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Sorocaba registra aumento no número de acionamentos do Botão do Pânico

18 de Setembro de 2019 às 16:08

Sorocaba registra aumento no número de acionamentos do Botão do Pânico O Botão do Pânico é um aplicativo voltado à segurança das mulheres em Sorocaba. Crédito da foto: Secom Sorocaba (18/9/2019)

O Botão do Pânico foi acionado 88 vezes entre fevereiro e agosto de 2019, em Sorocaba. O número é quatro vezes maior em comparação ao mesmo período do ano passado.

O lançamento do Botão do Pânico ocorreu em fevereiro de 2018. Até agosto daquele ano, o sistema foi acionado 22 vezes.

O acionamento foi feito por mulheres na iminência de sofrer agressões. Também por quem chegou a ser vítima de violência doméstica.

Já o número agressores que descumpriram a medida protetiva judicial e que foram detidos pela Polícia triplicou. Nesse mesmo período, foram 28 neste ano contra sete no ano passado.

O Centro de Referência da Mulher (Cerem) Selma Said é o responsável pelo acolhimento de mulheres vítimas de agressões. A entidade é vinculada à Secretaria de Igualdade e Assistência Social (Sias).

Nesse atendimento realizado pelo Cerem, a vítima recebe todas as orientações sobre sua participação no programa de proteção. Também aprende a utilizar o aplicativo, conectado direto no seu aparelho celular.

A unidade atende mulheres a partir de 18 anos em situação de violência doméstica. Seja por demanda espontânea ou por encaminhamento de algum serviço ou instituição.

O Centro de Referência oferece ainda orientações gerais sobre os direitos da mulher. A lista inclui a Lei Maria da Penha e a Rede de Atendimento. “O trabalho ofertado pelo Cerem contribui com o autofortalecimento da vítima, para que a mulher cesse a situação de violência vivenciada. Sem ferir o seu direito à autodeterminação, mas promovendo meios que fortaleçam sua autoestima e tomada de decisões relativas à situação de violência.” A explicação é da coordenadora do Cerem, Naiane Maira Brito de Melo.

Inclusões e luta constante

Desde a implantação do Botão do Pânico, em 8 de fevereiro de 2018, foram realizadas 485 inclusões de mulheres vítimas de violência doméstica no aplicativo. Destas, 415 estão ativas, até o momento.

Entre elas está a pedagoga Adriana, de 46 anos. Ela conta que durante muitos anos foi vítima de agressão do seu ex-companheiro. Por muitas vezes, acreditou na mudança do comportamento do ex-parceiro. “Por três vezes ele machucou as minhas costelas, quebrou o meu pé e, na penúltima vez que fui agredida, fui esfaqueada”, recorda com assombro.

Adriana não só recebia agressões físicas, como também, era vítima de agressões verbais. “Ele começou a vender tudo que tinha dentro de casa e na última agressão, no dia 10 de setembro de 2018, quebrou o meu nariz. Foi a gota d’água. Fui até a delegacia feminina e fiquei quase 20 dias com as crianças no CIM Mulher, e através do acolhimento da assistente social, fomos até o fórum adquirir o direito de ter o Botão do Pânico”, relembra.

O ex-companheiro da Adriana já ficou preso durante três meses. Isso ocorreu após a vítima acionar o botão do pânico e ser prontamente socorrida pela CGM.

A detenção ocorreu quando o agressor tentou invadir sua residência, em novembro de 2018. O homem já foi sentenciado e não pode se aproximar dela até 2022.

“O botão do pânico me dá uma sensação de segurança, porque sei que se acioná-lo, em segundos, recebo a ligação da polícia e a viatura é acionada”, diz. “Agradeço a Prefeitura de Sorocaba pela criação do Botão do Pânico, porque só estou viva por causa dele”.

Delegacia da Mulher registra 37 casos no período noturno Fachada da Delegacia de Defesa da Mulher, em Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério (30/1/2019)

Como funciona o Botão do Pânico

A mulher que se sentir agredida deve procurar a Polícia para registar Boletim de Ocorrência. Em seguida, precisa fazer a solicitação das medidas protetivas.

Com o B.O em mãos, deve se dirigir ao Fórum e apresentar o caso à Justiça. Na sequência, a vítima é encaminhada ao Cerem. No local, a pessoa precisa realizar o cadastramento no sistema Botão do Pânico e ser acompanhada pela equipe em virtude das situações de violência vivenciadas.

O Cerem está localizado na avenida Juscelino Kubitschek, 440, no Centro. O local funciona das 8h às 17h. (Da Redação)

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