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Prefeitura realiza reunião emergencial sobre a paralisação do transporte coletivo

25 de Abril de 2020 às 07:25

Ônibus estacionados na manhã deste sábado (25) no Terminal Santo Antônio em Sorocaba.

Uma reunião no sexto andar do Paço Municipal está ocorrendo neste sábado (25) na Prefeitura de Sorocaba para discutir a questão da paralisação do transporte coletivo em Sorocaba. A reunião foi convocada pela prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) com demais integrantes do secretariado municipal, mas o evento é fechado para a imprensa.

O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Sorocaba nesta manhã sobre o impasse da paralisação do transporte público na cidade, mas até o momento não foi enviada resposta. Já a Urbes Trânsito e Transportes informa que lamenta que as negociações entre sindicato e empresas tenha atingido extremos e que a população esteja, mais uma vez, sendo prejudicada por outra paralisação do transporte coletivo.

"Vale destacar que a Prefeitura de Sorocaba mantém o subsídio ao Sistema de Transporte Coletivo, mesmo com a menor frota circulante neste momento de isolamento social. O objetivo do repasse integral é justamente dar fôlego às empresas para que cumpram com suas obrigações trabalhistas.  A queda de demanda de passageiros em tempos de pandemia foi de aproximadamente 90%", diz a empresa pública. A Urbes disse ainda que irá se posicionar sobre o resultado da reunião emergencial somente após o término da mesma.

A paralisação do transporte coletivo continua na manhã deste sábado em Sorocaba. O retorno dos ônibus estava previsto para as 16 horas desta sexta-feira (24), mas os veículos não rodaram. E, desta vez, não há data para retorno das atividades. O Terminal Santo Antônio, o maior da cidade, estava totalmente vazio nesta manhã e sem movimento por conta da paralisação do transporte coletivo.

Também nesta manhã, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região informou que os trabalhadores  em transporte urbano continuam em protesto contra a falta de pagamento de salário e a tentativa das empresas de fazer demissão em masa por meio de telegrama. "A negociação entre sindicato e as empresas Consor e STU permanece em andamento. Os trabalhadores só retornarão à atividade após a resolução dos problemas", afirma.

A situação afeta os serviços das duas concessionárias que operam na cidade — Sorocaba Transportes Urbanos (STU) e Consórcio Sorocaba (Consor).  Na noite desta sexta, o sindicato da categoria divulgou nota informando que, até o momento, a negociação com as empresas não avançou para um acordo.

Os serviços foram suspensos no início da tarde desta sexta-feira (24), quando o sindicato enviou nota aos trabalhadores da categoria pedindo que os motoristas deixassem os ônibus nos terminais Santo Antônio e São Paulo e fossem para casa. Eles já haviam parado por quatro horas no dia anterior para uma assembleia sobre o impasse com as empresas. O retorno dos ônibus estava previsto para as 16h, o que não ocorreu.

As operadoras dos dois lotes do transporte coletivo de Sorocaba comentaram a situação no início da noite de ontem. Elas pedem desculpas à população pela falta de transporte, esclarecem que foram “surpreendidas” pela paralisação dos trabalhadores e afirmam que estão enfrentando uma grave situação de arrecadação devido à pandemia da Covid-19. “O isolamento social gerou a queda no transporte de passageiros e, consequentemente, impactou no faturamento das empresas”, continua o documento.

“Recebemos o apoio financeiro da Prefeitura que ajudará somente em parte do pagamento das despesas referente a circulação de 40% da frota, porém para os 60% restantes não há recurso disponível em caixa”, acrescenta.

“Diante da realidade e contrário à vontade das empresas, não temos outra opção senão dispensar parte dos colaboradores. Lamentamos profundamente essa medida, mas foi a única solução encontrada para que alguns postos de trabalho sejam preservados e evitemos o fechamento total da operação pela falta de subsídio”, argumentam as empresas.

Sorocaba está sem transporte coletivo

“Aproveitamos a oportunidade para explicar que o sindicato aceitou o acordo com base na Medida Provisória 936/2020 para a redução de salarial conforme a carga horária de trabalho. Porém, a entidade deseja que o rodoviário trabalhe metade e exige que receba a remuneração total. O que não é possível pela falta de caixa das empresas. A proposta colocada pelas empresas é a condição possível para o atual momento”, acrescenta.

O Consor e a STU também declararam repúdio à violência e depredação que teria ocorrido na garagem da STU na tarde de ontem. “Soluções devem ser buscadas por meio do diálogo e da união. Para nós, cada profissional representa uma família e sabemos que todos são importantes, por isso, seguimos firmes com o propósito de fazer o melhor dentro das nossas possibilidades e deveres”. Por sua vez, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região negou a depredação.

Sobre a paralisação, a entidade afirmou que as negociações continuam emperradas porque as empresas do transporte urbano de Sorocaba encaminharam telegrama com “comunicado de demissão” para algumas dezenas de trabalhadores. “A intenção das empresas é de demitir cerca de 60% da categoria. O sindicato não aceita a demissão de nenhum trabalhador”, adverte.

O sindicato afirma que aceitou “com ressalvas” a adesão da Consor e da STU à Medida Provisória 936/2020, mas que elas não pagaram parte do salário referente ao mês de março (no 5º dia útil de abril) e nem o adiantamento no último dia 20. Por isso, “os trabalhadores manterão, por tempo indeterminado, a paralisação em protesto contra a intransigência das empresas.” (Da Redação)

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