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Sorocaba tem a menor taxa de mortalidade infantil da história

09 de Dezembro de 2018 às 06:30

Sorocaba tem a menor taxa de mortalidade infantil da história Atendimento oferecido na rede pública e privada favorece a queda de mortes de bebês nos primeiros meses de vida. Crédito da foto: Luiz Setti / Arquivo JCS (17/10/2014)

No ano de 2017, o indicador de mortalidade infantil do município de Sorocaba apresentou o seu menor índice da história, 10,1 por mil nascidos vivos. A taxa da cidade também foi menor que a regional (11,6) e que a estadual (10,7).

Além de atingir essa redução, Sorocaba está próximo de chegar o valor do indicador aceitável pela OMS (Organização Mundial de Saúde): abaixo de 10 por mil nascidos vivos. Os dados foram divulgados pela Fundação Seade, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo, e também avaliados pela Prefeitura de Sorocaba.

A taxa de mortalidade infantil reflete a condição dos serviços de saúde, de moradia, nutrição, educação, fatores socioeconômicos, o que justifica a extrema importância do indicador na avaliação das condições de vida de uma população, podendo ter interferência de fatores biológicos, socioeconômicos e assistenciais.

O aumento das equipes de Saúde de Família tornou possível intensificar ações territorializadas como os cuidados na gestação

Na mesma relação do ano de 2017, na comparação com outras cidades de porte semelhante com as quais tradicionalmente são feitas comparações de indicadores de qualidade de vida, Sorocaba fica atrás de cidades como São José dos Campos (9,5) por mil nascidos vivos, São José do Rio Preto (9,3), Ribeirão Preto (9,1), São Bernardo do Campo (9,4) e Santo André (7,3). E fica à frente de cidades como Bauru (11,2) e Santos (10,7). Por curiosidade, Campinas tem indicador de mortalidade infantil de 8,9 por mil nascidos vivos, estando à frente de Sorocaba.

O balanço da Fundação Seade também mostra, ano a ano, esses indicadores no período de 2013 a 2017. Nesse período, Sorocaba diminuiu o seu indicador a cada ano, exceto 2016, como segue: 2013 (12,6), 2014 (12,4), 2015 (10,5), 2016 (10,7), 2017 (10,1). A média desse período foi de 11,2.

Mudança de patamar

Segundo a secretária da Saúde, Marina Elaine Pereira, o índice de mortalidade infantil em Sorocaba vem apresentando tendência de queda e, em 2017, mudou definitivamente de patamar graças aos resultados de uma série de programas, ações e serviços específicos disponibilizados pelos setores público e privado de saúde, para o atendimento às mulheres desde o início da gravidez, bem como às crianças ao longo dos meses sequentes aos nascimentos.

Marina explica que as principais causas de Mortalidade Infantil estão relacionadas às afecções originadas no período perinatal (consequências da prematuridade) e que, por isso, são fundamentais as ações de atenção básica nos municípios brasileiros. “Em Sorocaba, a prefeitura ampliou a Estratégia de Saúde de Família, aumentando de 16 para 44 nas Equipes de Saúde de Família (ESF), além de 5 para 14 nas Unidade de Saúde da Família. Isso fez com que a cobertura do serviço subisse de 9% para 28% da população, com foco em áreas com maior vulnerabilidade, o que significa melhoria na vigilância e cuidado materno-infantil”, analisa a secretária.

Cuidados na gestação

De acordo com a Secretaria da Saúde (SES), o aumento das equipes de Saúde de Família tornou possível intensificar ações territorializadas como os cuidados na gestação; orientações quanto à importância do correto seguimento de todas as consultas e exames de pré-natal; visitas domiciliares aos recém-nascidos; orientações e cuidados com as crianças; prevenção de acidentes na infância; avaliação da situação vacinal e demais ações que as equipes de saúde da família realizam por conhecerem o seu território e a população de sua micro área, o que possibilita intensificar o vínculo das equipes com as famílias, dentre outros.

