudia Martins)

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