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Sorocaba recebe cinco raios por quilômetro quadrado no ano

11 de Janeiro de 2020 às 23:41

Sorocaba recebe cinco raios por quilômetro quadrado no ano O Brasil é o país onde mais pessoas morrem em decorrência de raios. Crédito da Foto: Pixabay.com

O Brasil é o país onde mais pessoas morrem em decorrência de raios. Crédito da Foto: Pixabay.com

O verão também é sinônimo de temporais com alta densidade de descargas elétricas e Sorocaba, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), recebe uma média superior a cinco raios por quilômetro quadrado por ano, o que é considerado um alto índice.

Ao longo de 12 meses a cidade foi alvo de aproximadamente 2.250 descargas elétricas.

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Embora em Sorocaba não tenham sido registradas mortes ou acidentes graves envolvendo raios no último ano, recentemente, em novembro de 2019, um homem morreu e 14 pessoas ficaram feridas em Gravataí, no Rio Grande do Sul, quando um raio atingiu um campo de futebol. Casos no litoral paulista também são frequentes.

O Brasil, segundo o Elat/Inpe, é o país onde mais pessoas morrem em decorrência de raios. O grupo de pesquisa estima uma média de 110 a 130 mortes por ano, com a maioria ocasionada no verão (43%).

De acordo com o Elat/Inpe, a chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, sendo em média menor do que um para um milhão. Contudo, se a pessoa estiver numa área descampada embaixo de uma tempestade forte, esta chance pode aumentar em até um para mil.

Caso uma pessoa seja atingida por um raio, a corrente elétrica pode causar queimaduras e outros danos a diversas partes do corpo e a maioria das mortes é causada por parada cardíaca e respiratória. Grande parte dos sobreviventes sofre por um longo tempo de sérias sequelas psicológicas e orgânicas.

Raios, relâmpagos e trovões

De acordo com o Elat/Inpe, relâmpagos são todas as descargas elétricas geradas por nuvens de tempestades, que se conectam ou não ao solo. Já os raios são somente as descargas que tomam o chão, a uma intensidade típica de 30 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. A descarga percorre distâncias da ordem de cinco quilômetros.

Sobre o trovão, a instituição explica que trata-se do som produzido pelo rápido aquecimento e expansão do ar na região da atmosfera onde a corrente elétrica do raio circula. O barulho dificilmente pode ser ouvido se o raio acontecer a uma distância maior do que 20 quilômetros.

Sobre a máxima “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”, o grupo de pesquisadores afirma que pode cair sim e isso é até comum. Como exemplo, o Elat/Inpe cita o monumento Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que é atingido anualmente por cerca de seis raios.

Como se proteger

Diante de uma tempestade com raios, caso esteja na rua, a orientação é procurar abrigo em carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos fechados. Entrar em construções subterrâneas, como metrôs ou túneis, também é válido.

Se estiver em casa é importante evitar o uso de telefone fixo ou celular conectado ao carregador na tomada, assim como manter distância de canos, janelas, portas metálicas e equipamento elétrico ligado a rede de energia.

Outras orientações são: evitar segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés; evitar empinar pipas; não andar a cavalo; ficar longe de árvores ou linhas de energia elétrica. O Elat/Inpe também recomenda ficar distante de topos de morros, cordilheiras, prédios, estacionamentos abertos, campos de futebol, quadras em geral, cercas de arame e varais metálicos.

Caso sinta a sensação de pêlos arrepiados ou coceira na pele quando estiver em local aberto durante uma tempestade, isso pode indicar a que um raio está prestes a cair. “Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado”, orienta. (Larissa Pessoa)