Gestão da saúde
Câmara de Votorantim aguarda respostas da prefeitura sobre Instituto Moriah
A Câmara de Votorantim informou, ontem (5), por meio de nota, que já solicitou esclarecimentos à prefeitura sobre os atrasos de repasses ao Instituto Moriah, responsável pela gestão da UPA Central, UPA Infantil e Hospital Municipal. O atraso motivou a suspensão de pagamentos de salários e rescisões a funcionários das unidades de saúde, conforme comunicado interno divulgado pelo instituto no fim de novembro.
Segundo a Câmara, requerimentos aprovados em plenário pedem informações sobre pagamentos a fornecedores, repasses à organização gestora e os resultados efetivos do Decreto Municipal nº 8.056/2025 — norma que embasou um pacote de redução de despesas anunciado, em setembro, pela administração Weber Manga (Republicanos).
“A Câmara tem conhecimento da situação e já existem requerimentos aprovados solicitando informações oficiais à prefeitura sobre atrasos de pagamentos a fornecedores, repasses à gestora Instituto Moriah e também sobre os resultados reais do Decreto Municipal nº 8.056/2025”, diz a nota enviada ao Cruzeiro do Sul. O Legislativo afirma aguardar resposta formal do Executivo para “avaliar eventual descumprimento contratual ou impacto no atendimento público e, a partir disso, adotar novas medidas de fiscalização”.
Sem resposta
Até as 18h30 de ontem (4), a Prefeitura de Votorantim não havia respondido aos questionamentos feitos pelo Cruzeiro do Sul e pelas instituições envolvidas. O Instituto Moriah também não atualizou informações sobre a quitação dos salários atrasados. O comunicado interno divulgado pelo Instituto apontava que os pagamentos aos trabalhadores só serão regularizados após o município retomar os repasses financeiros destinados à manutenção das unidades de saúde.
Crise financeira
Votorantim enfrenta um cenário de restrição orçamentária desde setembro, quando foi anunciado um plano de contenção de gastos que incluiu redução do expediente administrativo, suspensão de horas extras, corte de marmitex, paralisação de obras e fechamento de prédios públicos. Empresas contratadas pelo Executivo relatam atrasos superiores a R$ 500 mil, e o transporte coletivo chegou a registrar paralisações por falta de pagamento a motoristas.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) também emitiu alertas sobre arrecadação abaixo das metas e suspendeu licitações. A Câmara afirma que só definirá eventuais providências após receber as respostas oficiais do Executivo sobre os impactos e a legalidade da suspensão dos repasses. (Caroline Mendes)