Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (1/5/2019)

A Irmandade Santa Casa vai desmontar na segunda-feira (31) a estrutura provisória instalada ao lado da Unidade Pré-Hospitalar da Zona Leste (UPH)para atendimento de pacientes com sintomas de Covid-19.

A entidade, que administra a UPH Leste e a Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, informa que a decisão foi motivada diante da constatação de queda da procura por atendimento no local.

Desde abril, quando a Prefeitura de Sorocaba apresentou o plano de contingência para a pandemia, a UPH Leste funcionava como referência da rede municipal para o atendimento de casos suspeitos de Covid-19.

No entanto, a demanda teria registrado redução significativa, caindo de quase 4 mil em julho para cerca de 1.700 em agosto. “Não se justifica mais a manutenção dessa unidade centralizadora”, afirma Soraya Trani, gerente executiva da Irmandade.

Mesmo desativada, continuará atendendo

Mesmo com a desativação da enfermaria com 28 leitos, a unidade continuará atendendo pacientes com suspeita da doença; porém, a recomendação é que somente os moradores daquela região procurem a unidade.

Com a descentralização, a UPH Zona Norte e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Éden vão continuar atendendo pacientes com suspeita de Covid.

A Secretaria de Saúde reforça que essas unidades devem ser procuradas caso os sintomas sejam coriza, febre, tosse e falta de ar.

Em casos de coriza, febre e tosse, a pasta orienta que o munícipe procure as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou os Pronto-Atendimentos (PA). Já nos casos de coriza e febre, a orientação é de que a pessoa fique em alerta.

Soraya comenta que a ampliação da estrutura provisória, em um imóvel alugado ao lado da unidade, foi feita pela Irmandade sem elevar o valor do repasse mensal do município no contrato de gestão compartilhada, que atualmente é de R$ 2,34 milhões por mês.

Redução do número de atendimentos

Ela comenta que isso foi possível porque, durante a pandemia, houve redução do número de atendimentos mensais de outras especialidades.

“O contrato prevê 12,5 mil atendimentos por mês, mas não estávamos fazendo porque as pessoas estavam com medo (de procurar a UPH). Então, nada mais justo que ampliar esse atendimento sem ônus ao município”, comenta.

Ela cita que o acolhimento de casos suspeitos de Covid-19 é mais caro que os demais, já que impõe uma série de protocolos e uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), um raio-X exclusivo, e mais funcionários.

Até o final de setembro, a unidade manterá 40 leitos de UTI e dez leitos clínicos exclusivos para Covid, podendo ser renovado para o mês seguinte.

“Não se faz mais necessário mantermos essa estrutura provisória (para Covid). As necessidades por outras especialidades estão voltando, o volume de outras doenças vem aumentando”, assinala.

Soraya revela que, como reflexo da queda da arrecadação do município por conta da pandemia, a Prefeitura de Sorocaba já antecipou que irá suprimir em 15% o atual contrato com a UPH da Zona Leste, caindo dos atuais R$ 2,34 milhões para R$ 2 milhões.

O corte, segundo ela, será escalonado, sendo de 7,5% em setembro, até totalizar 15% em dezembro. (Felipe Shikama)