Uma conferência debateu pautas ambientais na manhã desta sexta-feira (13), no Auditório Municipal Francisco Beranger, em Votorantim. O evento contou com palestra e oficina. Na ocasião, também foram votados os novos integrantes do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema).

Com três meses de mandato, Luiz Carlos Correa, secretário do Meio Ambiente de Votorantim, informou ao Cruzeiro do Sul que o município necessita, atualmente, de mais leis ambientais. Dessa forma, a conferência foi realizada para discutir melhorias e ouvir a população.

“Estamos sentindo essa necessidade de criar as leis, os departamentos, de organizar a situação. Porque, se você não tem leis, não tem como cobrar, não tem como executar, não tem como fazer nada, praticamente. Então, começa com as leis, buscamos fundos e buscamos envolver a participação da sociedade.”

O evento teve cerca de três horas de duração. Entre as atividades, ocorreu a palestra da médica-veterinária e diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Vânia Plaza Nunes. A especialista destacou o conceito de "saúde única", uma ideia de integração entre a saúde humana, animal e ambiental.

“Quanto mais a gente tem o desenvolvimento das cidades, menor fica o espaço em que você consegue separar a vida, por exemplo, de animais explorados na produção, do meio ambiente e da vida na área urbana. As pessoas em área urbana, hoje em dia, estão acostumadas a ter cães e gatos. Sabemos que mais de 89% da população do país mora em área urbana. Então, a vida muito urbanizada não faz com que elas tenham contato com os sistemas de criação animal, que são muito intensivos e, muitas vezes, comprometem o bem-estar dos animais e, ao mesmo tempo, não temos mais espaço para a fauna.”

A médica destaca que é importante pensar nessa "saúde única", por meio de políticas públicas, principalmente para combater doenças. “Sabemos que o risco de ocorrência de doenças, como vimos na pandemia e vemos agora com a gripe aviária, são oportunidades para que esses micro-organismos cheguem não só aos animais, mas também aos seres humanos, porque são doenças de caráter zoonótico, de transmissão comum entre animais e seres humanos. Às vezes, não é o humano que transmite o vírus, mas ele cria condições ambientais para que isso aconteça.”

Por isso, além de participar de conferências e cobrar o poder público, é importante que cada cidadão faça a sua parte. “Como é que eu destino o meu lixo? Como é que eu mantenho o meu cão, o meu gato? Se eu tenho outros animais que convivem próximos de mim, o que eu posso fazer para que exista um convívio harmônico, onde os animais estejam saudáveis, cuidados e felizes e as pessoas também estejam em uma situação de menor risco? Então, é preciso se envolver com o dia a dia, não só dentro da sua casa, não só nas suas escolhas, mas também na sua comunidade.”

Condema

Durante o evento, também foi realizada a votação para a escolha dos novos representantes do Comdema para o biênio de 2025 a 2027. O conselho realiza reuniões para discutir ações na área ambiental. Segundo o secretário de Meio Ambiente, por meio do Comdema, também deverá ser criado um Fundo Municipal do Meio Ambiente, que será gerido pelo órgão. “São representações de várias entidades da sociedade civil do município. Cada entidade tem um representante e um vice. Depois, todas as decisões e discussões são feitas nessas reuniões, que são realizadas uma vez por mês.”