Buscar no Cruzeiro

Buscar

Sorocaba terá decreto para adequar município à nova fase

01 de Dezembro de 2020 às 00:01

Sorocaba terá decreto para adequar município à nova fase Sérgio Reze, presidente da Associação Comercial. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (9/9/2020)

A prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PSL), deve publicar até amanhã o decreto que adequa o município às diretrizes gerais estabelecidas pelo Plano São Paulo, do governo estadual que, ontem, retrocedeu todas as regiões do Estado para a fase amarela. Para representantes do setor produtivo local, a mudança do faseamento foi recebida com cautela.

Por meio de nota, a administração municipal informa que está realizando estudos para verificar quais medidas serão adotadas a partir do dia 2 dezembro, quando o município, assim como todo o Estado, iniciará a nova fase. Para a prefeita, é importante que a situação epidêmica local seja conhecida e avaliada antecedendo a qualquer alteração ou adequação de um novo decreto, definindo a entrada de Sorocaba na fase amarela, informou a Secretaria de Comunicação (Secom).

Ontem a prefeita Jaqueline assinou um novo decreto prorrogando a quarentena no município até o dia 1º de janeiro de 2021. No documento, publicado no jornal Município de Sorocaba, a chefe do Executivo elenca a situação do município no que diz respeito ao estado epidêmico e às determinações para justificar a medida. Entre outros aspectos, o decreto lembra das ações legais diante da pandemia internacional da Covid-19, adotadas a partir de legislações federal e estadual, bem como da autonomia da gestão municipal na gerência deste momento de calamidade na saúde pública, por conta da expansão do contágio pelo novo coronavírus.

A decisão de retroceder para uma fase mais restritiva no plano de flexibilização econômica foi com cautela por parte de representantes de setores produtivos da cidade, que reconhecem a necessidade de aumentar o rigor das normas para conter a doença que vem registrando aumento de casos de Covid-19 nos últimos dias. “Mais do que nunca, é necessário redobrar os cuidados de higiene. Os números da Covid-19 vêm aumentando, o que nos deixa preocupados. A pandemia não acabou, os reflexos da quarentena ainda são sentidos pelos empresários, que estão tentando se recuperar. A Associação Comercial de Sorocaba está à disposição dos empreendedores, para o que eles precisarem, e pede encarecidamente que a população se cuide”, comentou o presidente da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), Sérgio Reze.

Diretor titular da regional Sorocaba do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos avalia que a volta da região de Sorocaba à fase amarela do Plano São Paulo acaba afetando mais diretamente o comércio e serviços. “O setor industrial não terá, a curto prazo, impacto de diminuição de horas trabalhadas, até porque vivemos um momento de demanda aquecida e temos uma retomada da economia em ‘V’, ou seja, a produção industrial já está em um patamar praticamente superior ao início da pandemia e as indústrias voltaram com carga total, inclusive estão sofrendo com a falta de matéria prima, como aço, papelão e resina para o setor de plástico”. No entanto, Syllos pondera que se essa situação se agravar ou persistir, haverá redução de consumo, afetando também o setor industrial.

Além de representantes de setores produtivos, a decisão do governador dividiu opiniões da população que, em parte defende a retomada da atividade econômica e, em parte, se mostra preocupada com o novo avanço da doença. Moradora do Jardim Maria do Carmo, na zona norte de Sorocaba, a professora Valdirene Rodrigues de Andrade, de 45 anos, considera a medida necessária já que, segundo ela, nas últimas semanas em que a região de Sorocaba estava na fase verde, flagrou muitas pessoas aglomeradas em espaços fechados, como supermercados, bares e restaurantes, mas estranha o fato da mudança ocorrer um dia após o segundo turno das eleições municipais. “Infelizmente tem muita gente que não tem consciência e respeito, então tem que mudar de fase mesmo, para poder controlar um pouco mais. A gente sente pelos funcionários, que têm que trabalhar e não podem perder o emprego, mas muita gente relaxou e não está respeitando todos os cuidados necessários. Tinha que ter mudado de fase antes, mas acho que só estavam esperando passar as eleições”, afirma. (Felipe Shikama)