Buscar no Cruzeiro

Buscar

Secretários da Prefeitura depõem na CPI dos voluntários

20 de Março de 2019 às 07:21
Marcel Scinocca [email protected]

Secretários depõem na CPI dos voluntários Primeira oitiva durou cerca de três horas e contou com a participação de três secretários. Crédito da foto: Emidio Marques

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga problemas relacionados ao trabalho voluntário na Prefeitura de Sorocaba realizou nesta terça-feira (19) suas primeiras oitivas. Prestaram depoimento Suelei Gonçalves, titular da Secretaria de Cidadania e Participação Popular, pasta responsável pelos contratos de voluntários, Eloy de Oliveira, secretário de Comunicação e Eventos, e Carlos Henrique Mendonça, chefe de Gabinete no Paço Municipal. A oitiva durou cerca de três horas.

[irp posts="81443" ]

 

Em seu depoimento, a secretária Suelei Gonçalves afirmou que o programa Sorocaba Voluntária começou em 2017, mas teve o seu decreto revogado. Entretanto, ela disse que precisa levantar se ainda há voluntários atuando na Prefeitura de Sorocaba. Foram cadastradas 2.240 pessoas no programa. Ela disse também não ter dados de quantas pessoas atuaram como voluntários, de fato. “A nossa atuação era de cruzamento de dados. Quem vai fiscalizar é a secretaria solicitante”, diz.

Ainda conforme ela, no Gabinete do prefeito José Crespo (DEM) não houve solicitação. A secretária disse que não caberia a ela responder se os voluntários tinham poder de mando na Prefeitura, assim como um servidor público concursado ou mesmo em cargo de confiança. Funcionários públicos também estavam cadastrados no programa, segundo ela.

Questionada sobre o motivo da revogação do decreto, Suelei Gonçalves disse desconhecer. “O decreto é um ato do prefeito”, afirmou. Ela também comentou que não foi consultada sobre a medida. Suelei ainda respondeu sobre a situação de Tatiane Polis, ex-assessora do prefeito José Crespo. “Ela não estava cadastrada no Programa Sorocaba Voluntária,” disse.

Eloy de Oliveira foi o segundo a depor. Ele disse que não requisitou nenhum voluntário, mas que utilizou os serviços de Tatiane Polis, uma vez que ela tinha assinado um termo para atuar em todas as secretarias. Ela teria atuado no programa Fala Bairro. O secretário também disse que não há exigência de escolaridade para os voluntários. “Ela participou como voluntária, como cidadã. Qualquer pessoa pode participar”, afirmou, acrescentando que “ela ajudava na organização do evento”.

Ainda conforme o secretário, ela -- Tatiane Polis -- não tinha um espaço fixo, mas atuava de dentro da Secom. “Ela usava a estrutura da Secretaria de Comunicação e Eventos e de outras secretarias, conforme a necessidade”, lembra.

O titular da Secom negou que Tatiane desse algum tipo de ordem para servidores. Conforme ele, ela era uma peça do processo, não responsável por ele. O secretário também negou que tivesse pedido a ajuda da ex-assessora para o prêmio de jornalismo, realizado em 12 de dezembro de 2018. Em duas situações, Eloy de Oliveira preferiu não se manifestar, sendo uma sobre exoneração de um servidor e outra sobre a troca de gestor em um contrato de publicidade. Por fim, Eloy de Oliveira afirmou que Tatiane Polis não atua mais na Secom e não está mais no grupo de aplicativos de conversas da pasta.

Chefe de gabinete

Carlos Henrique Mendonça, chefe de Gabinete do prefeito José Crespo, foi o último a depor e teve a oitiva mais curta. Ele afirmou que em seu setor não há necessidade de voluntários. Ele confirmou o trânsito de Tatiane Polis na Prefeitura de Sorocaba. “Ela esteve lá em alguns momentos, mas não sei quais eram suas atribuições”, disse.

Márcio Leme, advogado de Tatiane Polis -- citada diversas vezes nas oitivas --, acompanhou os depoimentos e disse que sua cliente prestará depoimento se solicitada. Para o advogado, todo o caso envolve questões políticas. “Nós entendemos que existe por trás do pano de fundo é uma questão política, haja vista as eleições que se aproximam. Há um conluio de opositores para desgastar a imagem do prefeito e se utilizaram mais uma vez da Tatiane Polis”, afirmou.

Iara Bernardi (PT), presidente da CPI, afirmou que não há previsão de quando a ex-assessora será convocada. Conforme ela, a convocação do chefe do Executivo também não está descartada. (Marcel Scinocca)