Suspeito de ligação com organização criminosa é preso em Sorocaba
O tesoureiro foi detido pela Polícia Civil. Crédito da foto: Emídio Marques (01/02/2019)
*Atualizada às 15h50
Agnaldo Ferreira Pires, de 42 anos, vulgo Batata ou Legume, considerado o tesoureiro de uma facção criminosa em Sorocaba, foi preso em flagrante por tráfico de drogas na manhã desta sexta-feira (1º). De acordo com a polícia, ele comandava a contabilidade dos principais pontos de venda de drogas da zona norte, no Jardim Itapemirim e Nova Esperança. Agnaldo era proprietário de estabelecimentos comerciais - quatro sorveterias, um buffet infantil e uma chácara para eventos -, que usava para fazer a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico. A operação foi realizada pela Delegacia de Investigações Gerais Sobre Entorpecentes (Dise), com apoio da Guarda Civil Municipal (GCM).
A operação decorre de ações realizadas pela Polícia Civil desde o ano passado, quando foram presas pessoas ligadas ao tráfico nesses bairros. A investigação levou ao nome do responsável pela contabilidade, apontado como um dos principais comandantes da facção na cidade. Os policiais cumpriram na manhã desta sexta-feira (1º) dois mandados de busca e apreensão, um na casa do acusado, que fica em um condomínio de alto padrão na zona industrial de Sorocaba, e o outro em uma das sorveterias. Ele estava em casa, onde os policiais encontraram drogas e, por isso, foi detido em flagrante.
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Ao todo, foram apreendidos quase 40 quilos de drogas. Na casa do acusado, havia 1.475 porções de maconha, 1.922 porções de crack e 958 porções de cocaína. Em uma mochila, foram encontrados cadernos com anotações do tráfico, uma máquina de contabilidade e radiocomunicadores, que eram usados inclusive para avisar os traficantes da presença da polícia. Na sorveteria, também em uma mochila, foram encontradas 1.150 porções de cocaína, 1.430 porções de crack e 317 porções de maconha. Um carro HB 20 também foi apreendido.
Ao todo, foram apreendidos cerca de 40 quilos de drogas. Crédito da foto: Emídio Marques (01/03/2019)
O delegado assistente da Dise, Rodrigo Ayres, explica que a operação aconteceu nesta sexta (1º) porque a droga já estava embalada e pronta para ser distribuída no Carnaval. Com a venda dos entorpecentes apreendidos, os policiais estimam que a quadrilha iria obter cerca de R$ 500 mil. A investigação aponta ainda que o lucro obtido mensalmente com o tráfico nesses pontos variava entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, enquanto o lucro real das sorveterias, por exemplo, ficava entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por mês.
Segundo o delegado, além do controle da contabilidade, o empresário armazenava as drogas e recolhia o dinheiro dos traficantes que gerenciavam os pontos de venda de drogas. Parte do dinheiro era repassado para outras pessoas da facção e uma parte ficava com ele. “O dinheiro era pulverizado para despistar a sua origem. No caso do contador, ele inflava os valores dos lucros dos seus estabelecimentos comerciais para lavar o dinheiro do tráfico”, cita.
Ainda, segundo a Dise, o acusado não tinha passagens policiais, mas respondia a um processo por corrupção ativa. Ele permaneceu preso e passará por audiência de custódia. A pena estimada para esse crime, em caso de condenação, é de dez anos de reclusão. A mulher do empresário também foi levada à delegacia para prestar depoimento, mas foi liberada em seguida. Agnaldo Ferreira Pires foi cobrador do jornal por cerca de dez anos.
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