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Umidade do ar chega a 25% em Sorocaba com a estiagem

18 de Julho de 2018 às 11:01

Larissa Pessoa - [email protected]

Com o período de estiagem e a incidência de queimadas, a qualidade do ar em Sorocaba está no limite para deixar de ser considerada boa, de acordo com o relatório emitido diariamente pela Companha Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O boletim aponta que na segunda-feira a cidade atingiu uma média de 40 microgramas de partículas inaláveis por metro cúbico e esse é justamente o limite estabelecido no Padrão de Qualidade do Ar (PQAr). Nesta terça-feira (17), em alguns horários, principalmente durante a madrugada e início da tarde, a Cetesb registrou até 45 microgramas, o que já é considerado moderado. A umidade do ar ficou entre 25% e 50%, níveis bastante abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 40% a 70%.

De acordo com o relatório, as condições meteorológicas para os próximos dias são desfavoráveis à dispersão de poluentes como o dióxido de enxofre, partículas inaláveis, dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono. O boletim de qualidade do ar é emitido diariamente às 11h, onde é apresentado um resumo das condições da poluição atmosférica das 24 horas anteriores e uma previsão meteorológica das condições de dispersão dos poluentes para as 24 horas seguintes.

Segundo Maria Lúcia Guardani, gerente da divisão da qualidade do ar da Cetesb, essa situação do ar é característica do inverno, com pouca chuva, vento, temperatura mais baixa e elevação de poluentes. "Sorocaba ainda tem uma qualidade considerada boa e isso porque possui uma zona industrial mais afastada da cidade", afirma a especialista. O uso de veículos automotores também é um fator que piora a qualidade do ar, aponta Maria Lúcia. Ela destaca que não a previsão de melhora nas próximas semanas.

A umidade relativa do ar interfere diretamente na qualidade e também tem atingido níveis que ficam em desacordo ao que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a entidade, o nível ideal para o organismo humano gira entre 40% e 70%. Em Sorocaba, conforme medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a variação ficou entre 25% e 50% nesta terça. Hoje a umidade máxima será de 60%, enquanto a mínima será de 30%.

Sem chuva 

A estiagem enfrentada por Sorocaba completa 34 dias hoje. O período seco na cidade é reflexo de um semestre com chuvas abaixo da média, apontam dados da Defesa Civil de Sorocaba (DCS), órgão ligado à Secretaria de Segurança (Sesdec). No mês passado foram registrados 36 mm de chuva, volume bem abaixo do esperado e muito aquém dos 168 mm registrados no mesmo mês do ano passado, onde foram registrados 204 mm de chuva. Segundo o órgão, o período seco se dá aos bloqueios atmosféricos que impedem que sistemas meteorológicos avancem para o Estado.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado de São Paulo, o índice de chuva neste mês está abaixo da média (22,0 mm), quando deveria ser de 55,7 mm. Para agosto, a previsão é de 62,3 mm, enquanto para setembro 83,8 mm. Ainda de acordo com o órgão, melhoras no tempo estão previstas somente para o último trimestre do ano. Em outubro, as chuvas começam a aumentar consideravelmente com a previsão de 163,3 mm, novembro deve ter em torno de 199,0 mm e dezembro com 237,3 mm.

Rodovias têm ação contra os incêndios

Entre os meses de junho e outubro, o número de queimadas tende a aumentar por conta da estiagem. A CCR ViaOeste, concessionária que administra o sistema Castelo-Raposo, iniciou em junho uma campanha educativa para conscientizar os usuários sobre os perigos das queimadas no período de estiagem, até outubro. A ação integra a Operação Corta Fogo 2018, direcionada pela Agência de Transportes de São Paulo (Artesp) nas rodovias paulistas.

Além de veicular mensagens educativas nos painéis de mensagens variáveis (PMVs), as concessionárias distribuem 20 mil folhetos nas praças de pedágio com dicas práticas para o motorista que se deparar com fumaça na pista. Diogo Stiebler, gestor de Tráfego da CCR ViaOeste, destaca que "as bitucas de cigarros arremessadas pelas janelas dos veículos são uma das principais causas de queimadas, pois elas podem incendiar a vegetação seca."

A Prefeitura de Sorocaba orienta a população a denunciar queimadas entrando em contato pelo telefone 193. Além de não atear fogo em mato, lixos e folhas, os munícipes também podem contribuir descartando corretamente lixo, entulhos de construção, restos de poda e folhas secas; não jogando bituca de cigarro nas vias públicas; e orientando parentes, amigos e vizinhos sobre os problemas das queimadas. Além disso, é muito importante que os proprietários de terrenos os mantenham limpos. A queimada é crime e a multa pode chegar a R$ 2.800.