Situação ocorre no último semáforo da Ipanema, na altura do Jardim Botucatu. Crédito da foto: Marcel Scinocca

Imagine um semáforo que fica apenas dois segundos fechado para os veículos. Imagine agora que para o pedestre atravessar de forma segura a via onde está esse semáforo demora ao menos seis segundos. Essa combinação, perigosa e inusitada, acontece há pelo menos três semanas na avenida Ipanema, na zona norte da cidade.

A reportagem do Cruzeiro do Sul esteve no local nesta segunda-feira (23) e registrou muitas situações preocupantes. O caso ocorre no bairro Jardim Botucatu, no último semáforo da Ipanema, a alguns metros da Cruz de Ferro. O mais comum de ser observado é pedestre esperando -- quase em vão -- os carros pararem. Em muitos casos, eles recuam. Em outros, eles simplesmente atravessam com o semáforo na fase em que está verde para os veículos. “Não dá para confiar no semáforo. Então, a gente espera todos os carros passarem e vai”, diz o estudante Natanael Cunha, que passa pelo local ao menos duas vezes por dia.

O vigia Israel Silva conta que o problema vem de muitos dias e que ele já ligou para reclamar. “Vieram ai, mas não resolveu”, relata. Ele também conta que já presenciou acidentes no local por causa do mau funcionamento do aparelho, sendo o último no domingo (22). “A picape bateu em uma mulher com o retrovisor. Por pouco não acontece coisa pior”, lembra.

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O industriário Raphael Beluche revela que passa pelo local todos os dias para ir trabalhar. Segundo ele, é um desafio constante. “Você olha e está fechado para os carros e quando vai atravessar, já está aberto. Os carros nem param, dependendo da situação”, comenta, A dona de casa Francisca Carvalho, moradora do Jardim Botucatu, diz que o problema é generalizado. “Não tem um final de semana que não tenha acidente. A avenida inteira é perigosa e mal sinalizada”, argumenta.

Susto para motoristas

Para quem é motorista e precisa utilizar a avenida, a situação também é complicada. Em muitas casos, alguns registrados pela reportagem, os motoristas param, como num semáforo convencional e parecem não entender a situação. Freadas bruscas e buzinadas são comuns no trecho da via, já que, em muitos casos, poucos segundos depois de o veículo parar, o equipamento está novamente operando em “verde”.

A Urbes, empresa pública que gerencia o trânsito e o transporte de Sorocaba, afirmou que tem ciência do problema e que “técnicos foram ao local para reparar o equipamento”. Os munícipes que se depararem com situação parecida podem acionar a Urbes pelo telefone 118 informando o problema.

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Festival de irregularidades

Durante o período de uma hora em que a reportagem esteve no local, diversas irregularidades foram constatadas próximo ao conjunto semafórico. Entre os problemas, motoristas sem cinto de segurança e pedestres atravessando fora da faixa. Houve flagrante de motoristas passando no “vermelho” e motociclista cortando caminho pelo canteiro da via para evitar o retorno. (Marcel Scinocca)