Turismo
Fim de ano aquece setores de hospedagem e alimentação na região
Programação turística e férias ampliam movimento em hotéis e comércios locais
O fim de ano traz balanços do período que se encerra e a expectativa por um novo ciclo. Com férias coletivas e escolares, os setores de hospedagem e alimentação devem faturar aproximadamente R$ 80 bilhões no mês de dezembro em todo o Brasil.
Na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), cidades com perfil turístico, como Salto, Itu e São Roque, atraem visitantes da capital e de outros estados em busca de opções de lazer no interior. Além dos atrativos permanentes, a programação de fim de ano contribui para ampliar o fluxo de visitantes.
Tatuí é a mais recente cidade da RMS reconhecida como estância turística. Segundo o gerente do Hotel Del Fiol, Fábio Rogério, o setor de hospedagem apresenta crescimento. “Neste ano, estamos com um movimento cerca de 60% maior em relação a 2024”, informa.
De acordo com a Prefeitura de Tatuí, o período costuma impulsionar a economia local, com impacto nos setores de comércio, alimentação, serviços e turismo. “Neste período, há aumento no fluxo de consumidores, tanto de moradores quanto de visitantes de municípios vizinhos, como Cesário Lange, Capela do Alto, Pereiras, Quadra e Iperó, o que fortalece o comércio local nas semanas que antecedem o Natal”, afirma.
A programação “Tatuí, Natal Encantado” também contribui para esse movimento. Segundo a prefeitura, em 2024 o evento recebeu mais de 97 mil visitantes, entre moradores e turistas, que participaram das atividades previstas, como apresentações temáticas e espaços decorados. O volume de público impacta diretamente a circulação de pessoas e o faturamento do comércio local.
Em Itu, a expectativa para o setor de hospedagem também é de aumento na ocupação. Segundo a prefeitura, a programação do Natal Mágico tende a atrair visitantes de cidades vizinhas e ampliar a procura por hotéis e pousadas.
A administração municipal avalia que o evento estimula diferentes segmentos. “Com o aumento de visitantes, cresce a demanda por hospedagem, alimentação, comércio, serviços, artesanato, lazer e transporte. A programação também favorece empreendedores locais e gera renda adicional para o município”, informa.
Em Sorocaba, a expectativa é semelhante. Segundo a prefeitura, o período registra crescimento projetado no setor de turismo, com possibilidade de aumento nos empregos temporários. “A tendência é de impacto econômico positivo nos setores de hospedagem, alimentação e serviços, como ocorre em destinos turísticos próximos a grandes centros urbanos”, afirma.
Inflação e impacto no lucro
Apesar do aumento no faturamento, o crescimento não se traduz, necessariamente, em maior rentabilidade. Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, a inflação influencia diretamente os resultados. “O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 27% no período. O aumento do faturamento é uma notícia positiva, mas parte desses ganhos é absorvida pela inflação. A demanda cresceu, a economia está girando, mas os empresários trabalham mais e ganham menos”, explica.
O professor e economista Geraldo Almeida afirma que a inflação corresponde ao aumento contínuo e generalizado dos preços. “No setor de hospedagem, há custos elevados com mão de obra, além da escassez de profissionais qualificados, o que pressiona os preços. No setor de alimentação, os custos aumentam tanto para quem compra insumos quanto para quem consome fora de casa”, afirma.
Segundo o economista, nem sempre esses aumentos são integralmente repassados ao consumidor final, o que compromete a margem de lucro, especialmente no setor alimentício.