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Esclarecidos

Companheiros dizem que mataram suas mulheres por causa de ciúme

Casos aconteceram em Votorantim e Mairinque

28 de Fevereiro de 2025 às 21:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
Crime brutal chocou a delegada Adriana de Sousa Pinto
Crime brutal chocou a delegada Adriana de Sousa Pinto (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (28/2/2025))

Em um dos casos de feminicídio mais brutais já registrados na região, a polícia conseguiu prender Sebastião Rodrigues da Silva, 24 anos, assassino confesso de sua companheira, Luana Rodrigues Moraes, de 23. O caso aconteceu no dia 23 de fevereiro, na casa do casal, no Jardim Europa, em Votorantim. A filha deles, de 5 anos, presenciou o assassinato. Sebastião esmurrou a face da mulher várias vezes, deu quatro facadas em suas costas e terminou de matá-la com quatro golpes usando uma tábua de madeira de carne. Ele fugiu com a filha para Diadema, e de lá, ficou postando vídeos nas redes sociais. Policiais da Delegacia de Defesa da Mulher de Votorantim e de Diadema prenderam o acusado na quarta-feira (26).

A delegada Adriana de Sousa Pinto, titular da DDM de Votorantim, ficou chocada. “Eu tenho muitos anos de carreira e não me impressiono fácil. A cena do crime foi uma das coisas mais macabras que já vi na vida”, afirma.

O casal vinha de um relacionamento conturbado, e apesar de sofrer agressões anteriores, Luana nunca denunciou Sebastião. No dia dos fatos, ele estava convencido de que era traído, apesar das negativas de Luana. O casal deixou a filha na casa de uma amiga dela, e foi para um matagal para conversar, onde Luana levou golpes de capacete. A agressão só parou porque um carro passou na hora e assustou Sebastião, que decidiu deixá-la na casa da amiga e ir embora. A amiga pediu para Luana procurar a polícia e um hospital, mas ela não quis, com medo de Sebastião também ameaçá-las e agredi-las.

Luana voltou para casa com a filha, e Sebastião apareceu logo depois, “pedindo o nome dos amigos que estavam saindo com ela”, afirmou a delegada. “Ele disse que viu um homem pulando o muro. E assim cometeu esse ato monstruoso, terrível”, disse a delegada.

“É uma situação revoltante”, disse Adriana, que ouviu do acusado tentando justificar as agressões. Sebastião fugiu com a filha logo depois de matar Luana, e pegou o celular dela para se passar por Luana, pedindo Uber para uma amiga, que desconfiou da conversa. Essa amiga então decidiu ir até a casa, onde tentando mexer na fechadura do portão com um amigo, chamou a atenção de uma viatura policial, que acabou entrando junto no local depois de ouvir o relato do que acontecia.

Sebastião foi preso em Diadema, onde tem parentes (a filha ficou com um irmão dele). Sua intenção era fugir para o Ceará. “Ele se mostra muito frio, conta o caso com naturalidade. É um caso muito característico de psicopatia, mas apenas um profissional pode determinar isso. Mas não consigo imaginar ele como uma pessoa normal”, disse Adriana. O acusado foi indiciado por feminicídio, com agravante de ter sido cometido na frente da filha. Ele aguarda julgamento agora na cadeia.

Mais um caso

O outro caso, este ocorrido em Mairinque, no dia 23 de fevereiro, também foi motivado por ciúme, informou o delegado Espedito Alves da Silva Júnior. Joeliton Ferreira, 31 anos, e Daniele Isabelle Santos, de 27, viviam juntos em uma casa no bairro Marmeleiro e tinham um filho de quase 2 anos. Eles discutiam com frequência, e havia agressões de ambos os lados. No dia dos fatos, Ferreira ameaçou a mulher, acusando-a de traição. Os dois estavam alcoolizados, começaram a brigar e o homem pegou uma faca de cozinha e matou a moça.

Ele fugiu a pé, deixando o cadáver na cozinha e a criança sozinha no quarto. Era madrugada, e ele foi a pé até Alumínio, onde pegou um ônibus para Campinas. De manhã, a criança acordou e começou a chorar, chamando a atenção de vizinhos, que acionaram a polícia. Na manhã de quarta-feira (25), Ferreira foi abordado pela Polícia Militar em Campinas e foi preso. Ele foi indiciado por feminicídio, com agravante de ter sido cometido na frente do filho, e aguarda julgamento na cadeia. (Tom Rocha)