Segundo a Prefeitura, a SES vem intensificando ações de Educação Continuada e treinamentos de suas equipes multiprofissionais, visando o adequado acompanhamento de gestantes e crianças para o diagnóstico precoce dos agravos à saúde das mães e de seus filhos, com revisão periódica dos protocolos assistenciais. São destaques na atenção materno-infantil alguns programas municipais como o “Pré-natal para Gestantes de Alto Risco”, além dos pré-natais de baixo e médio riscos, que também oferecem atendimento odontológico preferencial e obrigatório para todas as gestantes, além do controle e monitoramento e vigilância das internações de gestantes durante o Pré-Natal.

O programa “Recém-Nascido de Risco” garante o agendamento de consulta até sete dias, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para os recém-nascidos nas maternidades SUS (Sistema Único de Saúde), bem como para as mães puérperas. Ainda existe o programa “Bebê Saudável”, que acompanha e monitora os bebês menores de um ano internados em hospitais SUS e também agenda consultas precoces nas UBSs.

Região tem 6º pior desempenho no Estado, segundo a Seade

Dados foram divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostram que no Departamento Regional de Saúde 16 (DRS-16), que compreende Sorocaba e outros 47 municípios paulistas, a taxa de mortalidade é de 11,6. Entre as cidades que integram a DRS-16, Itaóca, no Vale do Ribeira, é a que apresentou pior resultado, com 46,5 mortes de crianças para cada mil. O menor índice é de Angatuba, com 3,1.

Dos 17 DRSs do Estado, a região de Sorocaba tem o sexto pior resultado. A DRS-4, que abrange os municípios da Baixada Santista, tem a pior taxa de mortalidade infantil, com 14,2 mortos para cada mil nascidos vivos. Já a DRS-8, na região de Franca, apresenta o melhor resultado, com média de 8,1 mortes de crianças de até um ano para cada mil.

Sorocaba tem a menor taxa de mortalidade infantil da história Cidades da região ainda apresentam índices preocupantes. Crédito da foto: Bruno Cecim / Arquivo JCS (4/6/2009)

Na DRS-16, segundo o levantamento, a população é estimada em 2,3 milhões de habitantes e em 2017 nasceram 34.158 crianças. Ao longo do ano passado foram registrados 395 mortes de crianças com menos de um ano nos 48 municípios.

Em Sorocaba, embora tenha sido registrado uma queda no último ano, a média entre 2013 e 2017 aponta 11,2 mortes para mil nascidos vivos. O histórico do município mostra que em 2016 houve um aumento na mortalidade, que vinha de 10,5 em 2015 e subiu para 10,7 no ano seguinte. Em 2013 a cidade registrou 12,6 óbitos para mil nascimentos.

A maioria das mortes na DRS-16, aponta o estudo, acometem bebês no período neonatal, ou seja, nos primeiros 28 dias de vida. “Se no passado predominavam as doenças infecciosas, parasitárias e diarreia aguda e desidratação, que se concentravam principalmente na mortalidade pós-neonatal (28 dias a 11 meses), com sua redução predominam as causas perinatais e as malformações congênitas, que atingem basicamente as crianças com até seis dias de vida”, divulgou a equipe técnica da gerência demográfica da Fundação Seade, através do relatório final do estudo.

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Segundo a pesquisa, a mortalidade neonatal precoce passou de 22,5 óbitos de crianças com até seis dias de vida por mil nascidos vivos em 1975, para 5,4 por mil em 2017, reduzindo-se 76%. Por sua vez, a taxa de mortalidade pós-neonatal diminuiu 94%, ao sair de 48,7 óbitos de crianças entre 28 dias e um ano por mil nascidos vivos, para 3,2 por mil nesse mesmo período. Atualmente, os óbitos neonatais precoces, representam 50% do total dos óbitos infantis, enquanto os ocorridos no período pós-neonatal respondem por cerca de 30% desses eventos.

No ano de 2017, no Estado de São Paulo, foram registrados 6.569 óbitos de crianças menores de um ano, resultando em taxa de mortalidade infantil de 10,74 óbitos por mil nascidos vivos, índice ligeiramente menor que em 2016, quando foi de 10,91 por mil. Esse indicador passou por reduções expressivas desde 1900, segundo a Fundação Seade. (Da Redação, com informações da Secom Sorocaba)

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