O Brasil é o país onde mais pessoas morrem em decorrência de raios. Crédito da Foto: Pixabay.com
O verão também é sinônimo de temporais com alta densidade de descargas elétricas e Sorocaba, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), recebe uma média superior a cinco raios por quilômetro quadrado por ano, o que é considerado um alto índice.
Ao longo de 12 meses a cidade foi alvo de aproximadamente 2.250 descargas elétricas.
Embora em Sorocaba não tenham sido registradas mortes ou acidentes graves envolvendo raios no último ano, recentemente, em novembro de 2019, um homem morreu e 14 pessoas ficaram feridas em Gravataí, no Rio Grande do Sul, quando um raio atingiu um campo de futebol. Casos no litoral paulista também são frequentes.
O Brasil, segundo o Elat/Inpe, é o país onde mais pessoas morrem em decorrência de raios. O grupo de pesquisa estima uma média de 110 a 130 mortes por ano, com a maioria ocasionada no verão (43%).
De acordo com o Elat/Inpe, a chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, sendo em média menor do que um para um milhão. Contudo, se a pessoa estiver numa área descampada embaixo de uma tempestade forte, esta chance pode aumentar em até um para mil.
Caso uma pessoa seja atingida por um raio, a corrente elétrica pode causar queimaduras e outros danos a diversas partes do corpo e a maioria das mortes é causada por parada cardíaca e respiratória. Grande parte dos sobreviventes sofre por um longo tempo de sérias sequelas psicológicas e orgânicas.
Raios, relâmpagos e trovões
De acordo com o Elat/Inpe, relâmpagos são todas as descargas elétricas geradas por nuvens de tempestades, que se conectam ou não ao solo. Já os raios são somente as descargas que tomam o chão, a uma intensidade típica de 30 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. A descarga percorre distâncias da ordem de cinco quilômetros.
Sobre o trovão, a instituição explica que trata-se do som produzido pelo rápido aquecimento e expansão do ar na região da atmosfera onde a corrente elétrica do raio circula. O barulho dificilmente pode ser ouvido se o raio acontecer a uma distância maior do que 20 quilômetros.
Sobre a máxima “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”, o grupo de pesquisadores afirma que pode cair sim e isso é até comum. Como exemplo, o Elat/Inpe cita o monumento Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que é atingido anualmente por cerca de seis raios.
Como se proteger
Diante de uma tempestade com raios, caso esteja na rua, a orientação é procurar abrigo em carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos fechados. Entrar em construções subterrâneas, como metrôs ou túneis, também é válido.
Se estiver em casa é importante evitar o uso de telefone fixo ou celular conectado ao carregador na tomada, assim como manter distância de canos, janelas, portas metálicas e equipamento elétrico ligado a rede de energia.
Outras orientações são: evitar segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés; evitar empinar pipas; não andar a cavalo; ficar longe de árvores ou linhas de energia elétrica. O Elat/Inpe também recomenda ficar distante de topos de morros, cordilheiras, prédios, estacionamentos abertos, campos de futebol, quadras em geral, cercas de arame e varais metálicos.
Caso sinta a sensação de pêlos arrepiados ou coceira na pele quando estiver em local aberto durante uma tempestade, isso pode indicar a que um raio está prestes a cair. “Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado”, orienta. (Larissa Pessoa)