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Teste rápido 'paulista' detecta dengue e zika

19 de Julho de 2020 às 00:01

Teste rápido paulista detecta dengue e zika O aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue. Crédito da foto: AEN (4/3/2020)

Os flavivírus compõem uma família de vírus cujos integrantes são responsáveis por várias enfermidades que afetam humanos e animais, entre elas, dengue, zika e febre amarela. Um novo teste, sensível e rápido, para identificar flavivírus foi validado por Mariana Sequetin Cunha e colaboradores no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

O artigo foi publicado no periódico Archives of Virology. A pesquisa coordenada por Maurício Lacerda Nogueira e Paulo César Maiorka recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Nosso objetivo foi melhorar o monitoramento dos flavivírus no Brasil por meio de um método confiável. E, para isso, utilizamos a técnica RT-qPCR [da expressão, em inglês, Real-Time Quantitative Polymerase Chain Reaction], diz Mariana Sequetin Cunha à Agência Fapesp.

Padrão-ouro

Essa técnica, que pode ser descrita mais extensamente como “transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase em tempo real”, permite detectar a molécula-alvo de RNA durante a própria realização do exame. E tornou-se agora uma espécie de padrão-ouro para identificação de vírus, uma vez que foi recomendada pela Organização Mundial de Saúde para a testagem do novo coronavírus.

“Até recentemente, o principal método usado no Brasil para identificação dos flavivírus exigia inocular o material suspeito, colhido de pacientes humanos ou animais, nos cérebros de camundongos neonatos. Quando comecei a pesquisar no Instituto Adolfo Lutz, em 2012, minha ideia foi estabelecer um método alternativo, que prescindisse dos camundongos, submetendo diretamente as amostras, extraídas do sangue, soro ou vísceras dos pacientes, à PCR quantitativa em tempo real”, salienta a pesquisadora.

A questão-chave era saber quão sensível poderia ser a RT-qPCR, de modo a identificar na amostra mesmo uma concentração muito baixa de vírus. A pesquisadora conta que havia, no Instituto Adolfo Lutz, uma grande quantidade de camundongos, inoculados na década de 1990 e congelados a 80 graus negativos (-80º C).

“O que fiz foi extrair o material genético dos cérebros desses animais e, por meio da titulação de soluções cada vez mais diluídas, avaliar o limite de detecção da RT-qPCR para as diferentes variedades de flavivírus”, pontua. (Da Redação, com informações do Governo do Estado)