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Sorocaba tem suspensão da coleta seletiva

26 de Abril de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Sorocaba tem suspensão da coleta seletiva Diversos materiais que eram destinados à coleta seletiva, estão sendo descartados no lixo comum. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (22/4/2020)

Enquanto na cidade de São Paulo a quarentena mudou o perfil do lixo produzido pelo paulistano, em Sorocaba, até o momento, a mudança ocorreu somente na suspensão da coleta seletiva, que atualmente representa somente 2% do total de resíduos (lixo comum) produzidos pelo sorocabano.

Segundo a Divisão de Limpeza Urbana e Resíduos (Dlur) da Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) de Sorocaba, a pandemia da Covid-19 e a quarentena, por enquanto, não causaram impacto na geração de resíduos na cidade.

Conforme os dados da Dlur, entre os dias 1º a 20 deste mês, o volume gerado foi de 10.682 toneladas de resíduos. De acordo com a Divisão, o número encontra-se na média gerada antes da pandemia.

Já na capital, segundo dados da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), da Prefeitura de São Paulo, o período de isolamento social fez com que houvesse queda de 56% nos resíduos recolhidos pela varrição das ruas, diminuição de 12% do lixo comum e aumento de 25% na coleta seletiva. Os dados consideram a primeira quinzena de abril em comparação a igual período do ano passado.

Em Sorocaba, a prefeitura não informou dados sobre os resíduos recolhidos pela varrição das ruas na cidade e se houve ou não diminuição ou aumento por conta do novo coronavírus e a quarentena.

De acordo com a Prefeitura de Sorocaba, o volume total gerado mensalmente na cidade de resíduos (lixo comum) é de 16 mil toneladas, em média, totalizando 192 mil toneladas por ano.

Ainda conforme a prefeitura, o serviço de coleta de resíduos domiciliares e comerciais continua sendo executado normalmente durante a pandemia em Sorocaba, ou seja, não ocorreu nenhuma mudança operacional.

Coleta seletiva ainda não tem data para retornar

A Prefeitura de Sorocaba informou na quarta-feira (22) que a coleta seletiva ainda não tem data definida para ser retomada na cidade. Ela foi suspensa por conta do novo coronavírus no dia 31 do mês passado.

Na ocasião, a Serpo informou que o serviço de coleta seletiva em Sorocaba estará temporariamente suspenso por um período inicial de 30 dias. E que a medida foi acertada entre a pasta e as cooperativas Coreso e Coopereso, que cuidam desse trabalho.

Atualmente cerca de 30 mil casas em toda a cidade eram atendidas pela coleta seletiva.

Conforme a Serpo, a coleta seletiva foi suspensa por conta da Covid-19, principalmente pela saúde dos cooperados e pela falta de compradores dos materiais segregados e acondicionados para a venda. “A coleta seletiva representava cerca de 2% do total de resíduos produzidos. Ainda não há data definida para a retomada”, afirma a Serpo.

Moradores reclamam

Os moradores que estão acostumados há anos a separar o lixo reciclado do lixo comum, reclamam da suspensão da coleta seletiva. Sem ter muitas alternativas, eles próprios estão levando o lixo reciclado em pontos de coleta existentes na cidade.

É o que tem feito, por exemplo, a aposentada Maria Lúcia Proença, 69 anos, que há muitos anos separa todo dia o lixo reciclado do comum em sua residência.

Segundo ela, que mora em um condomínio de casas, no Alto da Boa Vista, uma vez por semana o caminhão da coleta seletiva passava no residencial para pegar o lixo reciclado. “Reciclar lixo é um hábito que faço há anos e acho ruim a coleta ter sido suspensa, pois prejudica o meio ambiente”, conta.

Para não deixar de ajudar a natureza e continuar separando o lixo comum do reciclado, Maria Lúcia tem levado os resíduos recicláveis em um ponto de coleta, que fica no estacionamento de um supermercado próximo ao local que ela mora. “Sorte que há um ponto de coleta de material reciclado aqui perto. Então, eu espero juntar uma certa quantidade, coloco no carro e eu mesma levo até o ponto de coleta. Não podemos retroceder neste momento, o planeta agradece”, diz.

No entanto, há quem não faça esse esforço e descarte nos contêineres de lixo comum, como flagrado pela reportagem. (Ana Cláudia Martins)