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Itapetininga

"As vítimas ficaram de joelhos antes de serem executadas", afirmam delegados sobre duplo homicídio em clínica

Polícia identifica e detém médico acusado em menos de 24 horas; crime teria sido motivado por disputa profissional

21 de Outubro de 2025 às 23:15
Da Redação [email protected]
Seccional de Itapetininga Luiz Antônio Lara (ao centro) e os delegados Franco Augusto e Luiz Henrique Nunes
Delegado Seccional de Itapetininga Luiz Antônio Lara (ao centro) e os delegados Franco Augusto e Luiz Henrique Nunes (Crédito: Daniel Gouveia )

A Polícia Civil de Itapetininga resolveu em menos de 24 horas um crime que chocou a cidade. Durante uma coletiva de imprensa realizada na noite desta terça-feira (21), o delegado seccional Luiz Antônio Lara e os delegados assistentes Franco Augusto e Luiz Henrique Nunes confirmaram a prisão em flagrante de um médico oftalmologista de 56 anos, acusado de matar duas pessoas em uma clínica de optometria localizada na região central da cidade

Dinâmica

A cena do crime chocou até policiais experientes. “Logo no primeiro cômodo, nos deparamos com dois corpos carbonizados, de bruços, com lesões de disparo de arma de fogo na região da cabeça. O local estava tomado por um forte cheiro de sangue e de vísceras queimadas”, relata o delegado Franco Augusto.

“As investigações indicam que o suspeito simulou um assalto antes de atirar contra as vítimas. Elas ficaram de joelhos, de costas para ele. Os tiros foram na nuca. Além disso, também sofreram cortes na região do pescoço”, explica o delegado. Em seguida, o autor usou álcool em gel para atear fogo nos corpos. As vítimas estavam parcialmente carbonizadas.

Uma terceira pessoa também foi atingida, mas seu estado de saúde não foi detalhado. Todos eram pacientes. A mulher e o filho de uma das vítimas aguardavam do lado de fora da clínica. Ela não ouviu os tiros, mas sentiu o cheiro de queimado.

Segundo a polícia, houve planejamento, e a motivação teria sido uma disputa profissional. O autor já havia feito denúncias contra uma das vítimas, optometrista e proprietário da clínica, alegando que ele estaria prejudicando seu exercício profissional. Também há registros contra outros profissionais.

Para o delegado Luiz Henrique Nunes, a identificação do autor foi possível por meio da análise de câmeras de segurança. “Elas registraram o trajeto feito por ele até a clínica e a fuga após o crime. Os investigadores conseguiram identificar a placa do veículo usado, um carro alugado que foi retirado no domingo (19) e devolvido ainda nesta terça-feira (21)”, explica. A partir da placa, os policiais chegaram ao nome do médico, que foi encontrado em um dos seus locais de trabalho, o INSS de Itapetininga. No momento da abordagem, o suspeito não confessou o crime.

Silêncio

Durante o interrogatório, o médico preferiu permanecer em silêncio e informou aos agentes que a arma — uma pistola Taurus registrada — foi localizada em sua residência, assim como as roupas utilizadas no crime, que ele havia trocado dentro do carro, além de uma quantia em dinheiro.

Ainda segundo o delegado Luiz Henrique, o médico vinha denunciando optometristas da cidade há anos. Não há registros de antecedentes criminais em seu nome, e está sendo apurado se o suspeito possui registro como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador).

O caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e foi conduzido pelos delegados Fernando Fujino e Emanuel Françani. Ao todo, participaram da operação cerca de 12 policiais civis, sob coordenação da DIG e da Delegacia Seccional de Itapetininga. O suspeito será submetido nesta quarta-feira (22) à audiência de custódia.

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