Crime
Corpo de menina desaparecida é encontrado enterrado e concretado em Itapetininga
Padrasto confessa crime e leva a polícia até o local; mãe também foi presa por participação na ocultação do corpo
O corpo de uma menina de seis anos, que estava desaparecida havia cerca de uma semana no bairro Morro Alto, em Itapetininga, Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), foi localizado na manhã desta terça-feira (14), enterrado e concretado no quintal de uma casa no bairro São Camilo. A Polícia Civil confirmou que o autor do crime é o padrasto da criança, que indicou o local onde o corpo havia sido ocultado. Ele foi preso em flagrante.
De acordo com o delegado assistente da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, Franco Augusto, o caso chegou inicialmente como uma ocorrência comum de desaparecimento. O pai biológico da menina procurou a polícia após perder contato com a filha e com a ex-companheira. “No plantão, tratamos como um desaparecimento normal. O pai tentou localizar a mãe e a criança, mas não as encontrou. Até então, não havia qualquer indício de crime”, explica o delegado.
As investigações mudaram de rumo quando surgiram informações de que a criança poderia estar morta. A partir disso, os policiais localizaram a mãe e o padrasto, que haviam mudado de endereço. Ambos foram levados para a delegacia, onde apresentaram versões contraditórias sobre o desaparecimento.
Durante os interrogatórios, inconsistências nos depoimentos e o histórico de violência doméstica do padrasto começaram a ser confirmados. Segundo o delegado, ele já havia sido denunciado anteriormente pela mãe da criança. “Ele penalizava a mãe por meio da filha. Em determinado momento, ela admitiu que a menina estava morta e, então, passamos a pressionar”, relata Franco Augusto.
O homem confessou o crime e levou os investigadores até o local onde o corpo estava enterrado. Ele havia cavado uma cova rasa no quintal e concretado o espaço para tentar mascarar o odor da decomposição. A estimativa é de que o corpo estivesse no local havia cerca de 20 a 30 dias.
A polícia apreendeu um objeto que teria sido utilizado para agredir a vítima. Conforme o delegado, tanto o padrasto quanto a mãe agrediam a criança com frequência, sob a justificativa de “discipliná-la”. “Eles afirmam que não tinham a intenção de matar, mas perderam completamente a noção. A menina era negligenciada. A mãe também a agredia e participou da ocultação do corpo”, diz o delegado.
Após a morte, o casal não procurou atendimento médico nem comunicou as autoridades. “Eles permaneceram em silêncio e decidiram esconder o corpo, como se a menina nunca tivesse existido.”
O Instituto Médico Legal (IML) deve confirmar a causa da morte. A polícia suspeita que a criança tenha morrido em decorrência de agressões, mas ainda não é possível afirmar se foi por traumatismo, esganadura ou outro tipo de lesão. “Muito provavelmente, ela não resistiu às lesões provocadas”, completa o delegado.
A investigação segue em andamento. A mãe biológica e o padrasto permanecem presos e passariam por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (15).
Galeria
Confira a galeria de fotos