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Usuários de ônibus em Sorocaba não conseguem voltar para casa

24 de Abril de 2020 às 20:15
Marcel Scinocca [email protected]

Usuários de ônibus em Sorocaba não conseguem voltar para casa Entrada do Terminal Santo Antonio com usuários à espera do retorno do transporte. Crédito da foto: Fábio Rogério (24/4/2020)

Usuários do transporte coletivo de Sorocaba se aglomeraram na entrada do Terminal Santo Antonio, no início da noite desta sexta-feira (24), à espera do retorno dos ônibus às ruas da cidade. O objetivo era voltar para a casa. Alguns estavam ali havia quatro, cinco horas.

Moradora da Vila Helena, na zona norte de Sorocaba, Alessandra Lacerda de Sousa trabalha em uma empresa na rodovia Senador José Ermírio de Moraes (SP-75). Ela pegou carona para chegar ao centro da cidade. “A Urbes e as empresas precisam resolver isso”, diz. “Eles precisam de pagamento para sustentar suas famílias”, pondera ela sobre o motorista.

Marilu Rosa conta que estava no terminal desde às 16h30. “Estamos sem previsão de que horas vamos para a casa”, argumenta.

A usuária do transporte público, residente no bairro Júlio de Mesquita, na zona oeste da cidade, defende que os motoristas devem receber seus salários. Também concorda com a manifestação, mas pede para que o problema seja resolvido. Ela conta ainda que, na quinta-feira (23), já teve problemas e parte do caminho para a casa fez a pé. "Nós somos os maiores prejudicados”, afirma.

Terminal fechado

A partir da tarde desta sexta-feira, os usuários do transporte coletivo sequer podiam entrar no Terminal Santo Antônio. Havia funcionários da Urbes impedindo a entrada. A Guarda Municipal também dava apoio.

Usuários de ônibus em Sorocaba não conseguem voltar para casa Usuários do transporte público de Sorocaba aguardam ônibus em ponto na avenida Armando Pannunzio. Crédito da foto: Fábio Rogério (24/4/2020)

A paralisação dos trabalhadores do transporte público de Sorocaba começou na tarde desta sexta-feira (24). Os usuários foram surpreendidos com a atitude.

Um casal residente no Carandá, na rodovia Emerenciano Preste de Barros, ficou "preso" no centro de Sorocaba desde às 13h. O aposentado José do Anjos, do bairro Vitória Régia, integrava o grupo.

“Deus sabe até que horas vou ficar aqui”, comenta Benedito da Rosa, de 75 anos. “Será que a gente vai ter que dormir aqui? Palhaçada”, reclama o aposentato, presente no terminal desde o meio-dia.

“A pé não dá. É muito longe”, lembra outro usuário, também morador da Vila Helena. “Vim para ir ao médico. No fim, nem deu certo. Estou aqui sem dinheiro, sem nada, como um mendigo”, reclama. “Ninguém avisou nada”, acrescenta sobre a paralisação.

Já o vendedor Rafael D’ambrósio tinha uma situação ainda mais difícil na final da tarde desta sexta-feira (24). Ele trabalha às margens da rodovia Raposo Tavares e reside próximo ao ponto final da linha que atende o bairro Cajuru, nas proximidades do limite de município de Sorocaba com Itu.

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Sem ônibus para deixar o trabalho, ele não sabia o que fazer para retornar à casa. “Eis a questão”, disse ao ser questionado. “Foi uma surpresa”, comenta. “O povo, infelizmente, que sofre”, afirma. (Marcel Scinocca)

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